INFLUÊNCIA DAS CRENÇAS DO PROFESSOR DE LÍNGUA ... - CCE
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Considerações finais<br />
Não se pode generalizar ou concluir que tais manifestações sejam comungadas<br />
pela maioria dos professores da rede pública estadual, tanto pela pequena amostragem,<br />
como pela colocação de Dunne (1993, p. 73) citado por Gimenez, Mateus, Ortensi e<br />
Reis em trabalho apresentado recentemente na Universidade Estadual de Londrina , de<br />
que “a pesquisa sobre crenças implícitas é uma área relativamente nova e difícil de ser<br />
realizada em virtude do fato de que as crenças não são observáveis e a prática não é<br />
necessariamente indício de crenças ou ‘orientações teóricas’ que as subjazem”. Ainda no<br />
trabalho dos autores citados, em Crença de licenciados em letras sobre ensino de inglês,<br />
“crenças funcionam como ‘filtros’ através dos quais as práticas pedagógicas são<br />
descritas” e que vão ser usadas pelo professor,posteriormente, ao reorganizar e redefinir<br />
sua prática docente, como sugere Araújo em Abrahão & Barcelos, 2006: 190).<br />
Nota-se, no entanto, que todas as entrevistadas são professoras por vocação,<br />
querem ver seus alunos vencedores, gostariam de ver a realidade transformada e seus<br />
alunos inseridos no mundo profissional e de trabalho em igualdade de condições, mas<br />
devido a características culturais profundamente arraigadas, pouca coisa se faz para<br />
mudá-la.<br />
Através do material coletado, a reivindicação de uma maior participação<br />
orçamentária do estado na Educação vem de longa data. Alguma coisa já foi feita, como<br />
a elaboração de material didático específico, embora alguns professores contestem sua<br />
eficácia e propriedade, considerando-se a realidade sócio-cultural do público da escola<br />
estadual, no caso a do Estado de Goiás. (Talvez, uma observação equivocada, pois há<br />
abordagens para se atingir um equilíbrio, pois como as próprias entrevistas relatam, há<br />
atividades que os alunos apreciam mais e se tornam mais receptivos e participativos<br />
quando elas ocorrem, como o ensino através de jogos ou música, como Regina e Valeria<br />
relatam: “Quando se tem um texto mais interessante, os alunos interagem com mais<br />
objetividade meus aluno gostam muito de jogos.”.) Acusam, também, a precária presença<br />
de material didático, desde cartolinas e afins até tecnologia básica para suporte das aulas.<br />
Os professores também reivindicam uma maior participação na escolha do material<br />
didático, como livros textos e uma eficaz grade curricular que leve o aluno não só a estar<br />
preparado para ser bem sucedido no vestibular, visão de curto prazo, mas o habilite a usar<br />
o idioma como instrumento de interação e integração social e amplitude de<br />
conhecimentos universais, uma vez que, a totalidade de bibliografia acadêmica está<br />
transcrita no idioma inglês.<br />
Há, ainda, muitas idéias e práticas arraigadas ao se ensinar a língua inglesa,<br />
oriundas de longa data: influências imaginárias (experiência de terceiros) ou hierárquicas-<br />
herdadas ( só se aprende a LI nos países onde ela é falada, por exemplo). Percebe-se que<br />
o professor ainda embasa sua didática em padrões de abordagem tradicional no ensino da<br />
LI, seja a que proporciona a identificação de elementos gramaticais ou a exploração de<br />
vocabulário que permite ao aluno traduzir. O primeiro objetivo ao se ensinar a LI é<br />
possibilitar ao aluno ser bem-sucedido no vestibular. O professor é instruído por teorias<br />
em moda de que o aluno só aprende a LI em situação real; ou de que só se ensina a LI se<br />
as quatro habilidades vierem juntas; de que a LN (língua natural) é nociva se inserida no<br />
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