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— Ora, não ofenda a Deus, comendador! E vamo-nos. E foram-se os dois a<br />
passo frouxo pela alameda.<br />
O sol da manhã tirava-lhes cintilações das cartolas novas.<br />
Alfredo levantou a cabeça e esteve a olhá-los, vagamente, por muito tempo.<br />
Iam ali dois homens considerados em público e diversamente felizes! Depois,<br />
levantou-se impelido por uma resolução, e tocou para a casa do coronel. Mas em<br />
caminho, um companheiro de miséria convidou-o a tomar um trago. Alfredo estava<br />
em jejum e já tinha bebido, bebeu ainda mais e ficou afinal como o vimos surgir na<br />
sala do sogro.<br />
Este desejava muito tornar a recebê-lo, mas ao dar com ele naquele estado,<br />
escondeu o rosto nas mãos.<br />
— O que mais me faltará ver, meu Deus? dizia entre lágrimas o pobre<br />
veterano.<br />
Gabriel deixou de tocar, e Gaspar correu a conter o cunhado; mas Alfredo,<br />
possuído de uma alegria frenética, continuava a cancanear, a seco, agitando as<br />
abas esverdeadas da sua hedionda sobrecasaca.<br />
— Quebra! gritava ele, com a voz estrangulada de cansaço e trêmula de<br />
embriaguez. Quebra, meu bem! Quebra o caroço!<br />
E pulava, revirando os olhos e sacudindo os braços.<br />
—Viva a folia! Viva a pândega!<br />
Gaspar procurava detê-lo:<br />
— Alfredo! que é isso? Então!...<br />
— Solta-me, Gaspar! Eu estou contente! Trago-lhe uma notícia importante!<br />
Venham as alvíssaras! Devemos todos tomar hoje uma boa carraspana! Tenho cá o<br />
segredo!<br />
E o Marmelada fechou a mão no ar e cambaleou:<br />
— Sei tudo!<br />
E cuspia-se.<br />
— Solta-me, ou então não digo! Se quiseres saber, vai buscar vinho!<br />
— Disso podes estar bem descansado, interveio Gabriel.<br />
— Pois se não me derem vinho, não digo quem escreve as mofinas contra o<br />
tal coronel das dúzias!<br />
O velho saltou da cama.<br />
— Hein? O quê?! Sabes tu quem é? Dêem-lhe de beber! Dêem-lhe tudo!<br />
Pancada, se preciso for! Mas não o deixem sair, sem fazer a declaração! Ó meu<br />
Deus! ele saberá?! Será crível que eu não morrerei sem...<br />
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