biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...
biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...
biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
institucionalizados e autoorganizados da aprendizagem ao longo da vida, embora não<br />
<strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>re os aspectos formais (ALHEIT E DAUSIEN, 2007).<br />
Para esses autores, a biograficidad tem a ver com a capacida<strong>de</strong> que temos <strong>de</strong> utilizar<br />
os estímulos que proce<strong>de</strong>m do exterior (o contexto em que vivemos, por exemplo) para<br />
apren<strong>de</strong>r e, a partir daí, reelaborar a nossa biografia conforme o que projetamos para ela<br />
(ALHEIT, 1990; DAUSIEN, 1996, apud, ALHEIT & DAUSIEN, 2007).<br />
Apoiando-nos nesse enfoque teórico é que, neste trabalho, procuramos compreen<strong>de</strong>r<br />
os significados das <strong>aprendizagens</strong> (formais, não-formais e/ou informais) das <strong>encarceradas</strong>,<br />
que segundo suas narrativas, contribuíram para a construção e/ou reconstrução <strong>de</strong> suas<br />
<strong>biografias</strong>. Alheit e Dausien (2007) chamaram essas <strong>aprendizagens</strong>, que se ligam ao processo<br />
<strong>de</strong> (re) construção da biografia, <strong>de</strong> aprendizagem biográfica e conceituaram-na como a<br />
[..] capacidad «autopoyética» <strong>de</strong>l sujeto para organizar <strong>de</strong> manera reflexiva<br />
sus experiencias, y, haciendo esto, darse a sí mismo una coherencia<br />
personal y una i<strong>de</strong>ntidad, para atribuir un sentido a la historia <strong>de</strong> su vida,<br />
para <strong>de</strong>sarrollar sus capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> comunicación, <strong>de</strong> relación con el<br />
contexto social, <strong>de</strong> conducción <strong>de</strong> la acción (ALHEIT, 1993B; ALHEIT &<br />
DAUSIEN, 2000B, apud, ALHEIT & DAUSIEN, 2007).<br />
Não se trata, portanto, <strong>de</strong> um conceito <strong>de</strong>smembrado do mundo social do sujeito, já<br />
que os diferentes modos como a aprendizagem ocorre <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m tanto do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />
comportamentos específicos (individuais), diante <strong>de</strong> uma dada situação (ex: curiosida<strong>de</strong>,<br />
coragem, confiança, <strong>de</strong>terminação etc.), oferecendo uma coerência pessoal às experiências,<br />
quanto das condições estruturais específicas (ex: recursos econômicos, sociais, culturais e<br />
simbólicos) <strong>de</strong> que ele dispõe. Nesse sentido, concordamos com Kunzel (1996, p.95), quando<br />
afirma que [...] a realida<strong>de</strong> dos [...] contextos <strong>de</strong> vida não vai simplesmente ao encontro das<br />
pessoas. [...] ela é construída em processos <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate activo, com a ajuda <strong>de</strong> esquemas<br />
cognitivos, e assimilada através <strong>de</strong> experiências.<br />
É a isso que correspon<strong>de</strong> o caráter interventivo das ações <strong>de</strong> aprendizagem, as quais<br />
favorecem não apenas a compreensão do mundo, mas também à sua transformação<br />
(KUNZEL, 1996, p.95). Ao que parece, uma aprendizagem que, ao longo da vida, é orientada<br />
para o sujeito só faz sentido se reconhecida a associação biográfica entre indivíduo e<br />
socieda<strong>de</strong>, o que implica uma [...] concepción <strong>de</strong>l individuo estructurado por el contexto<br />
social, y a su vez, estructurador, actor, <strong>de</strong> su realidad<br />
(CARDENAL, 2006, p. 41).