As asas de um anjo - a casa do espiritismo
As asas de um anjo - a casa do espiritismo
As asas de um anjo - a casa do espiritismo
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Antônio – Margarida, tu conheces alg<strong>um</strong>a outra moça na vizinhança que se<br />
chame Carolina?<br />
Margarida – Não: mas isto não quer dizer nada: po<strong>de</strong> ser que aquela <strong>de</strong><br />
quem Luís falou more em outra rua.<br />
Antônio – Não acredito.<br />
Carolina – Meu pai <strong>de</strong>seja por força que Luís seja meu mari<strong>do</strong>. Ainda cuida<br />
que ele gosta <strong>de</strong> mim.<br />
Antônio – Disto ninguém me tira.<br />
Margarida – Mas, homem, não o ouviste afirmar o contrário?<br />
Antônio – Muitas vezes a boca diz o que o coração não sente.<br />
Carolina – Ora, meu pai, por que motivo ele encobriria?<br />
Antônio – O motivo? Tu és quem po<strong>de</strong> dizer (Vai a sair)<br />
Carolina – Eu?...<br />
Margarida – Sabes que mais? Antônio, vieste hoje da loja to<strong>do</strong> cheio <strong>de</strong><br />
visões. Que te aconteceu por lá?<br />
Antônio – Eu te digo, mulher. Contaram-me há dias, e hoje tornaram a<br />
repetir-me, que <strong>um</strong> <strong>de</strong>sses bonequinhos da moda anda rondan<strong>do</strong> a nossa<br />
rua por causa <strong>de</strong> alg<strong>um</strong>a menina da vizinhança.<br />
Carolina – Ah!<br />
Margarida – Então foi por isto que assentaste <strong>de</strong> <strong>casa</strong>r Carolina?<br />
Antônio – Uma menina solteira é <strong>um</strong> perigo neste tempo. (Sain<strong>do</strong>)Estes<br />
sujeitinhos têm <strong>um</strong>as lábias!<br />
Margarida – Para aquelas que querem acreditar neles. (Pausa. Batem na<br />
porta.)<br />
Carolina – Estão baten<strong>do</strong>.<br />
Margarida – Há <strong>de</strong> ser a moça <strong>do</strong>s vesti<strong>do</strong>s.<br />
CENA VI<br />
(Helena, Margarida e Carolina)<br />
Helena – A<strong>de</strong>us, menina. Boa noite, Sra. Margarida.<br />
Margarida –Boa noite.<br />
Carolina – Venha sentar-se.<br />
Margarida – Aqui está <strong>um</strong>a ca<strong>de</strong>ira.<br />
Carolina (baixo, a HELENA) – E ele?...<br />
Helena – Espere! (Alto) Então aprontou?<br />
Carolina – Sim, senhora; to<strong>do</strong>s.<br />
Helena – E estão bem cosi<strong>do</strong>s, já se sabe! Feitos por estas mãozinhas<br />
mimosas que não nasceram para a agulha, e sim para andarem <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />
luvas perf<strong>um</strong>adas.<br />
Carolina – Luvas?... nunca tive senão <strong>um</strong> par, e <strong>de</strong> retrós.<br />
Margarida – Quem te perguntou por isto agora?<br />
9