As asas de um anjo - a casa do espiritismo
As asas de um anjo - a casa do espiritismo
As asas de um anjo - a casa do espiritismo
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Carolina – Como quiseres... A cabeça ar<strong>de</strong>-me!...<br />
Luís – Veja se consegue <strong>do</strong>rmir <strong>um</strong> pouco.<br />
Carolina – Antes acordada! Se durmo tenho sonhos horríveis! Vejo meu pai<br />
como naquela noite! Minha mãe que chora... Dê-me a sua mão, Luís...<br />
Deite-a sobre minha cabeça... assim... Talvez me tire este fogo... (Pausa.) A<br />
vela apagou-se?<br />
Luís – Incomoda-lhe a falta <strong>de</strong> luz?<br />
Carolina – Tenho me<strong>do</strong>!... No escuro é que me aparecem as visões...<br />
Luís – Espere <strong>um</strong> momento.<br />
Carolina – On<strong>de</strong> vai? Não me <strong>de</strong>ixe!<br />
Luís – Volto já; vou ver luz. Não quer?<br />
Carolina – Sim!... Sim!...<br />
Luís – Helena!<br />
Helena – Chamou-me?<br />
Luís – Levou a vela?<br />
Helena – Para fazer o remédio.<br />
Luís – Não tem outra?<br />
Helena – Esqueci-me comprar. Mas a venda é aqui junto; vou n<strong>um</strong><br />
momento.<br />
Luís – Deixe estar; irei eu mesmo. Faça o que ela lhe pediu.<br />
Helena (a Carolina) – Não te agonies; já está quase pronto.<br />
CENA XIII<br />
(Carolina e Antônio)<br />
Antônio – Ó <strong>de</strong> <strong>casa</strong>! Menina!... Deixaste a porta aberta? Ah! Ah! Ah!<br />
Carolina – Quem anda aí?<br />
Antônio – Sou eu. On<strong>de</strong> estás?<br />
Carolina – Mas quem é?<br />
Antônio – Tu não me conheces, mas é o mesmo! Por que estás no escuro?<br />
Carolina – Apagou-se a luz. Que me quer?<br />
Antônio – Nada, menina. Vamos conversar!<br />
Carolina – Deixe-me!... Helena!...<br />
Antônio – Tens as mãos tão frias!...<br />
Carolina – Estou <strong>do</strong>ente!... Sinto arrepios!...<br />
Antônio – Por que não tomas <strong>um</strong> golezinho? A aguar<strong>de</strong>nte aquece.<br />
Carolina – A aguar<strong>de</strong>nte?<br />
Antônio – Sim; é o melhor remédio.<br />
Carolina – Dizem que faz aquecer... É verda<strong>de</strong>?<br />
Antônio – Se é!... Queres?<br />
Carolina – Oh! Se houvesse alg<strong>um</strong>a coisa que me matasse esta se<strong>de</strong>!...<br />
66