Boletim GME Julho 2001 - Instituto de Informática - Ufrgs

BoletimGME14
Julho
2001
EMICRO2001
www.inf.ufrgs.br/gme

Nesta Edição
Editores:
Ricardo Reis
Lucas Brusamarello
Colaboradores:
Leandro S. Indrusiak
Luigi Carro
Rafael Callava Krapf
Apresentação ........................................................... 2
Institutos do Milênio............................................... 3
Defesa de Doutorado .............................................. 3
Cooperação com a Espanha ................................... 3
No Próximo Boletim... ............................................ 3
CeBIT 2001.............................................................. 4
De Encomenda ........................................................ 9
SBCCI 2002 ............................................................11
SIM 2001................................................................ 12
III EMICRO.......................................................... 13
Desvendando Santa Maria ................................... 14
Agenda ................................................................... 16
Apresentação
Depois de um tempo fora do ar está de volta o Boletim do GME. Neste
número os destaques são: artigo sobra CEBIT enviado pelo Leandro
Indrusiak, atualmente na Alemanha e um artigo do Luigi Carro.
Destacamos também algumas informações sobre a III EMicro e SIM2001
e sobre Santa Maria, onde será sediado o evento. Fazemos uma
convocação a todos os membros do GME a contribuirem com artigos e
notícias para os próximos números.
Ricardo Reis
O Boletim do GME é uma publicação do Grupo de Microeletrônica da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. O Grupo de Microeletrônica é composto por professores e alunos vinculados ao Instituto
de Informática e ao Departamento de Engenharia Elétrica, mas contando com a cooperação com
professores de outras universidades gaúchas.O Boletim do GME está disponível no formato Adobe Acrobat
pdf, podendo ser obtido através da página do GME. A edição do Boletim é efetuada utilizando o Adobe
PageMaker, o que permite também uma montagem automática das páginas para impressão a laser frente/
verso, de forma que tenhamos um livreto no formato A5.

Institutos do Milênio
Estamos na parada...!
O Projeto " Rede de Pesquisa em Sistema em Chip, Microssistemas e
Nanoeletrônica" submetido ao Programa Institutos do Milênio, foi um dos 57 projetos préselecionados
na fase 1 do Programa. Destes 57 projetos somente 20 serão os definitivamente
selecionados (incluindo todas as áreas do conhecimento). Alem da UFRGS participam do
projeto a UNICAMP,USP,UFRJ,UFSC,UNB e UFPE. A coordenação da proposta está a
cargo do Prof. Jacobus W. Swart da UNICAMP e a vice-coordenação está a cargo do Prof.
Ricardo Reis (Informática-UFRGS). Esta foi a única proposta pré-selecionada de todas as
propostas apresentadas nacionalmente nas áreas relacionadas à Informática e Engenharia
Elétrica . A proposta final deve ser enviada até o dia 15 de Agosto. Vamos precisar da
colaboração de todos para preparar a melhor proposta.
Defesa de Doutorado
Aluno: João Baptista dos Santos Martins
Orientador: Prof. Dr. Ricardo Augusto da Luz Reis
Co-orientador: Prof. Dr. Jose Carlos Alves Pereira Monteiro (INESC/PT)
Titulo: Estimativa de Capacitâncias e Consumo de Potência em Circuitos
Combinacionais CMOS no Nivel Lógico.
Data: 09/07/2001
Hora: 14h
Local: Anfiteatro Azul , Predio 43412, Instituto de Informática (UFRGS)
O Projeto de Cooperação Internacional
Verificação e teste de circuitos integrados mistos
e microssistemas, entre o PPGC/UFRGS e
Centro Nacional de Microeletrônica / Instituto
de Microeletrônica de Sevilha, com
financiamneto do programa CNPq/CSIC
(Espanha) está iniciando neste segundo semestre
de 2001. O projeto foi elaborado pelo prof.
Marcelo Lubaszewski e pelo prof.José Luiz
Huertas Díaz (CNM-Sevilha), tendo como coordenadores
os profs. Ricardo Augusto da Luz
Reis e José Luiz Huertas Díaz.
No Próximo Número:
O GME da UFRGS, juntamente
com a PUC Uruguaiana estiveram presentes
no DAC2001 em Las Vegas, em junho
passado. O DAC é maior evento mundial
(conferencia e feira) em Design
Automation de Circuitos Integrados. Veja
mais no próximo Boletim do GME.

