As asas de um anjo - a casa do espiritismo
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Carolina – Não é <strong>de</strong> bom gosto?<br />
Luís – Muito lin<strong>do</strong>!<br />
Carolina – Quanto valerá?<br />
Luís – Nada para mim; para outros talvez seja o preço <strong>de</strong> <strong>um</strong>a infâmia.<br />
Carolina – Faltava o insulto!<br />
CENA VII<br />
Helena – Quem está aí?<br />
Carolina – Não.<br />
Helena – O Ribeiro.<br />
Carolina – Ah!<br />
Helena – Que virá fazer?<br />
Carolina – Não sei. Naturalmente recebeu a minha carta mais ce<strong>do</strong> <strong>do</strong> que<br />
<strong>de</strong>via.<br />
Helena – Tu lhe escreveste?... Para quê?...<br />
Luís (aCarolina) Seu amante!<br />
Carolina – Eu o espero.<br />
CENA VIII<br />
Ribeiro (a Carolina) – Esta carta?<br />
Carolina – É minha.<br />
Ribeiro – Que quer dizer isto?<br />
Carolina – Não leu? Preveni-o da minha resolução.<br />
Ribeiro – Não acredito!... tu não po<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ixar-me!<br />
Carolina – Não posso... Por quê?<br />
Ribeiro – Tu és minha, Carolina! Tu me pertences!<br />
Carolina – Engana-se; o que lhe pertence ficou em sua <strong>casa</strong>; <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong>-o,<br />
<strong>de</strong>ixei tu<strong>do</strong> o que me havia da<strong>do</strong>.<br />
Ribeiro – Que me importa isso? É a ti que eu não quero e não <strong>de</strong>vo per<strong>de</strong>r.<br />
Carolina – Seu que incomoda a falta <strong>de</strong> <strong>um</strong> objeto com o qual estamos<br />
habitua<strong>do</strong>s! Mas paciência... nem sempre a moça tímida havia <strong>de</strong> sujeitar-se<br />
ao jugo que lhe impuseram.<br />
Ribeiro – É a segunda vez que me fazes esta exprobração. Não me<br />
compreen<strong>de</strong>s! Se eu não te amasse, teria realiza<strong>do</strong> os teus sonhos; gozaria<br />
<strong>um</strong> momento contigo <strong>de</strong>sta vida louca e extravagante que te fascina e<br />
<strong>de</strong>pois te aban<strong>do</strong>naria ao acaso. Mas Deus puniu-me com a minha própria<br />
falta: quis seduzir-te e amei-te. Não sabes o que tenho sofri<strong>do</strong>... em que<br />
luta vivo com minha família!<br />
Carolina – Nesse ponto me parece que se alg<strong>um</strong> <strong>de</strong> nós <strong>de</strong>ve ao outro, não é<br />
<strong>de</strong>certo aquela que sacrificou a sua existência. Mas não cui<strong>de</strong> que me<br />
queixo; aceito o meu <strong>de</strong>stino! Fui eu que assim o quis...<br />
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