biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...
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escolarização, mas o direito <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r por toda a vida - em qualquer contexto, inclusive no<br />
interior das experiências, quaisquer que sejam elas.<br />
Foi, mais precisamente, na V Conferência Internacional sobre Educação <strong>de</strong> Adultos (V<br />
CONFINTEA), realizada em Hamburgo - na Alemanha - em 1997, que a EJA, na perspectiva<br />
da educação ao longo da vida ganhou <strong>de</strong>staque. Na <strong>de</strong>claração e no Plano <strong>de</strong> Ação emanados<br />
<strong>de</strong>ssa Conferência, ela fora enfatizada como [...] uma perspectiva que afirmava a necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> e integralida<strong>de</strong> do processo educativo nas diversas etapas e espaços da vida<br />
das pessoas, [...] (ZARCO, 2000, p.148). Parecia respon<strong>de</strong>r, em primeiro plano, a uma<br />
necessida<strong>de</strong> econômica e social, que reforçava ao Estado o papel <strong>de</strong> assegurar o direito <strong>de</strong><br />
educação para todos, particularmente, para os grupos menos privilegiados da socieda<strong>de</strong> [...] ,<br />
nos quais incluíam-se as <strong>mulheres</strong> (Declaração <strong>de</strong> Hamburgo sobre Educação <strong>de</strong> Adultos - V<br />
CONFINTEA, 1997).<br />
Semelhante análise acerca da educação/aprendizagem ao longo da vida também fora<br />
apresentada pelo Relatório da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, da<br />
UNESCO, intitulado: EDUCAÇÃO, UM TESOURO A DESCOBRIR. Nesse relatório, a<br />
educação ao longo da vida, baseada nas <strong>aprendizagens</strong> adquiridas pelos sujeitos a partir <strong>de</strong><br />
suas experiências <strong>de</strong> vida, foi posta como uma exigência <strong>de</strong>mocrática, ou seja, [...] o meio <strong>de</strong><br />
chegar a um equilíbrio mais perfeito entre trabalho e aprendizagem, bem como ao exercício<br />
<strong>de</strong> uma cidadania ativa (DELORS, 1999, p.105). De acordo com os seus relatores, essa<br />
educação oferece aos sujeitos - em tempos <strong>de</strong> globalização - oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conduzir os<br />
seus próprios <strong>de</strong>stinos, bem como <strong>de</strong> reorganizar, quando necessário, os seus ritmos <strong>de</strong> vida<br />
(DELORS, 1999, p.105).<br />
Tais interpretações, oferecidas tanto pelas organizações internacionais quanto pelo<br />
<strong>de</strong>bate acadêmico contemporâneo, expressam, como temos visto, que o principal objetivo da<br />
educação ao longo da vida é o <strong>de</strong> oferecer aos sujeitos possibilida<strong>de</strong>s diversas <strong>de</strong><br />
<strong>aprendizagens</strong>, que essas sirvam efetivamente para a abertura <strong>de</strong> janelas<br />
em suas vidas.<br />
<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s<br />
Reconhece-se, no entanto, que, nem sempre, esse objetivo po<strong>de</strong> se consolidar nas<br />
construções biográficas dos sujeitos, tendo em vista que os contextos <strong>de</strong> vida e as estruturas<br />
nas quais se assentam e se constroem as <strong>biografias</strong>, embora ofereçam diversas possibilida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> <strong>aprendizagens</strong>, nem sempre garantem tais aberturas. Nesses casos, como argumenta<br />
Kunzel (1996, p.97), a mobilização em torno da educação/aprendizagem ao longo da vida<br />
acaba sendo taxada como escárnio e rejeitada por aqueles que, por causa do <strong>de</strong>semprego <strong>de</strong>