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As asas de um anjo - a casa do espiritismo

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Vieirinha – Ah! Deu-te para aí! Queres pregar-me <strong>um</strong> sermão? Basta os que<br />

ouço <strong>do</strong> velho! (Vai sair.)<br />

Helena – Então, até quatro horas?<br />

Vieirinha – Não, <strong>de</strong>cididamente não vou; já te disse o motivo.<br />

Helena – Olha! Se tu me prometesses...<br />

Vieirinha – O quê?<br />

Helena – Não jogar mais.<br />

Vieirinha – Que farias?<br />

Helena – Faria <strong>um</strong> sacrifício...<br />

Vieirinha – Sacrifício... (faz o gesto vulgar com que se exprime dinheiro.)<br />

Helena – Sim!<br />

Vieirinha – Prometo o que tu quiseres! Juro!<br />

Helena (dan<strong>do</strong>-lhe <strong>um</strong>a nota) – Pois toma; vai pagar a tua dívida e volta.<br />

Vieirinha – Está dito!... Tu és <strong>um</strong>a flor, Helena.<br />

Helena – Sim! Vêm a tempo os teus c<strong>um</strong>primentos; nem fazes caso <strong>de</strong> mim.<br />

Vieirinha – Não digas isto. Os únicos momentos <strong>de</strong> felicida<strong>de</strong> que tenho são<br />

os que passo junto <strong>de</strong> ti. Até a tar<strong>de</strong>!<br />

CENA V<br />

(Helena e Carolina)<br />

Carolina – Cheguei muito ce<strong>do</strong>!<br />

Helena – Não faz mal.<br />

Sentia <strong>um</strong>a impaciência!... Apenas Ribeiro saiu, meti-me n<strong>um</strong> carro...Antes<br />

que me arrepen<strong>de</strong>sse!<br />

Helena – <strong>As</strong>sim estás resolvida?<br />

Carolina – Inteiramente.<br />

Helena – Já duas vezes disseste o mesmo, e quan<strong>do</strong> chegou o momento...<br />

Carolina – Hesitei antes <strong>de</strong> dar este passo; não sei que pressentimento me<br />

apertava o coração, e me dizia que eu procedia mal. Foi o primeiro homem a<br />

quem amei neste mun<strong>do</strong>; é o pai <strong>de</strong> minha filhinha. Parecia-me que <strong>de</strong>via<br />

acompanhá-lo sempre!<br />

Helena – Se ele não te aban<strong>do</strong>nasse mais dia, menos dia.<br />

Carolina – Não há <strong>de</strong> ter este trabalho; hoje resolvi-me; esta existência<br />

pesa-me. A que horas vem o Pinheiro?<br />

Helena – Não po<strong>de</strong> tardar.<br />

Carolina – É muito longe daqui a Laranjeiras?<br />

Helena – Não; é <strong>um</strong> instante! Em cinco minutos po<strong>de</strong>s lá estar.<br />

Carolina – Já viste a <strong>casa</strong>?<br />

Helena – Ainda ontem. Está arranjada com <strong>um</strong> luxo!... O Pinheiro vai te<br />

tratar como <strong>um</strong>a princesa.<br />

Carolina – Contanto que me <strong>de</strong>ixe livre.<br />

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