19.04.2013 Views

As asas de um anjo - a casa do espiritismo

As asas de um anjo - a casa do espiritismo

As asas de um anjo - a casa do espiritismo

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Luís – Parece-me que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que moro nesta <strong>casa</strong> não <strong>de</strong>i motivos para me<br />

fazerem esta exprobração. Trato Carolina como <strong>um</strong>a irmã, ela po<strong>de</strong> dizer se<br />

nunca <strong>um</strong>a palavra minha afez corar.<br />

Carolina – Não me queixo, Luís.<br />

Luís – Creio, minha prima; e se falo nisto é para mostrar que seu pai se<br />

ilu<strong>de</strong>: nunca tive a idéia <strong>de</strong> que <strong>um</strong> dia viesse a ser seu mari<strong>do</strong>.<br />

Antônio – Mas então explica-me essa história <strong>do</strong>s tipos.<br />

Luís – Dos tipos?... Não sei o que quer dizer.<br />

Margarida – Uma noite na tipografia estavas distraí<strong>do</strong> e em lugar <strong>de</strong> copiar o<br />

papel, escreveste não sei quantas vezes o nome <strong>de</strong> Carolina.<br />

Carolina – O meu nome?... Como, mãezinha?<br />

Antônio (a LUÍS) – Ainda preten<strong>de</strong>s negar?<br />

Luís – Mas era o nome <strong>de</strong> outra moça...<br />

Carolina – Chama-se Carolina, como eu?<br />

Luís – Sim, minha prima.<br />

Antônio – Pensas muito nessa moça, para distraíres por ela a tal ponto.<br />

Margarida – Com efeito quem traz assim a lembrança <strong>de</strong> <strong>um</strong> nome sempre<br />

na idéia...<br />

Luís – Que fazer, Margarida? Por mais vonta<strong>de</strong> e prudência que se tenha,<br />

ninguém po<strong>de</strong> arrancar o coração; e nos dias em que a <strong>do</strong>r o comprime, o<br />

nome que <strong>do</strong>rme <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>le vem aos lábios e nos trai. Tive naquele dia<br />

esse momento <strong>de</strong> fraqueza; felizmente, não perturbou o sossego daquela<br />

que podia acusar-me. Agora mesmo ela ignora que era o seu nome.<br />

Antônio – À vista disso <strong>de</strong>cididamente não queres <strong>casa</strong>r com tua prima?<br />

Luís – Não, Antônio; agra<strong>de</strong>ço mas recuso.<br />

Antônio – Por que razão?<br />

Luís – Porque ela... porque...<br />

Margarida – Já não disse! Não lhe tem amor; gosta <strong>de</strong> outra.<br />

Carolina – E vai <strong>casa</strong>r com ela!<br />

Antônio – Olha lá; se é este o motivo, está direito; mas se não tens outra<br />

em vista, diz <strong>um</strong>a palavra, e o negócio fica <strong>de</strong>cidi<strong>do</strong>.<br />

Carolina – Meu pai!...<br />

Vamos. Sim, ou não?<br />

Luís – Não, amo a outra...<br />

Carolina – Ah!...<br />

Antônio – Está acaba<strong>do</strong>! Não falemos mais nisto.<br />

Carolina – Obrigada; Luís, sei que não mereço o seu amor.<br />

Luís – Tem razão, Carolina: <strong>de</strong>ve agra<strong>de</strong>cer-me.<br />

CENA IV<br />

(Antônio, Margarida e Carolina)<br />

8

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!