biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...
biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...
biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
CAPÍTULO IV - BIOGRAFIAS DE APRENDIZAGENS DE MULHERES<br />
ENCARCERADAS<br />
Neste capítulo, mergulhamos nas <strong>biografias</strong> das <strong>mulheres</strong> <strong>encarceradas</strong>. Em suas<br />
narrativas, procuramos analisar o acúmulo das experiências vividas (e não vividas), em seus<br />
mundos <strong>de</strong> ação concretos, e o sentido particular (subjetivo) que elas ofereceram a essas<br />
experiências, a partir das <strong>aprendizagens</strong> biográficas adquiridas.<br />
Como partimos do pressuposto <strong>de</strong> que foram tais <strong>aprendizagens</strong> que oportunizaram as<br />
suas aproximações com o mundo do crime, <strong>de</strong>cidimos analisar dos seus percursos biográficos,<br />
(da infância até à fase em que se encontram hoje) alguns dos principais domínios da vida,<br />
como por exemplo: a família (em suas diversas modalida<strong>de</strong>s), o trabalho e a educação<br />
(escolarização). Com a análise das experiências vividas nesses domínios, o nosso objetivo foi<br />
conhecer as <strong>aprendizagens</strong> adquiridas por essas <strong>mulheres</strong> (ou <strong>de</strong>sejadas, mas não obtidas) e<br />
compreen<strong>de</strong>r a sua relação com as práticas <strong>de</strong>lituosas cometidas.<br />
Registre-se que, na medida em que as narrativas ofereceram subsídios para i<strong>de</strong>ntificar<br />
as <strong>aprendizagens</strong> extraídas das suas experiências <strong>de</strong> vida, contribuíram com a análise acerca<br />
da capacida<strong>de</strong> e/ou a possibilida<strong>de</strong> que as <strong>encarceradas</strong> tiveram (ou não) <strong>de</strong> reelaborar suas<br />
experiências e, com isso, estruturar novas experiências sociais e culturais, ou seja, <strong>de</strong> analisar<br />
o pressuposto teórico principal <strong>de</strong>ste estudo, firmado na biograficidad.<br />
Para discutir melhor essas questões, classificamos os dados coletados em categorias<br />
sugeridas pelas próprias entrevistadas em suas narrativas e ligadas à proposta teórica da<br />
biograficidad. Dentre elas, selecionamos três, que consi<strong>de</strong>ramos mais a<strong>de</strong>quadas à<br />
interpretação/análise da relação entre aprendizagem biográfica - que consi<strong>de</strong>ra [...] los<br />
procesos <strong>de</strong> aprendizaje ligados a formas, espacios o tiempos <strong>de</strong>terminados, [...] , na [..] la<br />
historicidad vivida <strong>de</strong> la experiencia que hacen las personas que apren<strong>de</strong>n<br />
(KRUGER &<br />
MAROTZKI, 1995, 1999, apud, ALHEIT E DAUSIEN, 2007), e as trajetórias que as<br />
conduzem à criminalida<strong>de</strong>.<br />
Embora as narrações não tenham obe<strong>de</strong>cido à linearida<strong>de</strong> do curso da vida (infância,<br />
adolescência, juventu<strong>de</strong>, ida<strong>de</strong> adulta), porquanto [ ] las personas entrevistadas no<br />
presentan «i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s» fijas, sino las historias «en las que han sido como son» , (ALHEIT<br />
E DAUSIEN, 2007, p.34), procuramos organizar a análise consi<strong>de</strong>rando o percurso da<br />
construção biográfica da infância, até a ida<strong>de</strong> das <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong>lituosas cometidas e dos seus<br />
encarceramentos.