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As asas de um anjo - a casa do espiritismo

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Carolina – Já estou resignada! Não pertenço mais a este mun<strong>do</strong>!...<br />

Luís – Hás <strong>de</strong> voltar a ele. Eu te prometo!...<br />

Carolina – Como, meu Deus!...<br />

Luís – Não me acreditas?<br />

Carolina – Desejava mas não posso...<br />

Luís – Espera!...<br />

Carolina – Por que não me explicas?<br />

Luís – Vai ter com Margarida; preciso conversar com Meneses.<br />

Carolina – E <strong>de</strong>pois?<br />

Luís – Depois eu te chamarei.<br />

Carolina (a Meneses) – Até logo?<br />

Luís – Ele <strong>de</strong>mora-se.<br />

Meneses – Mas, <strong>de</strong> agora em diante, po<strong>de</strong> acusar a quem quiser!...<br />

Carolina – Eu só acuso a mim mesma, Sr. Meneses.<br />

CENA IV<br />

(Luís e Meneses)<br />

Meneses – Pobre moça!... Quem diria que <strong>de</strong>pois daquele <strong>de</strong>lírio <strong>de</strong> prazer<br />

viria <strong>um</strong>a tão nobre e tão santa resignação!<br />

Luís – Isto prova, Meneses, que nem sempre o mun<strong>do</strong> tem razão; que estas<br />

faltas que ele con<strong>de</strong>na encerram, às vezes, <strong>um</strong>a gran<strong>de</strong> lição. <strong>As</strong> mais belas<br />

almas são as que saem <strong>do</strong> erro purificadas pela <strong>do</strong>r e fortalecidas pela luta.<br />

Meneses – Concor<strong>do</strong>; para Deus assim é, para o homem não.<br />

Luís – Para os homens também. Eu hoje respeito e admiro a virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Carolina!<br />

Meneses – Não duvi<strong>do</strong>; há virtu<strong>de</strong>s que se respeitam e admiram, mas que<br />

não se po<strong>de</strong>m amar.<br />

Luís – Por que razão?<br />

Meneses – Porque o amor é <strong>um</strong> exclusivista terrível; foi ele que inventou o<br />

monopólio e o privilégio. Já vês que este senhor não po<strong>de</strong> admitir a<br />

concorrência nem mesmo <strong>do</strong> passa<strong>do</strong>.<br />

Luís – Julgas então impossível amar-se <strong>um</strong>a mulher como Carolina?<br />

Meneses – Conce<strong>do</strong> que ela excite <strong>um</strong> <strong>de</strong>sejo ou <strong>um</strong> capricho; mas <strong>um</strong><br />

verda<strong>de</strong>iro amor, não.<br />

Luís – O que dizes é verda<strong>de</strong> se o amor aspira à posse; mas se ele é apenas<br />

<strong>um</strong> gozo <strong>do</strong> espírito?<br />

Meneses – Não creio na existência <strong>de</strong> semelhante sentimento.<br />

Luís – Entretanto é assim que amo Carolina.<br />

Meneses – Ainda?<br />

Luís – Mais <strong>do</strong> que nunca.<br />

Meneses – E que futuro tem semelhante amor?<br />

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