19.04.2013 Views

As asas de um anjo - a casa do espiritismo

As asas de um anjo - a casa do espiritismo

As asas de um anjo - a casa do espiritismo

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

outros. Seus primeiros amantes, a quem arruinou, diriam que eu vivia da<br />

sua miséria.<br />

Carolina – Oh! não...<br />

Luís – É inútil!<br />

Carolina – Pois bem!... Antes <strong>de</strong> partir... porque sei que é a última vez que<br />

nos vemos... Luís... (apresenta-lhe a fronte timidamente.)<br />

Luís – O quê?...<br />

ATO QUARTO<br />

(Em <strong>casa</strong> <strong>de</strong> Carolina. Sala pobre e miserável. É noite.)<br />

CENA PRIMEIRA<br />

(Helena eMeneses)<br />

Helena – Quem é?<br />

Meneses – Abre, Helena.<br />

Helena – Ah! Sr. Meneses!<br />

Meneses – Que significa isto?<br />

Helena – Uma <strong>de</strong>sgraça!<br />

Meneses – Conta-me!... Recebi a tua carta: mas tu não aproveitas muito as<br />

lições <strong>do</strong> teu mestre <strong>de</strong> gramática; pouco entendi.<br />

Helena – O senhor nada sabia?<br />

Meneses – Nada absolutamente. Voltan<strong>do</strong> à tua <strong>casa</strong> disseram-me que se<br />

haviam muda<strong>do</strong>. Perguntei notícias ao Ribeiro, a quem encontrei há dias.<br />

Não me soube dizer.<br />

Helena – É que foi <strong>um</strong>a coisa tão repentina! Naquele mesmo dia em que o<br />

senhor lá esteve com o Araújo, fazem <strong>do</strong>is meses pouco mais ou menos, que<br />

Carolina <strong>de</strong>scobriu que estava roubada.<br />

Meneses – Ah! Aquela caixinha <strong>de</strong> charão...<br />

Helena – O Vieirinha com <strong>um</strong>a chave falsa abria e tirava as jóias que<br />

Carolina guardava, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> as caixas vazias, para que ela não<br />

<strong>de</strong>sconfiasse.<br />

Meneses – Que miserável!<br />

Helena – Ela coitadinha, a princípio fingiu não se importar; mas <strong>de</strong>pois veiolhe<br />

<strong>um</strong>a febre... Esteve à morte. Com a moléstia gastamos o que tínhamos;<br />

ven<strong>de</strong>mos tu<strong>do</strong>, e alugamos este cochicholo on<strong>de</strong> mal cabemos.<br />

Meneses – Com efeito não parece habitação <strong>de</strong> gente.<br />

Helena – Que remédio?... mas o pior é que não temos nem o que comer! Se<br />

ao menos ela já estivesse boa... Neste <strong>de</strong>sespero lembrei-me <strong>de</strong> escrever<br />

àqueles que tínhamos conheci<strong>do</strong> em outros tempos, ao senhor, ao Araújo,<br />

ao Ribeiro, ao Viana...Escrevi até ao próprio Vieirinha!<br />

Meneses – Depois <strong>do</strong> que ele fez?<br />

Helena – Talvez esteja arrependi<strong>do</strong>, e restitua <strong>um</strong>a parte <strong>do</strong> que roubou.<br />

56

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!