biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...
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nossas <strong>biografias</strong>, pois, além <strong>de</strong> nos ter guiado para vivências <strong>de</strong> outras significativas<br />
experiências (nos campos profissional e formativo), proporcionou <strong>aprendizagens</strong><br />
sistematizadas importantes para a construção social/cultural das nossas <strong>biografias</strong>.<br />
Os primeiros passos para essa experiência começaram no terceiro período do Curso <strong>de</strong><br />
Pedagogia, ao ser aberta a seleção para o programa <strong>de</strong> bolsa <strong>de</strong> iniciação científica. Era ainda<br />
uma fase em que não tínhamos certeza do que queríamos em relação à vida acadêmica.<br />
Naquele período, simultaneamente ao curso, trabalhávamos em uma empresa privada<br />
(supermercado), que <strong>de</strong>mandava uma carga horária pesada, o que dificultava o processo <strong>de</strong><br />
aprendizagem do curso.<br />
Estávamos <strong>de</strong>sejosas por abandonar aquele trabalho, mas, ao mesmo tempo, temíamos<br />
a perda dos benefícios (salário e proteção social garantidos com a assinatura da carteira <strong>de</strong><br />
trabalho) que, <strong>de</strong> certa maneira, aquela experiência profissional nos proporcionava, uma vez<br />
que contribuíamos com a manutenção da nossa família.<br />
Mesmo com dúvidas, resolvemos tentar a seleção e nos candidatamos. Po<strong>de</strong>mos dizer<br />
que, embora não tenha sido fácil optar por participar daquela seleção, pelos motivos já<br />
apresentados, admitimos que foi a partir daquela <strong>de</strong>cisão e, consequentemente, da aprovação<br />
(que gerou o afastamento daquela experiência <strong>de</strong> trabalho e mais envolvimento em ativida<strong>de</strong>s<br />
acadêmicas), que <strong>de</strong>mos um dos passos mais importantes no processo da construção <strong>de</strong> nossas<br />
<strong>biografias</strong>. Foi aí que garantimos ao nosso itinerário biográfico uma lógica própria e um<br />
direcionamento novo, proporcionador <strong>de</strong> transformações surpreen<strong>de</strong>ntes nas nossas vidas.<br />
Alheit e Dausien (2007) analisam realida<strong>de</strong>s como essas pelo viés do princípio <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>terminação , que envolve todo o processo <strong>de</strong> formação biográfica.<br />
Os processos <strong>de</strong> formação biográfica têm seu próprio princípio <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>terminação, eles possibilitam experiências inesperadas e transformações<br />
surpreen<strong>de</strong>ntes que, muitas vezes, não foram previstas pelo próprio<br />
apren<strong>de</strong>nte e só po<strong>de</strong>m ser "compreendidas" posteriormente, mas que têm,<br />
entretanto, sua "direção" própria.<br />
De fato, por meio da nossa história, fica mais fácil enten<strong>de</strong>r o que dizem esses autores<br />
em relação à formação da biografia, mais especificamente, quando alegam que é cada vez<br />
mais difícil para o apren<strong>de</strong>nte prever as experiências (ou as suas transformações) que os<br />
aguardam. Essa imprevisão é vista por Sen (2001) como um reflexo da complexa natureza da