CeBIT 2001
por Leandro Soares Indrusiak
Grandes feiras e exposições na área de
tecnologia costumam chamar a atenção pelas novidades
que trazem. Em momentos de crise e transição, a atenção
é ainda maior, pois os principais players desse mercado
utilizam a feira como veículo para mostrar os produtos e
estratégias que os manterão vivos em meio à instabilidade.
O CeBIT 2001, ocorrido em Hannover, norte da
Alemanha, entre 22 e 28 de março foi a maior feira de
todos os tempos na área de TI e telecomunicações. Um
público estimado em 830000 visitantes compartilhou com
os 8106 expositores os 420000 metros quadrados da
Deutsche Messe. Só as dimensões já seriam suficiente
para atrair as atenções, mas em um momento de
desaceleração e crise da economia norte-americana, mais
e mais holofotes focaram o CeBIT, tentando entender as
tendências que têm mantido acelerado o crescimento do
setor de telecomunicações e TI europeu - segundo o EITO o crescimento desse mercado na
Europa em 2000 foi de 13%, contra 8.2% nos EUA.
Pós-PC na prática
Na semana anterior ao CeBIT, cientistas norte-americanos criticaram duramente as
empresas do setor de TI pela insistência no padrão PC. Durante a ACM1, conferência
organizada pela Association for Computing Machinery e que reune pesquisadores e visionários
da área de computação, os cientistas chegaram a atribuir ao uso continuado da arquitetura
PC a crise que o setor está enfrentando. Não é novidade que os sistemas baseados em PCs
são complexos, de manutenção custosa, e que existem soluções tecnológicas melhores para
muitas das aplicações nas quais esses sistemas são usados. Mesmo assim a morte do PC,
muitas vezes anunciada, não aconteceu. Entretanto, o que se viu nos pavilhões do CeBIT
destinados à computação pessoal foi uma amostra de que o PC, se viver, terá companhia.
Quebrando a hegemonia das empresas com foco em desktop computing, lá estavam centenas
de empresas apostando na aceitação por parte do usuário de dispositivos menores, de
funcionalidade limitada e específica, mais simples e, sobretudo, mais baratos. Webpads, settop
boxes e thin clients são alguns dos produtos que apresentam-se como alternativas para o
usuário que não quer ter os altos custos de aquisição e manutenção de um PC. Tarefas como
edição de textos, email e acesso a web, que normalmente sub-utilizam o potencial de um PC,
podem então ser executadas de forma mais simples e econômica.
Os webpads - também chamados de tablets - pretendem redefinir a forma com que

os usuários experimentam a Internet. O aparelho nada mais é do que uma tela de cristal
líquido sensível ao toque, que se comunica através de ondas de rádio com uma estação base
conectada à LAN ou à linha telefônica - de forma semelhante aos telefones sem fio. Dessa
forma, o usuário pode se mover livremente pela casa enquanto acessa informações na rede -
imagine fazer a manutenção do carro, na garagem, acessando informações de um site
especializado em mecânica, ou ainda ler os emails na banheira. As possibilidades de uso em
sala de aula, apoio a vendedores e controle de inventário também têm sido destacadas pelos
fabricantes. A simplicidade de uso é um ponto forte: a maioria dos webpads não necessitam
qualquer manutenção - não há troca de placas, instalação de software ou qualquer tipo de
upgrade. Entretanto, essa simplicidade acarreta em uma redução de funcionalidade, o que é
parcialmente atenuado pela possibilidade de conexão de dispositivos externos - impressora,
teclado e mouse, por exemplo - através de portas USB. Internamente, a maioria dos webpads
tem processadores otimizados para baixo consumo e baixo aquecimento, requisitos que não
podem ser ignorados em um dispositivo alimentado por baterias. Vários dos webpads que
estão chegando ao mercado - como o Honeywell WebPAD - trazem processadores da família
Geode, da National Semiconductors. Outro fabricante de processadores que tem viabilizado
a produção de webpads é a Transmeta, que utiliza uma técnica chamada de Code Morphing
para conseguir alta performance com baixo consumo e dissipação de calor. Além da tecnologia
inovadora, a empresa também chamou a atenção por ter contratado Linus Torvalds, o criador
do kernel do sistema operacional Linux, para trabalhar no desenvolvimento da infraestrutura
de software que suporta as aplicações executadas nos processadores das linhas Crusoe e
TM. Os webpads que trazem processadores Transmeta são o ProGear - o primeiro webpad
rodando Linux, lançado pela frontpath no final do ano passado - e, ironicamente, o tabletPC
da Microsoft, a ser lançado ainda em 2001.
Fortemente orientados para o uso doméstico, os set-top boxes começam a mostrar
resultados animadores depois de vários anos de latência. O acesso Internet através de aparelhos
de televisão foi uma das primeiras idéias para quebrar a hegemonia dos PCs, logo no início
da popularização da web em meados da década passada. Entretanto, a dificuldade no
estabelecimento e aceitação dos modelos de uso da TV para acesso a Internet atrasou - e
para muitos inviabilizou - a massificação dessa tecnologia. Hoje, vários set-top boxes estão
no mercado, usados principalmente por quem não tem um PC. Nos Estados Unidos, as vendas
de set-top boxes foram mais expressivas para usuários de idade mais avançada, que têm
usado a Internet para troca de mensagens com os familiares através de serviços projetados
especificamente para ser acessados através do televisor, como o AOLTV da gigante America
Online. Já a próxima geração de set-top boxes mostrada no CeBIT fará uso das possibilidades
do acesso à Internet em banda larga, oferecendo video sob demanda, videoconferência, games
multiusuário, videotelefonia, entre outros. O provedor italiano de banda larga e.Biscon já
vem oferecendo esses serviços, acessíveis por set-top boxes desenvolvidas pela empresa
EsseGi. Vários outros fabricantes europeus de set-top boxes - o sueco i3 micro, o português
OCTAL e o também italiano CiaoLab - têm feito parcerias semelhantes com provedores de
acesso em banda larga e provedores de conteúdo, visando disponibilizar serviços digitais de
alta qualidade acessíveis através do aparelho de televisão.
No outro lado do espectro, o usuário corporativo é o foco principal dos fabricantes

