19.04.2013 Views

As asas de um anjo - a casa do espiritismo

As asas de um anjo - a casa do espiritismo

As asas de um anjo - a casa do espiritismo

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Luís – O senhor po<strong>de</strong> aproveitá-la para <strong>um</strong> <strong>do</strong>s seus folhetins, quan<strong>do</strong> lhe<br />

falte matéria.<br />

Meneses – Fica ao meu cuida<strong>do</strong>.<br />

Vieirinha – Mas não a apliques a ti, conforme o teu cost<strong>um</strong>e.<br />

Meneses – Se for <strong>um</strong>a história <strong>de</strong> amor, está visto que hás <strong>de</strong> ser tu o meu<br />

herói.<br />

Luís – É <strong>um</strong>a história <strong>de</strong> amor. Passou-se há <strong>do</strong>is anos.<br />

Pinheiro – Aqui na corte?<br />

Luís – Na Cida<strong>de</strong> Nova. Vivia então no seio <strong>de</strong> <strong>um</strong>a família <strong>um</strong>a moça pobre,<br />

mas honrada. Tinha <strong>de</strong>zoito anos; era linda... como... <strong>um</strong>a senhora que está<br />

a seu la<strong>do</strong>, Sr. Ribeiro.<br />

Ribeiro – Em que rua morava?<br />

Luís – Não me lembro. Seu pai e sua mãe a a<strong>do</strong>ravam; tinha <strong>um</strong> primo,<br />

pobre artista, que a amava loucamente.<br />

Carolina – A amava?...<br />

Luís – Sim, senhora. Era ela quem lhe dava a ambição; era esse amor que o<br />

animava no seu trabalho, e que o fazia adquirir <strong>um</strong>a instrução que <strong>de</strong>pois o<br />

elevou muito acima <strong>do</strong> seu h<strong>um</strong>il<strong>de</strong> nascimento. Mas sua prima o <strong>de</strong>sprezou,<br />

para amar <strong>um</strong> moço rico e elegante.<br />

Araújo (baixo) – Vais trair-te.<br />

Luís – Não importa.<br />

Pinheiro – Continue, senhor Viana.<br />

Helena – Eu acho melhor que se faça <strong>um</strong>a saú<strong>de</strong> cantada.<br />

Vieirinha – Com hipes e hurras!<br />

Carolina – Por quê?... A história <strong>do</strong> senhor é tão bonita.<br />

Vieirinha – Lá isso não se po<strong>de</strong> negar! É <strong>um</strong> perfeito romance.<br />

Luís – Uma noite, no momento em que esse moço entrava, sua prima<br />

seduzida por seu amante, ia <strong>de</strong>ixar a <strong>casa</strong> <strong>do</strong>s pais.<br />

Meneses – O! Temos <strong>um</strong> lance dramático?<br />

Luís – Não, senhor; passou-se tu<strong>do</strong> muito simplesmente. Ele disse alg<strong>um</strong>as<br />

palavras severas à sua prima; esta <strong>de</strong>sprezou suas palavras como tinha<br />

<strong>de</strong>spreza<strong>do</strong> o seu amor, e...partiu.<br />

Vieirinha – Como! O sujeito <strong>de</strong>ixou-a partir?<br />

Luís – É verda<strong>de</strong>.<br />

Carolina – E a amava!...<br />

Meneses – Era <strong>um</strong> homem pru<strong>de</strong>nte.<br />

Luís – Era <strong>um</strong> homem que compreendia o prazer.<br />

Pinheiro – Não enten<strong>do</strong>.<br />

Luís – Ele amava essa moça, mas não era ama<strong>do</strong>; nunca obteria <strong>de</strong>la o<br />

menor favor, e respeitava-a muito para pedi-lo. Lembrou-se que, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong>-a<br />

fugir, chegaria o dia em que com alg<strong>um</strong>as notas <strong>de</strong> banco compraria a<br />

afeição que não pô<strong>de</strong> alcançar em troca <strong>de</strong> sua vida.<br />

Araújo – Como po<strong>de</strong>s mentir assim!<br />

27

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!