biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...
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Consi<strong>de</strong>rando tais premissas sobre os modos <strong>de</strong> construção biográfica, em que o<br />
sujeito é colocado como peça-chave nessa construção, embora não tenha toda a liberda<strong>de</strong> para<br />
construir, foi que nos motivamos por apresentar alguns fragmentos dos itinerários biográficos<br />
das <strong>encarceradas</strong>.<br />
Para a narração <strong>de</strong>sses fragmentos que retrataram suas <strong>biografias</strong>, consi<strong>de</strong>ramos<br />
aspectos relacionados aos contextos on<strong>de</strong> nasceram, aos seus entornos familiares, à ida<strong>de</strong>, à<br />
ligação com o mundo do trabalho, à ligação com os processos <strong>de</strong> formação/educação<br />
institucionalizados (escola, prisão), às experiências amorosas e aos aspectos ligados ao crime.<br />
A organização da apresentação <strong>de</strong>sses retratos biográficos segue a mesma or<strong>de</strong>m da<br />
organização da amostra.<br />
4.1.1 Retrato biográfico <strong>de</strong> Diná<br />
Bayeux<br />
Diná é uma jovem <strong>de</strong> 18 anos, que nasceu no final da década <strong>de</strong> 1980, na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
PB. É filha <strong>de</strong> mãe viúva, cujo marido (seu pai) foi assassinado em São Paulo, e é<br />
mãe <strong>de</strong> uma criança <strong>de</strong> dois anos (uma menina), cujo pai está preso. A jovem entrevistada<br />
disse ter sido criada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a infância pela avó: eu morava com minha avó, eu fui criada pela<br />
minha avó <strong>de</strong>s<strong>de</strong> pequena (Diná), numa casa em que além <strong>de</strong>la, residiam outros parentes e<br />
agregados. Era eu, uma prima, um menino e uma menina da minha tia, [...] e tinha 3<br />
meninos que era da filha do marido da minha avó que morreu (Diná, 18 anos) .<br />
O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> família <strong>de</strong> Diná reflete as mudanças ocorridas no contexto familiar<br />
brasileiro, mais precisamente, na década <strong>de</strong> 1990 (MEDEIROS, 2002), em que se perceberam<br />
novas formas <strong>de</strong> agrupamento familiares, sendo, quase sempre, dirigidas por <strong>mulheres</strong> (mãe,<br />
avó, tia, etc). O caso específico da família <strong>de</strong> Diná baseia-se, mais precisamente, num mo<strong>de</strong>lo<br />
<strong>de</strong> família recomposta, aquela em que o/s sujeito/s dirigentes/provedores geraram nova união,<br />
por terem se divorciado <strong>de</strong> seus cônjuges e se separado outro agrupamento familiar.<br />
Convém lembrar que, na primeira fase da infância <strong>de</strong> Diná, ela convivera com a mãe,<br />
já que essa também residia com a sua avó. Todavia, pelo fato <strong>de</strong> avó ter se separado do seu<br />
cônjuge e, em seguida, ter se unido a outro companheiro, a mãe <strong>de</strong> Diná resolvera sair <strong>de</strong><br />
casa. Diná, porém não a acompanha, alegando ser mais acostumada com a avó.