de thin clients. Criticados por muitos como uma volta ao modelo de mainframe, o thin-client
- ou network computer - tem a seu favor um custo de instalação e manutenção bem mais
baixo, pois toda a instalação e upgrade de software ocorre em um servidor de aplicações no
qual ele se conecta. Muitas vezes, o thin-client não chega a ter nem disco rígido, servindo
apenas como interface entre o usuário e a aplicação executada remotamente. A flexibilidade
de acesso é outro ponto positivo - o usuário pode ter seu ambiente de trabalho carregado em
qualquer thin-client ligado à rede, bastando se identificar através de senha ou smart card.
Nichos onde thin-clients já vem sendo utilizados com sucesso incluem pontos de acesso a
Internet em aeroportos, laboratórios de informática em escolas e universidades, salas de
redação, hospitais e centrais de helpdesk.
O poder nas mãos
Outra tendência que marcou forte presença em Hannover foi a dita ubiquitous
computing - em português seria algo como computação onipresente. Dispositivos cada vez
mais compactos, com facilidades de conexão wireless, permitindo aos usuários acessar,
processar e disponibilizar informações a qualquer tempo e em qualquer lugar.
Caminhando pelos pavilhões da feira, era impossível não perceber a inevitável fusão
entre palmtops e telefones celulares. No stand da finlandesa Nokia se podia assistir trechos
do filme Charlie’s Angels no visor do Communicator 9210, enquanto a poucos metros dali o
pequeno Accompli 008 da Motorola exibia um menu
gráfico em uma tela touch-screen. Além das inovações na
interface com o usuário, ambos celulares suportam o
download de aplicações Java, dando-lhes uma flexibilidade
de uso comparável a dos palmtops.
Por outro lado, empresas como a chinesa Ohfish
e a britânica UbiNetics estão possibitando aos usuários
Palm deixar o celular de lado: um módulo acoplado ao
palmtop permite transmissão de dados - email, fax, sms - e chamadas de voz com o uso de
um headset. Já apostando na transição completa, a francesa Sagen com o seu híbrido celularpalmtop
WA3050 e a Handspring, estendendo sua linha de palmtops Visor ao introduzir o
VisorPhone.
Entretanto, por trás das vantagens que essa fusão trará aos usuários está uma questão
que os usuários de PCs já estão acostumados há tempos: a compatibilidade entre sistemas
operacionais. Boa parte do impacto resulta do encontro de mentalidades diferentes. Enquanto
alguns dos fabricantes de palmtops - como Palm e Psion - tem anos de experiência no
desenvolvimento de seus próprios sistemas, que vêm evoluindo desde as primeiras versões
de seus produtos, os fabricantes de telefonia celular sempre tiveram uma visão ad-hoc sobre
o software embutido nos aparelhos: sendo compacto e robusto, serve. E não poderia ser de
outro jeito, pois os recursos computacionais dos telefones sempre foram mínimos, e
preocupações como suporte a aplicações e compatibilidade entre versões não estavam entre
suas prioridades. Agora, em um novo cenário, os fabricantes de handsets tem buscado

