19.04.2013 Views

As asas de um anjo - a casa do espiritismo

As asas de um anjo - a casa do espiritismo

As asas de um anjo - a casa do espiritismo

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Luís – É justamente sobre isso que <strong>de</strong>sejo conversar contigo. Araújo não<br />

<strong>de</strong>ve tardar; man<strong>de</strong>i-o chamar!<br />

Meneses – Se não me engano ouço a sua voz.<br />

Luís – É ele.<br />

CENA V<br />

(Os mesmos e Araújo)<br />

Araújo – Por que razão o teu cria<strong>do</strong> não me quis <strong>de</strong>ixar entrar pelo teu<br />

gabinete?<br />

Luís– Foi or<strong>de</strong>m que lhe <strong>de</strong>i.<br />

Araújo – Pois <strong>de</strong>ves revogá-la... É maçada!...<br />

Luís – É por hoje unicamente.<br />

Araújo (a Meneses) – Como vais?<br />

Meneses – Já me estás com uns ares <strong>de</strong> capitalista.<br />

Araújo – Infelizmente são ares apenas.<br />

Meneses – A realida<strong>de</strong> não tarda: o mais difícil já conseguiste, estás<br />

estabeleci<strong>do</strong>.<br />

Araújo – Por falar nisto, adivinha quem me apareceu hoje queren<strong>do</strong> que o<br />

tomasse para caixeiro <strong>do</strong> balcão.<br />

Meneses – Quem?<br />

Araújo – O Vieirinha.<br />

Meneses – Ah!...<br />

Luís – Fala mais baixo; Carolina po<strong>de</strong> ouvir-te.<br />

Araújo – O engraça<strong>do</strong>, porém, é que <strong>de</strong>pois <strong>do</strong> não re<strong>do</strong>n<strong>do</strong> que lhe preguei<br />

na bochecha, a <strong>do</strong>is passos da porta foi recruta<strong>do</strong>.<br />

Meneses – Não merecia essa honra. A missão <strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r o seu país é<br />

muito nobre para ser confiada ao primeiro tratante que se agarra na rua.<br />

Araújo – Que te importa isso? O país não ganhará <strong>um</strong> solda<strong>do</strong>, porém ao<br />

menos ensinará <strong>um</strong> velhaco.<br />

Luís – Não percamos tempo. Senta-te!<br />

Araújo – É verda<strong>de</strong>! Por que me mandaste chamar?<br />

Luís – Para comunicar-te, e a Meneses, <strong>um</strong>a resolução minha.<br />

Araújo – Que solenida<strong>de</strong>!<br />

Luís – O objeto exige.<br />

Araújo – Pois então fala <strong>de</strong> <strong>um</strong>a vez.<br />

Luís – Tu me tens acompanha<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o princípio da minha vida, sabes qual<br />

foi o meu primeiro amor. O que porém não sabes, é que apesar <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>,<br />

apesar da vergonha e <strong>do</strong> escândalo, nunca <strong>de</strong>ixei <strong>de</strong> amar Carolina. Combati<br />

essa paixão louca e extravagante; não pu<strong>de</strong> extingui-la; consegui apenas<br />

<strong>do</strong>miná-la.<br />

Araújo – Mas hoje é ela que te <strong>do</strong>mina.<br />

71

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!