19.04.2013 Views

As asas de um anjo - a casa do espiritismo

As asas de um anjo - a casa do espiritismo

As asas de um anjo - a casa do espiritismo

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Meneses – Talvez seja <strong>um</strong>a injustiça, Carolina; mas não sabes a causa?... É<br />

o gran<strong>de</strong> respeito, a espécie <strong>de</strong> culto, que o homem civiliza<strong>do</strong> consagra à<br />

mulher. Entre os povos bárbaros ela é apenas escrava ou amante; o seu<br />

valor está na sua beleza. Para nós, é a tríplice imagem da maternida<strong>de</strong>, <strong>do</strong><br />

amor e da inocência. Estamos habitua<strong>do</strong>s a venerar nela a virtu<strong>de</strong> na sua<br />

forma a mais perfeita. Por isso na mulher a menor falta mancha também o<br />

corpo, enquanto que no homem mancha apenas a alma. A alma purifica-se<br />

porque é espírito, o corpo não!... Eis por que o arrependimento apaga a<br />

nó<strong>do</strong>a <strong>do</strong> homem, e nunca a da mulher; eis por que a socieda<strong>de</strong> recebe o<br />

homem que se regenera, e repele sempre aquela que traz em sua pessoa os<br />

traços in<strong>de</strong>léveis <strong>do</strong> seu erro.<br />

Carolina – É <strong>um</strong> triste privilégio!...<br />

Meneses – Compensa<strong>do</strong> pelo orgulho <strong>de</strong> haver inspira<strong>do</strong> ao homem as coisas<br />

mais sublimes que ele tem cria<strong>do</strong>.<br />

Luís – Penso diversamente, Sr. Meneses. Por mais injusto que seja o mun<strong>do</strong>,<br />

há sempre nele perdão e esquecimento para aqueles que se arrepen<strong>de</strong>m<br />

sinceramente: on<strong>de</strong> não o há é na consciência. Mas não se preocupe com<br />

isto agora, Carolina; vê que não lhe faltam amigos, e essa mão que <strong>de</strong>seja,<br />

aqui a tem!<br />

Carolina – Deixa-me beijá-la!<br />

Luís – Não se beija a mão <strong>de</strong> <strong>um</strong> irmão; aperta-se!<br />

CENA VIII<br />

(Os mesmos e Pinheiro)<br />

Helena – Quem é o senhor?<br />

Pinheiro – Um moço que veio no meu tílburi entrou aqui... Não posso<br />

esperar mais tempo; são nove horas.<br />

Helena – Como se chama?<br />

Pinheiro – Vieirinha.<br />

Helena – Ah! Já saiu! Pregou <strong>um</strong> calote!<br />

Araújo – Para não per<strong>de</strong>r o cost<strong>um</strong>e.<br />

Meneses – Helena não lhe <strong>de</strong>u os <strong>de</strong>z tostões!<br />

Pinheiro – Helena!... Os senhores!... Aqui!... E ela! Carolina!...<br />

Carolina – Quem me chama?<br />

Pinheiro – Ah!<br />

Helena – Sr. Pinheiro!...<br />

Pinheiro – Como está magra e pálida!... Oh!... Deus é justo!<br />

Luís– Cale-se, senhor! Se não respeita a fraqueza <strong>de</strong> <strong>um</strong>a mulher, respeite<br />

ao menos o leito <strong>de</strong> <strong>um</strong>a enferma!<br />

Pinheiro – Não é minha intenção ofendê-la; ao contrário... O acaso fez que o<br />

homem pobre, mas honra<strong>do</strong>, encontrasse diante das mesmas testemunhas,<br />

61

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!