justamente nos sistemas já consagrados no mercado de palmtops as soluções de software
para seus próximos produtos. Criada há três anos para suprir essas soluções, a Symbian -
apoiada nas duas décadas de experiência da Psion, sua principal acionista - já tem seus
sistemas rodando nos modelos 9210 da Nokia e R380 da Ericsson, enquanto a Microsoft,
que desde o lançamento do Windows CE tenta abocanhar uma fatia significativa do mercado
de handhelds, está presente no Sagen WA3050.
Tratando-se individualmente de um aparelho a questão não chega a ser relevante,
mas quando se espera a possibilidade de distribuir aplicações que possam ser executadas nos
mais diversos tipos de aparelho as questões de suporte a padrões e compatibilidade entre os
diversos sistemas passam a ser críticas. Boa parte da indústria de celulares pretende contar
com a tecnologia Java para garantir a compatibilidade entre as aplicações que serão executadas
na nova geração de aparelhos - Siemens, Nokia e Motorola já tem aparelhos com suporte a
Java com data marcada para entrar no mercado. Baseadas em um modelo de interpretação de
software, as aplicações Java podem ser executadas sobre diferentes sistemas operacionais.
Além disso, uma série de padrões delimitam diferentes sabores de Java para os diferentes
tipos de dispositivo - visores gráficos ou textuais, limitações de memória e processamento,
etc. - possibilitando seu uso nos modelos mais simples aos mais sofisticados.
Ligando os pontos
Em um cenário de múltiplas formas de acesso à informação, a relevância da
infraestrutura de conectividade cresce significativamente. O sucesso desse novo paradigma
da computação será determinado pela eficiência dessa infraestrutura, desde a padronização
dos formatos da informação até os protocolos usados para fazê-la fluir. A conectividade
entre dispositivos móveis também foi destaque no CeBIT de 2000, principalmente devido
ao hype em torno de duas novas tecnologias - WAP e Bluetooth. O protocolo WAP, que
possibilitaria as primeiras experiências de acesso Internet através de dispositivos wireless,
decepcionou boa parte dos usuários com conexões caras, lentas e instáveis.
O padrão Bluetooth, criado pela Ericsson e abraçado por toda a indústria como a
solução para wireless PANs - personal area networks - também não conseguiu alcançar as
expectativas por ter demorado excessivamente a entrar no mercado. Apenas recentemente
os primeiros produtos baseados em Bluetooth passaram a estar disponíveis ao consumidor
final. Módulos de conexão para notebooks, palmtops e demais dispositivos portáteis -
incluindo um modelo de relógio de pulso Seiko - foram lançados na feira este ano e nos
proverão em breve informações acerca da dimensão da aceitação dessa tecnologia.
Uma nova tecnologia, entretanto, deve impulsionar o uso de Internet wireless na
Europa ainda neste semestre. A maioria das operadoras de telefonia móvel, apoiadas
fortemente pelas empresas de infraestrutura e pelos fabricantes de handsets, está introduzindo
serviços de transmissão de dados baseados em GPRS - General Packet Radio Service. Com
esse modelo - já consagrado no Japão com o serviço i-Mode da NTT - o canal para a
transmissão de dados é alocado dinamicamente e o usuário paga pelo volume de informações

e não pelo tempo de conexão, como ocorre com o acesso WAP. Além disso, a taxa de
transmissão pode chegar a 84 kbps e o número de usuários simultâneos necessários para
sobrecarregar a rede é bem maior. Espera-se que as soluções baseadas em GPRS - que já
estão sendo chamadas de 2.5G - possam tornar mais fácil o caminho até que os serviços 3G
estejam disponíveis por volta de 2003. Entretanto, segundo previsões de alguns analistas o
possível sucesso do modelo 2.5G pode atrasar ou mesmo cancelar o impacto que as operadoras
esperavam com a “mobile multimedia” da terceira geração. Essa dúvida tem abalado a
confiança dos investidores das empresas de telecomunicação - como a espanhola Telefónica,
a britânica Vodaphone e a Deutsche Telekom - que abocanharam vorazmente as licenças de
operação 3G e pagaram bilionária conta pelo banquete.
No quesito de interconectividade de
software, o acrônimo mais forte nos stands era
o XML. Criado para ser a língua franca da web,
a linguagem XML permite que os documentos
carreguem dados e informações conceituais
sobre esses dados, permitindo consultas mais
precisas e detalhadas, principalmente se
comparados com os documentos HTML, que
incluem apenas dados e informações de
apresentação. Entretanto, a relevância da
tecnologia XML para o intercâmbio de
informações em transações de e-business - principalmente em B2B, pelo nível de
automatização que pode proporcionar - tem motivado a várias empresas a fugir da
padronização ao incluir extensões proprietárias visando dominar segmentos específicos do
mercado. Como já ocorrido em inúmeras tentativas de padronização, essa tendência
provavelmente enfraquecerá o setor, pois diminui as possibilidades de interoperação. Somente
nesse setor, vários dialetos de XML tentam impor-se, entre eles o xCBL do CommerceNet
consortium, o cXML da Ariba, o ebXML da coalisão Oasis e o projeto Biztalk da Microsoft.
Entre o céu e o inferno
Ao final da feira, a impressão geral era de otimismo. Satisfeitos com os negócios
fechados durante a feira e com a massiva presença do público, 90 % dos expositores
manifestaram a intenção de retornar à feira no próximo ano. Os organizadores fizeram questão
de ressaltar que o sucesso do evento deve servir como um sinal verde à recuperação do
mercado de ações de tecnologia.
Entretanto, fora da feira a crise continuava a mostrar sua face, principalmente nos
EUA. Várias empresas tidas como sólidas na economia pontocom - Yahoo, Amazon, Cisco
e Sun - divulgaram resultados abaixo do esperado durante o mês de março. Empresas que
apostavam na computação pós-PC, como a 3com, também mostraram-se receosas quanto ao
futuro desta nova onda - toda a linha Ergo, que incluia webpads e webcams, foi descontinuada
um dia antes do início do CeBIT. Pois entre um extremo e outro, espera-se, estará a realidade.

