As asas de um anjo - a casa do espiritismo
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A <strong>um</strong>a palavra <strong>de</strong>ste homem, esqueces tu<strong>do</strong>?<br />
Carolina – Não esqueço, mas...<br />
Ribeiro – Sei a causa. Se ele não chegasse, eu era o preferi<strong>do</strong>; mas entre os<br />
<strong>do</strong>is, escolhe aquele que talvez já tem direito sobre sua pessoa.<br />
Carolina – Direitos sobre mim?<br />
Luís – Já lhe disse que não amava essa moça.<br />
Negar em tais casos é <strong>um</strong> <strong>de</strong>ver. A<strong>de</strong>us; seja feliz com ele.<br />
Carolina – Com ele!... Mas eu não o amo!<br />
Ribeiro – Já lhe pertence.<br />
Carolina – Luís? Eu lhe suplico! Diga que é <strong>um</strong>a falsida<strong>de</strong>!<br />
Luís – Eu juro!<br />
Ribeiro – Não creio em juramentos!<br />
Carolina – Oh! não!<br />
Margarida (<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro) – Carolina!<br />
Carolina – Minha mãe!<br />
Luís – Margarida!<br />
Carolina – Ah! Estou perdida! (Desfalece nos braços <strong>de</strong> Ribeiro)<br />
Luís – Silêncio! (Vai fechar a porta.Ribeiro aproveita-se <strong>de</strong>ste momento e<br />
sai, levan<strong>do</strong> Carolina nos braços.)<br />
CENA XV<br />
(Luís e Margarida)<br />
Luís – Ah!... (Corre à janela; ouve-se partir <strong>um</strong> carro; volta com <strong>de</strong>sespero;<br />
vê os laços <strong>de</strong> fita, apanha-os e beija.)<br />
Margarida – Carolina! ...Que é isto, Luís?<br />
Luís (mostran<strong>do</strong> as fitas) – São as <strong>asas</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>anjo</strong>, Margarida; ele per<strong>de</strong>uas,<br />
per<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a inocência.<br />
Margarida – Minha filha!<br />
ATO PRIMEIRO<br />
(Salão <strong>de</strong> <strong>um</strong> hotel. Pequenas mesas à direita e à esquerda. No centro <strong>um</strong>a<br />
preparada para quatro pessoas.)<br />
CENA PRIMEIRA<br />
(Pinheiro, Helena e José)<br />
Helena – Ainda não chegaram.<br />
Pinheiro – Não há tempo, José, prevenirás o Ribeiro, logo que ele chegue, <strong>de</strong><br />
que estamos aqui.<br />
José – Sim, senhor.<br />
Helena – O champagne já está gela<strong>do</strong>?<br />
José – Já <strong>de</strong>ve estar. Que outros vinhos há <strong>de</strong> querer, Sr. Pinheiro?<br />
Pinheiro – Os melhores.<br />
Helena – Eu cá não bebo senão champagne.<br />
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