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PRODUÇÃO E USO DE SILAGENS - Emparn - Governo do Estado ...

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governo <strong>do</strong> esta<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> rio grande <strong>do</strong> norte<br />

<strong>PRODUÇÃO</strong> E <strong>USO</strong><br />

<strong>DE</strong> <strong>SILAGENS</strong><br />

02<br />

issn 1983-280 X<br />

ano 2009<br />

Manoel Pereira neto<br />

Francisco canindé Maciel<br />

rodrigo Mascarenhas Jordão de Vasconcelos


GOVERNADORA DO ESTADO DO RIO GRAN<strong>DE</strong> DO NORTE<br />

WilMa Maria de Faria<br />

SECRETÁRIO DA AGRICULTURA, DA PECUÁRIA E DA PESCA<br />

Francisco das chagas aZeVe<strong>do</strong><br />

EmPRESA <strong>DE</strong> PESqUISA AGROPECUÁRIA DO RIO GRAN<strong>DE</strong> NORTE<br />

DIRETORIA EXECUTIVA DA EmPARN<br />

DIRETOR PRESI<strong>DE</strong>NTE<br />

henriQUe eUFrÁsio de santana JUnior<br />

DIRETOR <strong>DE</strong> PESqUISA & <strong>DE</strong>SENVOLVImENTO<br />

Marcone césar Men<strong>do</strong>nÇa das chagas<br />

DIRETOR <strong>DE</strong> OPERAÇÕES ADm. E FINANCEIRAS<br />

aMadeU VenÂncio dantas Filho<br />

INSTITUTO <strong>DE</strong> ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL DO RN<br />

DIRETORIA EXECUTIVA DA EmATER-RN<br />

DIRETOR GERAL<br />

lUiZ clÁUdio soUZa Mace<strong>do</strong><br />

DIRETOR TÉCNICO<br />

MÁrio Varela aMoriM<br />

DIRETOR <strong>DE</strong> ADm. RECURSOS HUmANOS E FINANCEIROS<br />

cícero alVes Fernandes neto


<strong>PRODUÇÃO</strong> E <strong>USO</strong><br />

<strong>DE</strong> <strong>SILAGENS</strong><br />

Manoel Pereira neto 1<br />

Francisco canindé Maciel 2<br />

rodrigo Mascarenhas Jordão de Vasconcelos 3<br />

natal, rn<br />

2009<br />

1 engº agrônomo, extensionista rural da eMater-rn, Mestran<strong>do</strong> em Produção animal da UFrn<br />

manoelneto@rn.gov.br<br />

2 Med. Veterinário, Pesquisa<strong>do</strong>r embrapa/eMParn, M.sc. – macielemparn@rn.gov.br<br />

3 Zootecnista, extensionista rural da eMater-rn, M.sc. – rodrigomjordao@rn.gov.br<br />

issn 1983-280 X<br />

ano 2009


<strong>PRODUÇÃO</strong> E <strong>USO</strong> <strong>DE</strong> <strong>SILAGENS</strong><br />

EXEmPLARES <strong>DE</strong>STA PUBLICAÇÃO PO<strong>DE</strong>m SER ADqUIRIDOS<br />

eMParn - empresa de Pesquisa agropecuária <strong>do</strong> rn<br />

Unidade de disPoniBiliZaÇão e aProPriaÇão de tecnologias<br />

aV. JagUarari, 2192 - lagoa noVa - caiXa Postal: 188<br />

59062-500 - natal-rn<br />

Fone: (84) 3232-5858 - Fax: (84) 3232-5868<br />

www.emparn.rn.gov.br - e-mail: emparn@rn.gov.br<br />

coMitÊ editorial<br />

Presidente: Maria de Fátima Pinto Barreto<br />

secretária-executiva: Vitória régia Moreira lopes<br />

Membros<br />

al<strong>do</strong> arnal<strong>do</strong> de Medeiros<br />

amilton gurgel guerra<br />

leandson roberto Fernandes de lucena<br />

Marciane da silva Maia<br />

Marcone césar Men<strong>do</strong>nça das chagas<br />

terezinha lúcia <strong>do</strong>s santos Fernandes<br />

revisor de texto: Maria de Fátima Pinto Barreto<br />

Normalização bibliográfica: Biblioteca Central Zila Mamede – UFRN<br />

editoração eletrônica: giovanni cavalcanti Barros (www.giovannibarros.eti.br)<br />

