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biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...

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Continuando a falar sobre suas experiências amorosas, ela revela que foi numa <strong>de</strong>ssas<br />

noites, trabalhando em uma <strong>de</strong>ssas boates, que conheceu o seu atual namorado 40 , com quem<br />

troca cartas na prisão atualmente. Ela conta que, enquanto dançava e fazia striptease, ele teria<br />

ficado encantado com a sua beleza e que, por isso, teria resolvido chamá-la para lhe oferecer<br />

uma bebida e, em seguida, dormirem juntos.<br />

Daí em diante, eles começaram um intenso relacionamento, que durou três anos fora<br />

da prisão. Nesse tempo em que conviveram, muitas experiências foram vividas juntos, das<br />

quais lembrou: a traição que cometeu, as diversas brigas por causa <strong>de</strong> ciúmes, a facada que ele<br />

lhe <strong>de</strong>u, os bares que frequentaram, a garrafada que lhe <strong>de</strong>u na cabeça etc.<br />

De todos os homens com quem Madalena se envolveu, esse foi o <strong>de</strong> que ela mais teria<br />

gostado. Não é à toa que ela alimenta, até hoje, uma reaproximação, <strong>de</strong>pois que se libertarem<br />

da prisão. Esse homem teria sido a pessoa que fez com que ela abandonasse a vida da<br />

prostituição, alguém que, apesar das brigas e da violência que praticava com ela, ofereceu-lhe<br />

uma vida melhor do que a que viveu <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua infância, com mais segurança.<br />

Quando o companheiro foi preso, por ter cometido um homicídio, embora ela tenha<br />

continuado morando com a mãe <strong>de</strong>le, voltou a manter contato com as amigas do tempo <strong>de</strong><br />

dançarina. Isso teria implicado o seu retorno às boates, ainda que com bem menos frequência,<br />

uma vez que o que passou a fazer mesmo nesse período foi roubar com as amigas, sem que a<br />

mãe do companheiro preso soubesse.<br />

[...] quando ele foi preso, aí eu inventei <strong>de</strong> andar mais as meninas,<br />

segurando bolsa roubada dos outros, aí vim pra ca<strong>de</strong>ia aqui. Foi <strong>de</strong>pois que<br />

Roberto foi preso. A mãe <strong>de</strong>le não podia me dar nada. Aí eu comecei a<br />

andar mais as meninas. Elas roubavam nas lojas e eu segurava na esquina<br />

as bolsas pra po<strong>de</strong>r sair mais rápido. Quando eu vivia com ele eu não<br />

roubava não (MADALENA).<br />

Observando o relato <strong>de</strong> Madalena, imaginamos que o seu companheiro representasse<br />

para ela uma espécie <strong>de</strong> amparo. Quando ela o per<strong>de</strong> por causa da prisão, segue os rumos da<br />

mulher que a criara até os 15 anos (indo roubar) e o <strong>de</strong>stino do próprio companheiro (sendo<br />

presa).<br />

40 Madalena escon<strong>de</strong> até hoje do namorado que ficou grávida <strong>de</strong>le. O filho, portanto, foi criado fora da Paraíba,<br />

por outro homem com quem se relacionou <strong>de</strong>pois. Esse também não sabe da verda<strong>de</strong>, ou seja, <strong>de</strong> que não é pai<br />

do filho mais velho que cria <strong>de</strong>s<strong>de</strong> criança. Ela disse que no começo do relacionamento com esse, já estava<br />

grávida do outro e não dava para perceber.

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