19.04.2013 Views

As asas de um anjo - a casa do espiritismo

As asas de um anjo - a casa do espiritismo

As asas de um anjo - a casa do espiritismo

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Ribeiro – Vem, Carolina.<br />

CENA XIV<br />

(Os mesmos e Luís)<br />

Carolina – Ah!<br />

Ribeiro – Quem é este homem?<br />

Carolina – Meu primo.<br />

Luís – Não pense que é <strong>um</strong> rival que vem disputar-lhe sua amante. Não,<br />

senhor! Há pouco recusei a mão <strong>de</strong> minha prima que seu pai me oferecia;<br />

não a amo. Mas sou parente e <strong>de</strong>vo ampará-la no momento em que vai<br />

per<strong>de</strong>r-se para sempre.<br />

Ribeiro – Não tenho me<strong>do</strong> <strong>de</strong> palavras; se quer <strong>um</strong> escândalo...<br />

Luís – Está engana<strong>do</strong>! Se quisesse <strong>um</strong> escândalo e também <strong>um</strong>a vingança<br />

bastava-me <strong>um</strong>a palavra; bastava chamar seu pai. Mas eu sei que não é a<br />

força que <strong>do</strong>bra o coração; eu temo que minha prima o<strong>de</strong>ie alg<strong>um</strong> dia em<br />

mim o homem que ela julgará autor <strong>de</strong> sua <strong>de</strong>sgraça.<br />

Ribeiro – O que <strong>de</strong>seja então?<br />

Luís – Desejo tentar <strong>um</strong>a última prova. O senhor acaba <strong>de</strong> falar a esta<br />

menina a linguagem <strong>do</strong> amor e da sedução; eu vou falar-lhe a linguagem da<br />

amiza<strong>de</strong> e da razão. Depois <strong>de</strong> ouvir-me, ela é livre; e eu juro que não me<br />

oporei à sua vonta<strong>de</strong>.<br />

Ribeiro – Ela ama-me! Era por sua vonta<strong>de</strong> que me seguia.<br />

Luís – Ela ama-o, sim; mas ignora que este amor é a perdição; que ela vai<br />

sacrificar a <strong>um</strong> prazer efêmero a inocência e a felicida<strong>de</strong>. Não sabe que <strong>um</strong><br />

dia a sua própria consciência será a primeira a <strong>de</strong>sprezá-la, e a<br />

envergonhar-se <strong>de</strong>la.<br />

Carolina – Luís!<br />

Ribeiro – Não acredites.<br />

Luís – Acredite-me, Carolina. Falo-lhe como <strong>um</strong> irmão. Esses brilhantes,<br />

esse luxo, que há pouco o senhor lhe prometia, se agora brilham a seus<br />

olhos, mais tar<strong>de</strong> lhe queimarão o seio, quan<strong>do</strong> conhecer que são o preço da<br />

honra vendida!<br />

Carolina – Por pieda<strong>de</strong>! Cale-se, meu primo!<br />

Depois a beleza passará, porque a beleza passa <strong>de</strong>pressa no meio das<br />

vigílias; então ficará só, sem amigos, sem amor, sem ilusões, sem<br />

esperanças: não terá para acompanhá-la senão o remorso <strong>do</strong> passa<strong>do</strong>.<br />

Ribeiro – Tu sabes que eu te amo, Carolina.<br />

Luís – Eu também... a estimo, minha prima.<br />

Ribeiro – Vem! Seremos felizes!<br />

Carolina – Não!... Não posso!<br />

Por quê?... Há pouco não dizias que eras minha?<br />

Sim...<br />

17

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!