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As asas de um anjo - a casa do espiritismo

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Pinheiro (a Helena) – Deixa-me! Hei <strong>de</strong> falar a Carolina. (Entra.)<br />

Helena – On<strong>de</strong> viu o senhor entrar assim na <strong>casa</strong> <strong>do</strong>s outros?<br />

Pinheiro – São os maus hábitos que ficam a quem já foi <strong>do</strong>no. Meus<br />

senhores!...<br />

Meneses – Sr. Pinheiro! (Esten<strong>de</strong>n<strong>do</strong>-lhe a mão.)<br />

Pinheiro (recusan<strong>do</strong>, confuso) – Tem passa<strong>do</strong>... bem...<br />

Meneses – Po<strong>de</strong> apertá-la; nunca a estendi aos favores <strong>do</strong> homem rico;<br />

ofereço-a ao homem pobre que sabe suportar dignamente a sua <strong>de</strong>sgraça.<br />

Pinheiro (apertan<strong>do</strong> a mão) – Se to<strong>do</strong>s tivessem esta linguagem...<br />

Araújo – Ele não teria merecimento, Sr. Pinheiro.<br />

Pinheiro – Os senhores permitem que eu diga alg<strong>um</strong>as palavras em<br />

particular à Carolina?<br />

Meneses – Sem dúvida! Esperamos naquela saleta. Anda, Helena; vem<br />

divertir-nos contan<strong>do</strong> os teus arrufos com o Vieirinha.<br />

Helena (a Carolina) – Não sofras maçada.<br />

Carolina – Deixa.<br />

CENA III<br />

(Pinheiro e Carolina)<br />

Pinheiro – Vejo que a minha presença lhe aborrece, Carolina. Só <strong>um</strong> motivo<br />

forte me obrigaria a importuná-la.<br />

Carolina – Previno-lhe que vou sair; portanto não se <strong>de</strong>more.<br />

Pinheiro – Houve tempo em que nesta mesma sala, neste mesmo lugar, a<br />

mesma voz se queixava quan<strong>do</strong> eu não podia me <strong>de</strong>morar.<br />

Carolina – Deixemos o passa<strong>do</strong> em paz.<br />

Pinheiro – Não se recorda.<br />

Carolina – <strong>As</strong> mulheres só começam a recordar <strong>de</strong>pois <strong>do</strong>s quarenta anos;<br />

antes gozam.<br />

Pinheiro – Pois bem! Que esqueça o amor, compreen<strong>do</strong>; mas há certas<br />

coisas que lembram sempre.<br />

Carolina – Não sei quais sejam.<br />

Pinheiro – Os benefícios.<br />

Carolina – Deixam <strong>de</strong> ser quan<strong>do</strong> se lançam em rosto.<br />

Pinheiro – Não foi essa minha intenção, Carolina; <strong>de</strong>sculpe. O meu espírito<br />

se azeda com estas reminiscências. antes que a ofenda <strong>de</strong> novo, não vou<br />

dizer o que lhe quero pedir.<br />

Carolina – Ah! Vem pedir?<br />

Pinheiro – Admira-se!<br />

Carolina – Como nunca pedi, estranho sempre que me pe<strong>de</strong>m.<br />

Pinheiro – Talvez alg<strong>um</strong> dia seja obrigada!...<br />

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