biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...
biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...
biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Os relatos abaixo expressam o reflexo <strong>de</strong>ssa <strong>de</strong>terminação social do gênero, ao serem<br />
narradas pelas <strong>encarceradas</strong> suas experiências <strong>de</strong> trabalho.<br />
Primeiro foi em casa <strong>de</strong> família, ai <strong>de</strong>pois fui pro camelô, ai <strong>de</strong>pois fui pra<br />
casa <strong>de</strong> família <strong>de</strong> novo. A primeira casa que eu trabalhei era 2 meninos.<br />
[...] Eu trabalhei em duas casas lá no Altiplano, numa eu tomava conta das<br />
2 meninas e 1 menino, e na outra casa não tinha menino. Era bem grandona<br />
a casa, <strong>de</strong> primeiro andar. Eu arrumava a casa todinha, fazia almoço fazia<br />
tudo, só não lavava roupa, mas o resto fazia tudo! [...] Eu tinha uns 12 anos,<br />
aí eu passei acho que uns dois anos lá, trabalhando no camelô. (DINÁ).<br />
Des<strong>de</strong> os quinze anos trabalhei na casa dos outros, lavava, passava, fiz um<br />
bocado <strong>de</strong> coisa. Brinquei, trabalhei muito, [...]. A gente sempre tem que ter<br />
um tempinho pra tudo! Pra brincar, trabalhar. [...] Trabalhava durante a<br />
manhã, [...] eu trabalhava na casa da mulher somente <strong>de</strong> manhã, das sete às<br />
duas. (ISABEL).<br />
Em casa <strong>de</strong> Família, eu trabalhava assim <strong>de</strong> diarista, tomando <strong>de</strong> conta <strong>de</strong><br />
criança, pessoas idosas também. Mas eu já fiz outras coisas também, eu<br />
trabalhei em gráfica, já vendi produtos, assim, cosméticos. (JUDITE).<br />
Eu não trabalhava não mulher, eu vivia fazendo programa. Eu morei mais<br />
em cabaré, porque o cabaré me pagava bem e ajudava e eu via o dinheiro<br />
na mão assim. O dinheiro que pegava pra comer era esse. (MADALENA).<br />
Eu saí da lavoura e fui direto trabalhar <strong>de</strong> cozinheira <strong>de</strong> um minirestaurante.<br />
Até hoje eu brinco muito assim porque as panelas eram maior<br />
que eu, mas eu tinha que ajudar minha mãe. [...] quando eu saí <strong>de</strong><br />
cozinheira eu fui trabalhar numa fábrica <strong>de</strong> baralhos. Eu fui ser cortadora<br />
<strong>de</strong> baralho. (LIA).<br />
Além do que Dausien (2007) nos aponta sobre o perfil profissional das investigadas<br />
acima exposto, as falas acima também revelam a marca do trabalho infantil nas <strong>biografias</strong> da<br />
maior parte das <strong>encarceradas</strong>. Com exceção <strong>de</strong> Judite e Madalena<br />
(a primeira, porque<br />
revelou só ter começado a trabalhar <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter o seu primeiro filho, e a segunda, porque só<br />
teria começado a trabalhar nas boates <strong>de</strong>pois dos 15 anos, mesmo ainda não sendo uma ida<strong>de</strong>