biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...
biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...
biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Partindo <strong>de</strong>ssas premissas, o objetivo <strong>de</strong>ste estudo é o <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r a(s) relação(es)<br />
entre as <strong>aprendizagens</strong> biográficas adquiridas pelas <strong>mulheres</strong> <strong>encarceradas</strong> investigadas (ou<br />
aquelas <strong>aprendizagens</strong> que, no plano da consciência prática, foram apenas <strong>de</strong>sejadas, mas não<br />
chegaram a ser vivenciadas) no processo <strong>de</strong> construção das suas <strong>biografias</strong>, e as<br />
motivações/circunstâncias <strong>de</strong> vida que as conduziram ao mundo da criminalida<strong>de</strong>. É daí que<br />
surge o ponto <strong>de</strong> partida para a realização <strong>de</strong>ste estudo, firmado na seguinte pergunta: Como<br />
se revelam, nas narrativas das <strong>biografias</strong> das <strong>mulheres</strong> <strong>encarceradas</strong>, as <strong>aprendizagens</strong> que<br />
contribuíram com a aproximação a mundos <strong>de</strong> vida 1 ligados à criminalida<strong>de</strong> e ao cárcere?<br />
Nesse questionamento, está o pressuposto <strong>de</strong> que foram as <strong>aprendizagens</strong> adquiridas (ou<br />
negadas) no interior das experiências <strong>de</strong>ssas <strong>mulheres</strong>, ao longo <strong>de</strong> suas vidas, que<br />
contribuíram para que elas se aproximassem do mundo do crime.<br />
Com base nesse pressuposto, julgamos que o levantamento <strong>de</strong> outras questões seria<br />
necessário, como por exemplo: Quais foram as <strong>aprendizagens</strong> que as <strong>encarceradas</strong> adquiriram<br />
ao longo da vida e em que condições e contextos elas foram adquiridas? Que direções e que<br />
significados essas <strong>mulheres</strong> <strong>de</strong>ram a essas <strong>aprendizagens</strong> no processo <strong>de</strong> construção das<br />
<strong>biografias</strong>? Quais as outras <strong>aprendizagens</strong> a que não tiveram acesso e que, segundo elas,<br />
possibilitariam outros direcionamentos para as suas <strong>biografias</strong>? Que <strong>aprendizagens</strong> o cárcere<br />
lhes têm proporcionado?<br />
Tais questionamentos nos levaram a traçar outros objetivos que, ao serem respondidos,<br />
possibilitariam o alcance do objetivo principal <strong>de</strong>ste trabalho, a saber: Conhecer as<br />
<strong>aprendizagens</strong> que as <strong>encarceradas</strong> obtiveram em contextos formais (como a escola e <strong>de</strong>mais<br />
instituições com intencionalida<strong>de</strong> educativa) e em contextos não-formais e informais: espaços<br />
não institucionalizados e autoorganizados, <strong>de</strong>nominados por Alheit e Dausien (2007) <strong>de</strong><br />
"aprendizagem do cotidiano", "aprendizagem a partir das experiências", "aprendizagem por<br />
assimilação", "aprendizagem ligada ao mundo da vida" ou "autodidaxia ; Conhecer as<br />
<strong>aprendizagens</strong> que, no plano da consciência prática das <strong>encarceradas</strong>, foram apenas <strong>de</strong>sejadas,<br />
mas não, adquiridas; Apreen<strong>de</strong>r <strong>de</strong> suas histórias os significados das experiências mais<br />
marcantes em suas vidas, i<strong>de</strong>ntificando a sua contribuição para a construção <strong>de</strong> suas atuais<br />
realida<strong>de</strong>s; Conhecer as <strong>aprendizagens</strong> adquiridas no atual contexto em que se encontram (o<br />
cárcere).<br />
1 O conceito <strong>de</strong> mundo-da-vida, na teoria <strong>de</strong> Habermas, é uma separação dos três aspectos do universo da<br />
existência do mundo dos sujeitos, que como resultado da fragmentação <strong>de</strong>sse universo, temos um mundo<br />
objetivo, um mundo social e um mundo subjetivo [...] (SILVA, 2001, p.07).