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As asas de um anjo - a casa do espiritismo

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Antônio – Não sabes?<br />

Carolina – Não!<br />

Antônio – Tu não sabes?<br />

Carolina – Meu Deus!<br />

Antônio – Esqueceste até o nome <strong>de</strong> tua mãe?<br />

Carolina – Esqueci tu<strong>do</strong>.<br />

Antônio – Oh! tens razão! Tu não és minha filha. Nunca foste... (Precipita-se<br />

sobre ela e a obriga a ajoelhar-se.Ribeiro e Pinheiro protegem Carolina,<br />

enquanto Luís segura Antônio pelo braço.)<br />

Luís – Antônio!<br />

Antônio – Solta-me, Luís!<br />

Meneses – Não a ofenda! É sua filha!<br />

Antônio – Não: já não é.<br />

Meneses – Mas é ainda <strong>um</strong>a mulher. Deseja puni-la? Respeite essa vida que<br />

a levará <strong>de</strong> lição em lição até o último e terrível <strong>de</strong>sengano. É preciso que<br />

<strong>um</strong> dia a sua própria consciência a acuse perante Deus, sem que possa<br />

achar <strong>de</strong>fesa, nem mesmo na cólera severa, mas justa <strong>de</strong> <strong>um</strong> pai.<br />

Araújo – Vamos; vamos, Luís.<br />

Antônio – E ela... fica.<br />

Araújo – Nem lhe respon<strong>de</strong>!<br />

Antônio – Pois sim, fica; se alg<strong>um</strong> dia me encontrares no teu caminho, se o<br />

teu carro atirar-me lama à cara, se os teus cavalos me pisarem, não me<br />

olhes, não me reconheças. Vê o que tu és, que <strong>um</strong> miserável bêba<strong>do</strong>, que<br />

anda cain<strong>do</strong> pelas ruas, tem vergonha <strong>de</strong> passar por teu pai!<br />

Luís – Espera, Antônio! Talvez ainda não esteja tu<strong>do</strong> perdi<strong>do</strong>. Um último<br />

esforço! Abre os braços à tua filha!... Olha! Olha!... Não vês que ela chora?<br />

Carolina – Foram as últimas lágrimas... já secaram!... se tivessem caí<strong>do</strong><br />

neste copo, eu beberia com elas à memória <strong>do</strong> meu passa<strong>do</strong>.<br />

ATO SEGUNDO<br />

(Sala em <strong>casa</strong> <strong>de</strong> Helena)<br />

CENA PRIMEIRA<br />

(Luís, Araújo e Meneses)<br />

Meneses – Po<strong>de</strong>mos entrar. Nada <strong>de</strong> cerimônias.<br />

Araújo – Talvez sejamos importunos.<br />

Meneses – Não tenhas receio. Sente-se, Sr. Viana.<br />

Araújo – E o tal Vieirinha?<br />

Meneses– Que tem? (Na porta Helena!<br />

Helena (<strong>de</strong>ntro) – Já Vou, Sr. Meneses.<br />

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