Olá Pessoas! Pois esta crônica aqui sai de encomenda, o Lucas Brusamarello aparentemente
esta sem nada de importante para colocar no boletim do GME, e pediu minha
ajuda. Ele pede para falar de trabalho e da vida aqui, e ate me da o titulo, " As aulas em San
Diego ". Bom, entao, atendendo ao Lucas, alguns comentarios sobre a vida aqui. Mas ja
antecipo que eh dificil, ja que depois dos primeiros dias, a gente se mistura com a sociedade
local, e dai as particularidades nao sao tao evidentes.
A primeira coisa que me vem a cabeça, se é para descrever o estilo de vida daqui, é
a palavra conforto. Tudo aqui é feito para se ter conforto. Em vários sentidos: desde a comida
já cortada, ou ja cortada e temperada, ou já cortada, temperada e assada que se encontra
no supermercado, ate as relacoes do cidadao com o estado. Para fazer as burocracias do dia
a dia, basta assinar e mostrar um documento com foto, ou seja, não são necessarias 14
cópias xerox, 13 das quais autenticadas, o visto do cartório, contrato em três vias e selo de
qualidade federal.
E se alguém que já morou na Europa acha a vida de lá confortável, eu diria que aqui
temos uma vantagem extra: o clima é perfeito, e as pessoas são simpáticas. Talvez não como
os italianos, mas a probabilidade de se achar alguém na rua que te responda com um sorriso
a um pedido de informação é 1000 vezes maior aqui que na França.
É curioso que esta gente, que é habituada `a tecnologia, a comprar pela internet, e
tem seus direitos de consumidor claramente em mente (trocar mercadorias num super é tao
fácil, que eu quase troquei uma massa que eu havia comprado num super por outra de outro,
sem me dar conta), tem como característica marcante uma marca também do brasileiro, a
ingenuidade. São pessoas simpáticas, que acreditam em papai noel, como nós aí no Brasil.
Se não estao convencidos, pensem nos progra-
mas de TV deste povo, que a gente herda aí no
Brasil. Tão ingenuo como uma telenovela, alguns
programas que resgatam anjos e demônios
e personagens como batman e superman são
comuns em horário nobre por aqui.
De encomenda por Luigi Carro
“São pessoas
simpáticas, que
acreditam em papai noel,
como nós aí no Brasil.”
E falando de TV, tem coisas que a gente
fica mesmo impressionado. Tem aqui um programa
que retrata a vida interna da Casa Branca, ou seja, a vida do presidente dos EUA. E
atenção, NÃO É uma comedia não, é para ser sério. O presidente é retratado como uma
pessoa quase normal, com seus altos e baixos, e todo o seu staff gira ao seu redor, preocupando-se
desde a fome na África até novos mísseis intercontinentais. O retrato que se faz do
presidente porém é fantástico, é uma instituição, é a representação de um povo eleito para
arrumar as coisas na Terra. Agora, eu fico pensando, se a gente fosse fazer algo no Brasil,
mesmo que a gente quisesse ser sério, só poderia dar em comédia. Por aqui, é um dos shows

