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As asas de um anjo - a casa do espiritismo

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Vieirinha – Que fazer tu hoje?<br />

Helena – Nada.<br />

Vieirinha – Então não precisas <strong>de</strong> mim?<br />

Helena – Que pergunta!<br />

Vieirinha – Dá-me <strong>um</strong> charuto.<br />

Helena – Não tenho.<br />

Vieirinha – Estás hoje muito aborrecida.<br />

Helena – E tu muito maçante.<br />

Vieirinha – Não duvi<strong>do</strong>; passei mal a noite. (Esten<strong>de</strong>-se no sofá) Se quiseres<br />

conversar, acorda-me.<br />

Helena – Não se <strong>de</strong>ite, não senhor.<br />

Vieirinha – Por quê?<br />

Helena – Não são horas <strong>de</strong> <strong>do</strong>rmir.<br />

Vieirinha – Ora, quan<strong>do</strong> se tem sono...<br />

Helena – Espero Carolina. Preciso estar só com ela.<br />

Vieirinha – Está feito. vou trocar as pernas por aí.<br />

Helena – Não voltas?<br />

Vieirinha – É boa! Deitas-me pela porta fora e achas que <strong>de</strong>vo voltar?<br />

Helena – Estás zanga<strong>do</strong>?... Deixa-te disso. Volta às quatro horas.<br />

Vieirinha – Para fazer o quê?<br />

Helena – Iremos jantar ao Hotel <strong>de</strong> Botafogo.<br />

Vieirinha – É muito longe.<br />

Helena – Não faltes.<br />

Vieirinha – Se pu<strong>de</strong>r.<br />

Helena – Conto contigo.<br />

Vieirinha – Vai só.<br />

Helena – Não tem graça!<br />

Vieirinha – Pois eu não posso ir.<br />

Helena – Por que razão?<br />

Vieirinha – Por quê...<br />

Helena – Estás inventan<strong>do</strong> a mentira?<br />

Vieirinha – Tenho acanhamento em confessar-te.<br />

Helena – Começas tar<strong>de</strong> com os teus acanhamentos!<br />

Vieirinha (rin<strong>do</strong>) – Deveras!... Pois não vou ao Hotel <strong>de</strong> Botafogo porque não<br />

quero encontrar-me com certo sujeito.<br />

Helena – Ou sujeita?...<br />

Vieirinha – Já está com ciúmes! É <strong>um</strong> rapaz que me ganhou outro dia<br />

cinqüenta mil-réis no jogo, e a quem ainda não paguei.<br />

Helena – Não será o primeiro.<br />

Vieirinha – Nem o último. Mas esse tem <strong>um</strong>a irmã feia e rica que po<strong>de</strong> ser<br />

<strong>um</strong> excelente <strong>casa</strong>mento. Se não lhe pago, fico <strong>de</strong>sacredita<strong>do</strong> na família.<br />

Helena – Bem feito! Só assim <strong>de</strong>ixarás o maldito vício <strong>do</strong> jogo.<br />

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