biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...
biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...
biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
longa duração e por outras formas <strong>de</strong> marginalização, não são lembrados para as ações <strong>de</strong><br />
educação/aprendizagem criadoras <strong>de</strong> riqueza .<br />
Ressalte-se que as <strong>de</strong>signações: educação/formação ao longo da vida e aprendizagem<br />
ao longo da vida - sendo esta última a mais utilizada nos últimos anos - emergiram,<br />
primeiramente, no contexto europeu, mais especificamente nas décadas <strong>de</strong> 1960 e 1970, num<br />
cenário em que a educação <strong>de</strong> adultos ganhava ênfase em razão da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r às<br />
exigências dos processos <strong>de</strong> reestruturação produtiva daqueles países da Europa e <strong>de</strong> se<br />
garantirem socieda<strong>de</strong>s mais <strong>de</strong>mocráticas. É por isso que não se po<strong>de</strong> dizer que a educação ao<br />
longo da vida, à qual até agora nos referimos, é uma perspectiva nova , como alguns tentam<br />
<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r. Sua origem, na verda<strong>de</strong>, <strong>de</strong>riva da concepção <strong>de</strong> educação permanente, que foi<br />
altamente difundida nas décadas anteriores à <strong>de</strong> 1990, sob uma orientação política educativa<br />
das mais progressistas da época.<br />
conceito<br />
Não obstante, o que interessa discutir neste trabalho, mais especificamente, é o novo<br />
atribuído à educação ao longo da vida, nos últimos anos, que John Field (200,<br />
p.133, apud, ALHEIT E DAUSIEN, 2007) diz ser revelador <strong>de</strong> um fenômeno societário por<br />
ele chamado <strong>de</strong> nova or<strong>de</strong>m educativa , provocadora <strong>de</strong> uma revolução silenciosa . Nela, o<br />
apren<strong>de</strong>r, nos seus diferentes modos (seja em contextos formais, não-formais e/ou informais),<br />
torna-se a mola-mestra para a construção <strong>de</strong> <strong>biografias</strong> individuais muito diferentes umas das<br />
outras.<br />
Foi por consi<strong>de</strong>rar essa nova or<strong>de</strong>m<br />
que surgiu o nosso interesse por aplicar a teoria<br />
biográfica <strong>de</strong> Alheit e Dausien (2007) na análise das <strong>biografias</strong> das <strong>mulheres</strong> <strong>encarceradas</strong>,<br />
com a intenção <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r o fenômeno da criminalida<strong>de</strong> entre elas, com base nos seus<br />
diferentes modos (subjetivos) e circunstâncias <strong>de</strong> aprendizagem.<br />
Acreditamos, portanto, que a análise das <strong>aprendizagens</strong> biográficas <strong>de</strong>ssas <strong>mulheres</strong><br />
permitiria um olhar novo para as questões que envolvem os comportamentos consi<strong>de</strong>rados<br />
criminosos pela socieda<strong>de</strong>, tendo como objeto específico a apreciação/análise do<br />
comportamento <strong>de</strong>lituoso , especificamente o feminino.<br />
Salientamos que, neste estudo, nossa preocupação não é apenas com as questões <strong>de</strong><br />
or<strong>de</strong>m estrutural e/ou cultural da vida dos sujeitos (e que, geralmente, são utilizadas por<br />
estudiosos para justificar as práticas criminosas cometidas por algumas pessoas). Focalizamos<br />
também e, principalmente, a sua atenção para o interior das <strong>biografias</strong>, em que po<strong>de</strong>ríamos<br />
i<strong>de</strong>ntificar os resultados/implicações das <strong>aprendizagens</strong> adquiridas ao longo da vida, capazes<br />
<strong>de</strong> conduzir - no caso das participantes <strong>de</strong>sta pesquisa - a mundos <strong>de</strong> vida ligados ao crime.