mais vistos. E respeitado.
Outra coisa que choca a gente é o incrível contraste na relação das mulheres com o
mundo. Estes dias estavamos esperando o elevador, e quando este chegou deixei a Erika e
uma senhora passarem a minha frente. Quando chegou no nosso andar, a senhora olha para
mim e diz: "agora é sua vez de ir na frente". Ao que eu respondi, ok, com prazer, e fui reto.
Quer dizer, a resposta a um ato de gentileza, que foi considerado machista, eh mostrar que
eu também posso ir na frente. Incrivelmente porém, outra característica essencial da sociedade
americana é que, chegando aos 25 anos, a mulher tem de estar casada. E este fato
aparece em todos os filmes, programas, documentários, o que quer que seja, relacionado a
mulheres. É incrível que num país que leva a igualdade dos sexos a extremos de não se
aceitar a gentileza de deixar a pessoa entrar antes no elevador, estabelece-se tambem, de
forma maníaca, que uma mulher feliz é uma mulher casada.
Bom, no mais, o pessoal aqui reclama de crise.Com o fechamento de várias empresas
de internet, o mercado não está tão bom assim, é o que todo mundo diz. A informacão até
pode estar certa, mas tem de ser relativizada. Se há uma crise, é porque a derivada segunda
está em zero, ou seja, a derivada primeira parou de crescer, mas ainda é positiva, eu garanto.
O pessoal aqui reclama pois estão crescendo menos que antes, mas eu não vejo ninguém
desempregado, e todo mundo da universidade
é assaltado com ofertas de emprego. Aqui no
laboratório, neste período, eu já vi os alunos
do Alex serem convidados para trabalhar em
pelo menos 3 empresas cada, todas elas grandes.
Algumas fazem ofertas mesmo antes do
aluno acabar o PhD. Este pessoal não sabe o
que é crise, mas enfim, viva a crise a la americana.
“Se há uma crise, é
porque a derivada segunda
está em zero, ou seja, a
derivada primeira parou de
crescer, mas ainda é positiva,
eu garanto.”
E, também no trabalho, tem-se o conceito
de conforto. Os professores reclamam que tem de dar aulas em salas em que as poltronas
são de plástico SEM ACOLCHOADO, ou que o ar condicionado demora a responder `a
regulagem (é sério, eu vi nos e-mails circulando entre os profs). Os alunos aqui tem tanto
conforto que mesmo os empregos vem até eles: durante uma época do ano uma avenida
interna da universidade é utilizada para oferta de empregos. Imaginem algo como metade do
brique da Redencao. Neste espaço, empresas põem suas barraquinhas e tentam cativar os
alunos, com canetas, calculadoras, chocolates, mouse pads, sorteios e o que que valha para
chamar a atenção. E não são empresinhas de fundo de quintal, pois entre os nomes que
vimos estavam as eletrônicas como Cisco, National, Maxxim, ST-Microelectronics, Qualcom,
Xerox, além das não eletrônicas, tipo Bancos, departamento de água, dept. Justica, Mariner,
policial de Nevada (outro estado), controle de drogas e fumo, militares, Boeing, Aviação
militar que nunca ouvi falar, empresas de consultoria financeira e de engenharia, umas 50
empresas com suas barraquinhas, pedindo alunos, fazendo propaganda de como era bom
trabalhar ali, dos benefícios, etc.
Mas o conforto se paga, desde o início. O estacionamento para alunos e professores

é pago, e como. A universidade aparentemte é o unico local onde se paga para trabalhar, já
que nas empresas o estacionamento para funcionários é garantido. E obviamente, o estacionamento
nos locais mais apertados, como nos shoppings do centro da cidade, são grátis,
desde que se compre algo, que pode ser um simples sanduiche.
A universidade aqui é super bem cuidada, já que a grana que entra todos anos do
governo e dos alunos ajuda na manutenção. Mas não vou falar das estátuas que pupulam por
aqui (o Deus Sol, o Pato Vermelho Quadrado, o Ovo Gigante, a Árvore Falante, Stone Hedge),
porque o Renato e o Sandro, quando estiveram por aqui, tiraram mais fotos em 2 horas que
eu em todos os seis meses que passei por aqui. Peçam as fotos para eles, se eles já conseguiram
receber de volta a revelação.
Entre os professores, atualmente, há uma grande discussão se devemos deixar os
alunos ligarem seus laptops nas paletras e durante as aulas. Como muita gente tem computadores
de mão (handheld PCs) ou laptops, e a universidade tem uma ligação de rede por
rádio, em qualquer sala dá para ficar lendo e-mails ou surfando na internet. Os teclados
sendo usados causam um ruido de fundo que é de deixar qualquer um maluco. Há os que
defendem a proibição, já que se o aluno está na aula, é para prestar atenção. Há os que dizem
que não, que os portáteis sejam usados, e é do professor a responsabilidade de fazer a aula
mais interessante. Julguem vocês, quando o problema chegar por aí.
Enfim, o conforto também está na pesquisa. Um amigo meu ganhou um laptop do
orientador, já que a tese dele é em computação distribuída, então ele tem de saber como é
viver neste mundo distribuído. Para acessar paper e livros, basta entrar no site da universidade
e baixar o paper de qualquer conferência. Quer livros? Tem os e-books, que podem ser
lidos de todo o campus, basta baixar o arquivo no seu portátil ou handheld, ou pode-se pedir
para alguém entregar o livro físico em papel no escaninho do professor. Dureza...
Sobre meu trabalho em si, eu não estou ainda capacitado a dar detalhes. Tenho
estado muito envolvido na busca de uma roupa de surf, assim como tenho investido muito
tempo pesquisando o efeito de windsurfar uma vez por semana na queda de cabelos de
pessoas que nasceram em setembro e tem a minha idade. Assim que tiver resultados, mando
para vocês!
Abraços a todos.
Agende-se!
15 th Symposium on Integrated Circuits and Systems Design
Porto Alegre, Brazil
September 9-14, 2002
CHIP IN THE PAMPA
SBCCI2002

