As asas de um anjo - a casa do espiritismo
As asas de um anjo - a casa do espiritismo
As asas de um anjo - a casa do espiritismo
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Vieirinha – Das maroteiras que fez.<br />
Antônio – A gente vive no outro mun<strong>do</strong> que não é ruim como este. Oh! é<br />
bom o vinho!<br />
Vieirinha – Pois tome lá este copo <strong>de</strong> champagne.<br />
Antônio – Venha! (Provan<strong>do</strong>) Puah!... não presta! É <strong>do</strong>ce como as falas <strong>de</strong><br />
certa gente; embrulha-me o estômago! Antes a aguar<strong>de</strong>nte que queima!<br />
Meneses – Chegue aqui; diga-me o que você procura esquecer. Sofreu<br />
alg<strong>um</strong>a <strong>de</strong>sgraça?<br />
Vieirinha – Queres outra história?<br />
Antônio – Qual história? Não sofri nada! Diverti os outros.<br />
Meneses – Mas conte isso mesmo.<br />
Antônio – Não tem que contar... O trabalha<strong>do</strong>r não <strong>de</strong>ve criar sua filha para<br />
os moços da moda?<br />
Meneses – Então sua filha...<br />
Antônio – Roubaram e nem ao menos me <strong>de</strong>ram o que ela valia! Velhacos...<br />
Os sujeitinhos hoje estão espertos!<br />
Meneses – Pobre homem!<br />
Antônio – Pobre, não! (Bate no bolso) Veja como tine. (Rin<strong>do</strong>) A mulher está<br />
<strong>do</strong>ente, não trabalha; eu durmo to<strong>do</strong> o dia, não vou mais à loja; porém<br />
Margarida tinha <strong>um</strong>a cruz <strong>de</strong> ouro com que rezava. Fui eu, e furtei <strong>de</strong> noite a<br />
cruz, como o outro furtou minha filha, e passei-a nos cobres. Cá está o<br />
dinheiro; chega para beber <strong>do</strong>is dias. Estou rico! Viva a alegria! Olá! senhor<br />
moço! An<strong>de</strong> com isso!... Meia garrafa!...<br />
Helena – (a Carolina) – Vamos para outra sala; não po<strong>de</strong>s ficar aqui.<br />
(Erguem-se)<br />
Ribeiro (a José) – Faz já sair este bêba<strong>do</strong>!<br />
Araújo a Luís) – Tenho me<strong>do</strong> <strong>do</strong> que vai se passar.<br />
Antônio (paraCarolina) – Olé! Que peixão! Dê cá este abraço... menina!<br />
Carolina – Meu pai!...(Escon<strong>de</strong> o rosto)<br />
Antônio – Pai!... Há muito tempo que não ouço esta palavra. Mas quem és<br />
tu? Deixa-me ver o teu rosto. Tu pareces bonita. Serás como Carolina?<br />
Mas... se não me engano... Sim... Sim... Tu és!<br />
Carolina – Não!<br />
Antônio – Tu és minha filha!<br />
Carolina – É falso!<br />
Antônio – Não foste tu que me falaste há pouco?... aqui... Não me chamaste<br />
teu pai?... Carolina!<br />
Carolina – Deixe-me!<br />
Antônio – Vem! Tua mãe me pediu que te levasse.<br />
Carolina – Minha mãe!...<br />
Antônio – Sim, tua mãe... Margarida. Se soubesses... como ela tem<br />
chora<strong>do</strong>... Minha pobre Margarida!<br />
Carolina – Não sei quem é.<br />
30