As asas de um anjo - a casa do espiritismo
As asas de um anjo - a casa do espiritismo
As asas de um anjo - a casa do espiritismo
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Meneses – Duvi<strong>do</strong> muito; mas fica <strong>de</strong>scansada. Falarei aos outros.<br />
Entretanto <strong>de</strong>ve ter necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> alg<strong>um</strong> dinheiro... (batem)<br />
Helena – Há <strong>de</strong> ser alg<strong>um</strong> <strong>de</strong>les!<br />
Meneses – É natural.<br />
CENA II<br />
(Os mesmos, Luís e Araújo.)<br />
Luís – On<strong>de</strong> está Carolina?<br />
Helena – Dorme; não a acor<strong>de</strong>. É o único momento <strong>de</strong> alívio que tem.<br />
Luís – Está muito <strong>do</strong>ente?<br />
Helena – Agora vai <strong>um</strong> pouco melhor; mas ainda sofre bastante.<br />
Araújo (a Meneses) – Foi <strong>de</strong>pois daquele dia que estivemos juntos em <strong>casa</strong><br />
<strong>de</strong>la.<br />
Meneses – É verda<strong>de</strong>.<br />
Araújo – Soubeste hoje.<br />
Meneses – Porque Helena me escreveu!<br />
Luís – Eu já sabia há dias; porém não me foi possível <strong>de</strong>scobrir a <strong>casa</strong>.<br />
Helena – Uma rua tão esquisita!... Quan<strong>do</strong> pensaria eu morar no Saco <strong>do</strong><br />
Alferes!...<br />
Meneses – Não se acaba por on<strong>de</strong> se começa, Helena.<br />
Luís – Que é feito <strong>do</strong> homem que praticou esse rouboinfame?<br />
Meneses – Anda por aí muito satisfeito; vai <strong>casa</strong>r-se...<br />
Helena – Que feliz mulher!...<br />
Araújo – E <strong>de</strong>ixa-se que <strong>um</strong> indivíduo <strong>de</strong>sses goze tranqüilamente <strong>do</strong> fruto<br />
<strong>do</strong> seu crime? Não havia meio <strong>de</strong> levá-lo à polícia?<br />
Helena – Com o vexame da <strong>do</strong>ença <strong>de</strong> Carolina, nem me lembrei <strong>de</strong><br />
semelhante coisa. Demais, que lucrávamos nós com isso? Faltavam as<br />
provas; e quem se prestaria a ir jurar a nosso favor contra <strong>um</strong> homem<br />
conheci<strong>do</strong>?...<br />
Araújo – Conheci<strong>do</strong> como <strong>um</strong> tratante!<br />
Helena – Mas sempre tem amigos; ninguém acreditaria...<br />
Araújo – Não estou por isso.<br />
Meneses – Helena tem razão. Araújo; ninguém lhe daria crédito, ninguém<br />
juraria a seu favor; e eu estimo bem que ela tenha consciência <strong>de</strong> quanto<br />
<strong>de</strong>sceu, que a socieda<strong>de</strong> nem ouve as suas queixas.<br />
Helena – Não falemos nestas coisas agora, Sr. Meneses; já não têm volta...<br />
Araújo – O arrependimento nunca vem tar<strong>de</strong>.<br />
Helena– Por isso eu vou passan<strong>do</strong> muito bem sem ele.<br />
Araújo – Que mulherzinha!<br />
Meneses – Quantas não existem assim.<br />
Os mesmos e Ribeiro)<br />
CENA III(<br />
57