SIM 2001
por Lucas Brusamarello
O Seminário de Microeletrônica tem por objetivo
congregar a comunidade interessada nos diversos segmentos
da Microeletrônica, para comunicar os resultados das
pesquisas, promover debates, procurar soluções para os
problemas atuais e trilhar os caminhos para o futuro da
área.
Os tópicos abordados nos SIM são sempre relacionados
a Microeletrônica, e especialmente: Projetos de
Circuitos Integrados, Ferramentas de CAD para Projeto,
Dispositivos Integrados, Técnicas de Síntese e Estratégias
de Teste.
Neste ano o SIM será realizado
nos dias 10 e 11 de agosto, na
cidade gaúcha de Santa Maria. O
evento acontecerá no Centro de
Tecnologia da conceituada Universidade
Federal de Santa Maria, das 8 horas às 12
horas e, à tarde, das 14 horas às 18 horas.
Centro de Tecnologia - UFSM
O SIM constitiui-se em uma ótima oportunidade para os alunos, professores e
pesquisadores; enfim todos os homens e mulheres que trabalham em nome do avanço da
microeletrônica no país. São tão beneficiados aqueles que procuram a chance de mostrar os
resultados de suas pesquisas como aqueles que buscam conhecimento e aperfeiçoamento
dentro da fascinante e cativante microeletrônica.
O GME, na condição de grande grupo de pesquisas na área da microeletrônica no
estado, vê no SIM uma porta para os seus membros mostrarem o quanto é produzido dentro
do grupo.
O deadline para o envio de artigos para o SIM 2001 foi dia 9 de julho de 2001.
As apresentações durarão 10 minutos.
Cada autor receberá uma cópia dos anais.
Todos os alunos, professores e pesquisadores foram convidados a participar do
SIM 2001, independente de sua área de estudos.
Links
http://www.inf.ufrgs.br/sim/sim2001

III EMICRO
por Rafael Caillava Krapf
A Escola de Microeletrônica (EMICRO) é o primeiro evento da área em âmbito
regional da Secretaria Regional de Informática da Sociedade Brasileira de Computação (SBC)
- Região Sul (Rio Grande do Sul). Em sua terceira edição, consolida-se como evento nacional,
aberto aos países do Mercosul e com apoio conjunto da SBC e da Sociedade Brasileira de
Microeletrônica (SBMicro).
O evento é dirigido para estudantes de graduação e pós-graduação em Informática,
Engenharia Elétrica e cursos afins, professores, pesquisadores e profissionais da área. A
terceira EMICRO, EMICRO2001, programada para este ano, será realizada em Santa Maria,
RS, na Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, no período de 06 a 11 de agosto. A III
EMICRO, diferente dos anos anteriores, terá em seu programa três cursos: básico, prático e
avançado.
O Curso Básico é composto de minicursos, palestras e painéis, perfazendo um total
de 40 horas/aula de atividades. Os temas trabalhados nos minicursos correspondem a um
livro específico de escolas anteriores e as palestras darão origem a um volume de anais, que
serão distribuídos entre os participantes e para as bibliotecas de algumas universidades
brasileiras. O Curso Básico será de responsabilidade do Grupo de Microeletrônica - GME
do Instituto de Informática da UFRGS.
O Curso Prático compreenderá aulas teóricas introdutórias a respeito do circuito
integrado que deverá ser proposto com atividade prática bem como sobre a ferramenta de
projeto que deverá ser utilizada na concepção do circuito integrado (CI). As demais aulas
serão práticas em laboratório, perfazendo um total de 30 horas/aula de atividades mais 10
horas/aula com palestras e painéis, perfazendo um total de 40 horas/aula de atividades. A
responsabilidade do Curso Prático será do Grupo de Microeletrônica - Gmicro, da UFSM.
O Curso Avançado será composto de palestras em assuntos específicos de interesse,
como processo e tecnologias utilizadas em microeletrônica, projeto analógico, projeto VLSI
e ferramentas de CAD e linguagens de descrição de hardware. As palestras serão ministradas
por professores convidados de outras instituições bem como por profissionais de empresas
da área e de professores convidados locais. O número de palestras
deverá perfazer um total de 30 horas/aula.
A Escola de Microeletrônica é aberta a
participação de estudantes, professores e
profissionais de todo o País.
Links
http://www.sbc.org.br/emicro

