19.04.2013 Views

As asas de um anjo - a casa do espiritismo

As asas de um anjo - a casa do espiritismo

As asas de um anjo - a casa do espiritismo

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Luís – Com efeito <strong>de</strong>ve ser cruel!<br />

Carolina – E quan<strong>do</strong> chega o dia em que a moléstia lhe rouba as cores, a<br />

formosura, a mocida<strong>de</strong>, e da moça bonita que to<strong>do</strong>s admiravam faz <strong>um</strong>a<br />

múmia; quan<strong>do</strong> vem a pobreza, e é preciso, para não morrer <strong>de</strong> fome...<br />

ven<strong>de</strong>r-se!... Oh!... É horrível!.. Prefira, Luís, ven<strong>de</strong>r o meu sangue gota a<br />

gota.!...<br />

Luís – Sossegue, Carolina! Esse horror que lhe causam as faltas que<br />

cometeu, é já o sinal <strong>do</strong> arrependimento, ele lhe dará a força para repelir<br />

essa existência.<br />

Carolina – Se fosse possível!...<br />

Luís – Como? Que diz?<br />

Carolina – Por mais forte que seja a vonta<strong>de</strong>, Luís, há ocasiões em que a<br />

necessida<strong>de</strong> a subjuga! Quem sofre privações não reflete, não pensa...<br />

Luís – Então é isso que a aflige?<br />

Carolina – Como <strong>de</strong>ve ser amargo o sustento ganho com tanta vergonha e<br />

tanta h<strong>um</strong>ilhação!...<br />

Luís– Mas, Carolina... A minha presença <strong>de</strong>ve tranqüilizá-la.<br />

Carolina – Obrigada, Luís. Não posso... É <strong>um</strong> orgulho ridículo, bem o sei.<br />

Porém nunca aceitarei...<br />

Luís – Nem <strong>de</strong> mim, Carolina?<br />

Carolina – De meu primo, menos <strong>do</strong> que <strong>do</strong>s outros!...<br />

Luís – Por que razão?<br />

Carolina – Não se lembra?<br />

Luís – De quê?... Não... Não me lembro!...<br />

Carolina – Não lhe disse <strong>um</strong>a vez!... No meio <strong>de</strong>ssa existência louca não<br />

perdi <strong>de</strong> to<strong>do</strong> a minha alma. Uma afeição a salvou. Supliquei-lhe <strong>um</strong> dia que<br />

a aceitasse. Depois que a suportasse apenas! Recusou e eu lhe agra<strong>de</strong>ço!<br />

Conservei puro e virgem esse amor!... Não me obrigue a fazer <strong>de</strong>le <strong>um</strong><br />

<strong>de</strong>ver.<br />

Luís – Pois bem, Carolina, não quer aceitar <strong>de</strong> mim, aceite <strong>de</strong> sua mãe.<br />

Carolina – De minha mãe?...<br />

Luís – Não <strong>de</strong>seja vê-la?<br />

Carolina – Queria pedir-lhe, mas não me animava.<br />

Luís – Adivinhei o seu peso.<br />

Carolina – E me per<strong>do</strong>ará ela, Luís?<br />

Luís – Já per<strong>do</strong>ou.<br />

Carolina – Ah!... (Recosta-se extenuada.)<br />

CENA XII<br />

(Os mesmos e Helena)<br />

Helena – Demorei-me, porque a botica é longe.<br />

Carolina – Dá-ma; tenho <strong>um</strong>a se<strong>de</strong>!<br />

Helena – estás com febre! Não tomes em água fria. Vou fazer-lhe <strong>um</strong> chá.<br />

Sim?<br />

65

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!