As asas de um anjo - a casa do espiritismo
As asas de um anjo - a casa do espiritismo
As asas de um anjo - a casa do espiritismo
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Ribeiro – À tua saú<strong>de</strong>!<br />
Pinheiro – E <strong>do</strong>s teus amores.<br />
Vieirinha – Quais?<br />
Meneses – São tantos, que nem se lembra!<br />
Araújo – Quem é este conquista<strong>do</strong>r?<br />
Meneses – Nunca o viste?<br />
Araújo – Não.<br />
Meneses – Admira! É <strong>um</strong> <strong>de</strong>sses sujeitos que vivem na firme convicção <strong>de</strong><br />
que todas as mulheres o a<strong>do</strong>ram; isto o consola <strong>do</strong> pouco caso que <strong>de</strong>le<br />
fazem os homens.<br />
Araújo – Então é <strong>um</strong> fátuo?<br />
Meneses – Pois não! É <strong>um</strong> homem feliz; vai a <strong>um</strong> teatro e a <strong>um</strong> baile; acha<br />
bonita <strong>um</strong>a mulher, solteira, viúva ou <strong>casa</strong>da; persua<strong>de</strong>-se que ela o ama; e<br />
no dia seguinte com a maior boa fé revela esse segre<strong>do</strong> a alguns amigos<br />
bastante discretos para só contarem aos seus conheci<strong>do</strong>s.<br />
Araújo – E é nisso que se ocupam?<br />
Meneses – Achas que é pouco?<br />
Vieirinha – Uma saú<strong>de</strong>! Mas há <strong>de</strong> ser <strong>de</strong> virar.<br />
Helena – A quem?<br />
Vieirinha – À mulher que compreen<strong>de</strong> o amor.<br />
Pois eu bebo à mulher que compreen<strong>de</strong> o prazer.<br />
Pinheiro – Bravo! Muito bem!<br />
Helena – Não bebe, senhor Ribeiro?<br />
Ribeiro – Eu bebo à minha saú<strong>de</strong>.<br />
Helena – E eu à segunda.<br />
Vieirinha – E eu a ambas.<br />
Pinheiro – José, pe<strong>de</strong> permissão a estes senhores para oferecer-lhes <strong>um</strong><br />
copo <strong>de</strong> champagne. Espero que me façam o obséquio <strong>de</strong> acompanhar a<br />
nossa saú<strong>de</strong>. Vamos, Meneses!<br />
Meneses – Qual é a saú<strong>de</strong>?<br />
Carolina – À mulher que ama o prazer.<br />
Meneses – Vá lá!<br />
Pinheiro – Os senhores não bebem?<br />
Araújo – Eu agra<strong>de</strong>ço.<br />
Pinheiro – E o senhor Viana?<br />
Luís – Eu proponho outra saú<strong>de</strong>: ao prazer e àqueles que para gozá-lo<br />
sacrificam tu<strong>do</strong>!<br />
Pinheiro – É a melhor!<br />
Luís – E a mais verda<strong>de</strong>ira. Se os senhores me permitem, eu lhes contarei<br />
<strong>um</strong>a pequena história que os há <strong>de</strong> divertir.<br />
Vieirinha – Com muito gosto.<br />
Meneses – Venha a história.<br />
26