As asas de um anjo - a casa do espiritismo
As asas de um anjo - a casa do espiritismo
As asas de um anjo - a casa do espiritismo
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Carolina – Nunca o vi.<br />
Ribeiro – Mas falavas com ele?<br />
Carolina – Pedia-me notícias <strong>de</strong> <strong>um</strong>a amiga minha que já é morta.<br />
Ribeiro – Não estejas com estas idéias tristes. Anda; estão nos esperan<strong>do</strong>.<br />
Araújo – José, traz-nos alg<strong>um</strong>a coisa.<br />
José – O que há <strong>de</strong> ser?<br />
Araújo – O que vier mais <strong>de</strong>pressa.<br />
Meneses – E a mim, quanto tempo queres fazer esperar?<br />
José – O que <strong>de</strong>seja, senhor Meneses?<br />
Meneses – Desejo o que tu não tens; dize-me antes o que há.<br />
José – Quer <strong>um</strong>a costeleta <strong>de</strong> carneiro?<br />
Meneses – Vá feito.<br />
Araújo (a Luís) – Sabes <strong>do</strong> que estou lembran<strong>do</strong>? Daquelas noites em que<br />
ceávamos juntos na Águia <strong>de</strong> Prata, há <strong>do</strong>is anos, quan<strong>do</strong> tu me falavas <strong>do</strong><br />
teu amor. Naquele tempo não tínhamos dinheiro, nem freqüentávamos os<br />
hotéis. Eras compositor e eu caixeiro <strong>de</strong> armarinho na Rua <strong>do</strong> Hospício.<br />
Luís – E hoje somos mais felizes? Adquirimos <strong>um</strong>a posição bonita, que<br />
muitos invejam, mas per<strong>de</strong>mos tantas esperanças que naqueles tempos nos<br />
sorriam!<br />
Araújo – Vais cair nos sentimentalismos! A esta hora é perigoso.<br />
Luís – Dizes bem! Há certas ocasiões em que é preciso rir para não chorar.<br />
(A José). Uma garrafa <strong>de</strong> cerveja.<br />
Araújo – Amarela!<br />
CENA VII(br)(Os mesmos e Vieirinha)<br />
Vieirinha – Só o Meneses não estaria por aqui!<br />
Meneses – Sigo o teu exemplo.<br />
Vieirinha – Não quiseste ir hoje ao lírico?<br />
Meneses – Tive que fazer.<br />
Vieirinha – Pois esteve bom; havia muita moça bonita. A Elisa lá estava.<br />
Meneses – Então já se sabe... Tiveste serviço?<br />
Vieirinha – Não lhe <strong>de</strong>i corda! ocupei-me com outra pessoa... Mas esta tu<br />
não conheces.<br />
Meneses – É nova?<br />
Vieirinha – Negócio <strong>de</strong> quinze dias; porém já está adianta<strong>do</strong>.<br />
Meneses – Ainda não te escreveu?<br />
Vieirinha – És curioso.<br />
Pinheiro – Vieirinha!<br />
Vieirinha – A<strong>de</strong>us, Pinheiro!... Mas como está isto flori<strong>do</strong>!<br />
Pinheiro – Vem cear conosco.<br />
Vieirinha – Aceito. Como estás, Ribeiro?<br />
25