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biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...

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E nessa transição, muitos outros mo<strong>de</strong>los estão surgindo, <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> outros fenômenos<br />

sociais, ligados, principalmente, às mudanças processadas nas relações <strong>de</strong> gênero, no mundo<br />

do trabalho, na cultura, na economia, além <strong>de</strong> em outros domínios da vida.<br />

Me<strong>de</strong>iros (2008), por exemplo, justifica o surgimento <strong>de</strong> novos arranjos familiares<br />

recorrendo ao que teria argumentado Castells (2000, apud, MEDEIROS, 2008) sobre os<br />

motivos do enfraquecimento do patriarcado. Ou seja, recorrendo aos principais indicadores,<br />

que ele teria afirmado que contribuíram para o <strong>de</strong>clínio das formas tradicionais da família,<br />

como por exemplo:<br />

[...] a transformação da economia e do mercado <strong>de</strong> trabalho associado à<br />

abertura <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s para as <strong>mulheres</strong> no campo da educação; as<br />

transformações tecnológicas ocorridas na biologia, farmacologia e<br />

medicina, controlando a reprodução humana; a transformação econômica,<br />

tecnológica e cultural; e a rápida difusão <strong>de</strong>ssas i<strong>de</strong>ias em uma cultura<br />

globalizada, [...] (MEDEIROS, 2008, p. 01-02, apud, Castells, 2000).<br />

No Brasil, como relata a autora acima citada, essa realida<strong>de</strong> apresenta uma<br />

complexida<strong>de</strong> talvez nunca vista, <strong>de</strong>vido ao crescimento do número <strong>de</strong> divórcios e, ao mesmo<br />

tempo, <strong>de</strong> recasamentos e <strong>de</strong> <strong>mulheres</strong> solteiras chefiando família.<br />

Constata-se que, no que diz respeito à organização interna da Família<br />

Brasileira a partir da década <strong>de</strong> 90 para cá, as separações e divórcios<br />

adicionam um grau <strong>de</strong> complexida<strong>de</strong> na média em que crescem os<br />

recasamentos, com tendências para a variação nos diversos tipos <strong>de</strong><br />

Arranjos Familiares [...]. (MEDEIROS, 2008, p.01-02).<br />

Observa-se, <strong>de</strong>sse modo, que os arranjos familiares das <strong>mulheres</strong> que compõem o<br />

nosso estudo não estão muito distantes nem muito diversos dos arranjos que se veem na<br />

realida<strong>de</strong> brasileira contemporânea. A socialização <strong>de</strong>ssas <strong>mulheres</strong> ocorreu, portanto, no<br />

interior daquelas estruturas familiares, em que ela parecia, senão <strong>de</strong>ficitária, pelo menos<br />

diferente do modo tradicional. Por meio das formas <strong>de</strong> socialização adquiridas através da<br />

família, <strong>aprendizagens</strong> foram adquiridas, propiciando a formação <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> formas <strong>de</strong><br />

conviver com ele mesmo e com o mundo (socieda<strong>de</strong> e comunida<strong>de</strong>) e <strong>de</strong> novas estruturas <strong>de</strong><br />

experiências impulsionando as construções das <strong>biografias</strong>.

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