Desvendando Santa Maria
Nos próximos dias acontecerão dois grandes eventos na área de microeletrônica no
estado: o SIM 2001 e a III EMICRO. O nosso grupo de microeletrônica já está de mala e
cuia prontas, e agora o Boletim vai mostrar para você os encantos da belíssima cidade que
sediará os dois eventos: Santa Maria.
Veja os principais pontos turísticos da cidade que é conhecida como o “Coração do
Rio Grande do Sul”:
Estação Férrea
Inaugurada em 1900, no início da Avenida Rio Branco,
fez com que Santa Maria fosse o ponto central do tráfego de
trens no Estado. A estação foi responsável pelo progresso social,
econômico e cultural da cidade, ajudando na consolidação da
imigração italiana. Continua em pé, mesmo após incêndios que
quase a destruíram.
Vila Belga
Estrada do Perau
por Lucas Brusamarello
Construída em 1898 e inaugurada em 1903 para alojar
os funcionários da Compagnie Des Chemins de Feur au Brésil,
responsáveis pela construção da Rede Ferroviária Federal
(RFFSA), recebeu esse nome porque foi construída com base
nos moldes das vilas de operários na Bélgica e França. Foi o
primeiro conjunto habitacional do Rio Grande do Sul. A Vila
Belga foi tombada pela prefeitura municipal em 1997.
Estrada secundária ligando Santa Maria ao município de Itaara, uma das mais belas
paisagens naturais da região.

Morro do Cechela
O Morro do Cechela, visto aqui do
Monumento ao Ferroviário, possui topo plano,
com uma excelente vista da cidade e lugar para
praticar esportes ou apenas passear.
Theatro Treze de Maio
Construído através de doações levantadas por
João Daudt e demais interessados em dramaturgia, o
Theatro Treze de Maio foi inaugurado em 1890. Em
1911 o Teatro tornou-se sede do Diário Interior, tendo
sofrido várias modificações internas para comportar a
redação. Em 1913 o Theatro foi incorporado ao
patrimônio municipal. A partir de 1938 seu piso térreo
virou Biblioteca Municipal, o jornal fechou em 1939 e
a partir de 1946 voltou a ser palco de peças teatrais.
Em 1992 o Treze de Maio começou a ser restaurado.
Catedral Diocesana
Construída no início do século em estilo barroco
italiano e inaugurada em 1909. Fica na Avenida Rio Branco
e em seu interior encontram-se pinturas do renomado artista
Aldo Locatelli.
Links
http://www.terra.com.br/cidades/sma/

MEMS 2001
MEMS Conference
Meeting Dates: August 24-26, 2001
Location: Berkeley, USA
http://www.memsconference.com/
Agenda
ITC 2001
International Test Conference
Meeting Dates: October 30-November 1, 2001
Location: Baltimore, MD, USA
http://www.itctestweek.org/
ISIC 2001
Intl Symp. on Integrated Circcuits, Devices and Systems
Meeting Dates: September 3-5, 2001
Location: Singapore, SINGAPORE
http://www.ntu.edu.sg/home/isic2001/
PATMOS 2001
International Workshop-Power And Timing Modeling, Optimization and Simulation
Meeting Dates: September 26-28, 2001
Location: Yverdon-Les-Bains, SWITZERLAND
http://patmos2001.eivd.ch/
SBCCI 2001
Symp. on Integrated Circuits and Systems Design
Meeting Dates: September, 19-22, 2001
Location: Brasilia, BRAZIL
MWSCAS 2001
IEEE Midwest Symposium on CHTS and System
Meeting Dates: August 14-17, 2001
Location: Dayton, USA
http://www.ececs.uc.edu/~hcarter/mwscas/
VLSI 2002
International Conference on VLSI Design
Deadline: July 14, 2001
Meeting Dates: January 7-11, 2002
Location: Balgalore, INDIA
http://vlsi.ccrl.nj.nec.com/~chak/vlsi2002/index.html

Agenda
DELTA 2002
1st International Workshop on Electronic Design, Test & Applications
Deadline: July 20,2001
Meeting Dates: January 29-31, 2002
Location: Christchurch, NEW ZELAND
http://www-ist.massey.ac.nz/delta2002/
DATE 2002
Design, Automation and Test in Europe
Deadline: September 9, 2001
Meeting Dates: March 4-8, 2002
Location: Paris, FRANCE
http://www.date-conference.com
IP 2001
IP Based Design
Deadline: September 17, 2001
Meeting Dates: December 5-7, 2001
Location: Grenoble, FRANCE
http://www.us.design-reuse.com/WORKSHOP/IP_design01.html
ISCAS 2002
International Symposium on CKTS and Systems
Deadline: October 15, 2001
Meeting Dates: May 26-29, 2002
Location: Scottsdale, USA
http://www.iscas2002.com/
MONTREAL 2002
IFIP World Computer Congress
Deadline: December 3, 2001
Meeting Dates: August 25-30, 2002
Location: Montreal, CANADA
http://www.wcc2002.org
DAC 2002
Design Automation Conference
Deadline: December, 7, 2001
Meeting Dates: June 6-10, 2002
Location: New Orleans, USA
http://www.dac.com