19.04.2013 Views

biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...

biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...

biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

A minha infância não foi tão muito boa não! Minha mãe me teve, me <strong>de</strong>u a<br />

outra mulher, aí <strong>de</strong>pois tomou, ai me <strong>de</strong>u <strong>de</strong> novo, ai ficou. Eu fui morar<br />

com ela eu ia fazer 4 anos, com a mãe <strong>de</strong> criação. Ai fiquei com ela até os<br />

sete anos, quando eu tava na escola ela (a mãe biológica) me tomou.<br />

trabalhava muito nunca teve tempo para mim. Então ela me tomou, aí eu fui<br />

morar com ela. Aí ela acabou falando pra eu ir morar com essa minha outra<br />

mãe, a <strong>de</strong> criação. Aí passei uns 3 anos com ela, aí retornei <strong>de</strong> novo. Aí<br />

ficou nessa: me tomando, me dando, me tomando me dando! Aí fui morar<br />

com minha mãe <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> vez, aí <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um tempo, ela faleceu. Acho<br />

que tinha uns 12 anos, uns 12 pra 13 anos eu tinha quando ela faleceu. Foi<br />

muito triste porque eu gostava muito <strong>de</strong>la, amava mais ela do que a minha<br />

própria mãe! Aí fui morar com a minha mãe verda<strong>de</strong>ira e sempre assim, ela<br />

trabalhou muito! Nunca tinha atenção pra me dar. (ISABEL).<br />

Minha mãe ela sempre foi assim, <strong>de</strong> casa né? Lavou muita roupa <strong>de</strong> ganho,<br />

trabalhou em muita cozinha dos outros pra dar o sustento <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> casa.<br />

Porque <strong>de</strong>pois que meu pai se separou <strong>de</strong>la, então a gente passou [...] a<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r muito da minha mãe. Quando a gente saiu lá <strong>de</strong>sse lugar a gente<br />

foi direto pra morar numa granja aqui em João Pessoa. [...]. Então eu<br />

passei bem <strong>de</strong>z anos morando com eles, com esse pessoal ai, eu e minha<br />

mãe. Depois a gente teve que sair <strong>de</strong>ssa granja pra morar em casa própria<br />

mesmo, porque a gente morava lá, não pagava nada né? Minha mãe fazia<br />

tudo! Cozinhava, lavava. E a dona <strong>de</strong>ssa casa, <strong>de</strong>ssa granja, ela me tinha<br />

como uma filha. [...] era como se eu fosse filha <strong>de</strong>la tá enten<strong>de</strong>ndo? Eu<br />

estu<strong>de</strong>i em colégio particular. Foi ela quem me <strong>de</strong>u um bom estudo. Eu<br />

agra<strong>de</strong>ço primeiro a Deus e segundo a ela, mesmo ela não estando mais<br />

aqui. (JUDITE).<br />

Eu me lembro <strong>de</strong> tudo mulher da minha vida. Não tinha ali a rua da areia?<br />

Ali no 18 andar que tem uma ponte, que é um viaduto assim? Eu morava ali<br />

<strong>de</strong>baixo. Com quem? Morei com Nice. Quem era Nice? Ela foi a mulher que<br />

terminou <strong>de</strong> me criar né? Dos 9 anos até os 15 anos, ai com os 15 anos eu<br />

me soltei viu? Fumava tanto visse? Comecei a andar, comecei a frequentar<br />

boate E seus pais? Não tenho não, ela (a mãe) não num foi embora? [...]<br />

quando eu era novinha, até meus 9 anos, ai ela foi embora me <strong>de</strong>ixou com a<br />

vizinha. Dizem ainda hoje que ela (a mãe) é viva né? Que ela mora lá no<br />

Roger. E ela saiu e me <strong>de</strong>ixou com ela (com Nice), foi embora e até hoje. Já<br />

saí já no jornal, pra ver se sabia notícia <strong>de</strong>la, contei a minha história<br />

todinha. A doutora Vitória fez uma entrevista aqui, eu fui entrevistada pra o<br />

jornal <strong>de</strong> todo canto, eu falei pra todo canto! Mas ela é morta mulher! Acho<br />

que mataram ela né? Porque ela era mulher da vida né? Ela vivia no bar da<br />

feira, lá numa boate chamada Maria Oião. Vivia ali naquelas boates que<br />

tem por ali no centro da cida<strong>de</strong>. (MADALENA).<br />

[...] a minha mãe colocou a gente pra trabalhar muito cedo. Então, quer<br />

dizer, quando viemos pra São Paulo também, continuou a mesma coisa. Os<br />

cuidados já eram mais, porque ai a gente já não morava mais num sítio, mas

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!