1ª edição<br />

1ª impressão (2009): tiragem - 2.500<br />

to<strong>do</strong>s os direitos reserVa<strong>do</strong>s<br />

a reprodução não-autorizada desta publicação, no to<strong>do</strong> ou em parte, constitui<br />

violação <strong>do</strong>s direitos autorais (lei no 9.610).<br />

divisão de serviços técnicos<br />

catalogação da Publicação na Fonte. UFrn / Biblioteca central Zila Mamede<br />

holanda, José simplício de.<br />

cultivo <strong>do</strong> coqueiro no rio grande <strong>do</strong> norte / José simplício de holanda,<br />

Maria cléa santos alves, Marcone césar Men<strong>do</strong>nça das chagas. – natal, rn:<br />

eMParn, 2008.<br />

27 p. – (sistemas de produção; 1)<br />

issn: 1983-280-X<br />

1. cultura <strong>do</strong> coco. 2. Produção de coco. 3. Manejo <strong>do</strong> coco. 4. sanidade.<br />

i. alves, Maria cléa santos. ii. chagas, Marcone césar Men<strong>do</strong>nça das. iii. titulo.<br />

iV. série.<br />

cdd 634.6<br />

rn/UF/BcZM cdU 633.528


SUmÁRIO<br />

introdUÇão ................................................................................... 8<br />

1. oBJetiVo ....................................................................................... 8<br />

2. silageM ........................................................................................ 9<br />

3. PrinciPais Forrageiras Para ensilageM ............................. 9<br />

3.1. Milho ...................................................................................... 10<br />

3.2. sorgo ..................................................................................... 10<br />

3.3. capim-elefante ..................................................................... 11<br />

3.4. girassol ................................................................................. 12<br />

3.5. Mandioca .............................................................................. 12<br />

4. silagens coM Mais de UMa Forrageira ............................ 13<br />

5. PrinciPais tiPos de silos Usa<strong>do</strong>s no nordeste .............. 14<br />

5.1. silo cincho ............................................................................ 14<br />

5.1.1. Preparo da silagem ........................................................ 15<br />

5.2. silo de superfície ................................................................. 19<br />

5.2.1. Preparo da silagem ....................................................... 20<br />

6. Uso de aditiVos nas silagens ............................................. 23<br />

6.1. aditivos mais frequentemente usa<strong>do</strong>s no ne ................... 23<br />

6.1.1. Melaço ........................................................................... 23<br />

6.1.2. Farelos (trigo, milho, algodão) ..................................... 24<br />

6.1.3. Uréia ............................................................................... 24<br />

6.1.4. Bagaço de caju .............................................................. 24<br />

7. QUalidade da silageM ............................................................ 25<br />

8. ForneciMento de silagens Para os aniMais ................... 26<br />

9. BiBliograFia consUltada ...................................................... 27


. . . . . . . . Vi . circUito . . . . . de . tecnologias . . . . . . . adaPtadas . . . . . Para . . . a . agricUltUra . . . . . . FaMiliar . . . .<br />

APRESENTAÇÃO<br />

a água é um bem natural essencial a sobrevivência <strong>do</strong>s seres<br />

vivos. trata-se de um recurso renovável em seu ciclo natural, mas<br />

um bem finito, pois suas reservas são limitadas. O uso irracional<br />

e irresponsável da água pode comprometer a vida no planeta.<br />

Por isso, é imprescindível a conscientização da população sobre<br />

a importância <strong>do</strong> seu uso sustentável.<br />

a agricultura é o setor que mais consome água entre todas as<br />

atividades humanas e é imperativo sensibilizar produtores rurais,<br />

técnicos, multiplica<strong>do</strong>res, estudantes, extensionistas e pesquisa<strong>do</strong>res<br />

em relação ao respeito à utilização correta das reservas de<br />

água. isso se faz, entre outras ações, levan<strong>do</strong> conhecimento e<br />

educação para a população rural, para que desenvolvam uma<br />

nova consciência não só da importância da quantidade de água<br />

disponível, mas também da sua qualidade. são gestos simples<br />

que precisam se transformar em práticas usuais, como evitar o<br />

desperdício, não usar venenos nas plantações, armazenar água da<br />

chuva corretamente e proteger as nascentes e as matas ciliares.<br />

o governo <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> rio grande <strong>do</strong> norte através da<br />

Empresa de Pesquisa Agropecuária <strong>do</strong> RN – EmPARN e <strong>do</strong><br />

Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural <strong>do</strong> RN –<br />

EmATER, afiliadas da Secretaria da Agricultura, da Pecuária e da<br />

Pesca – saPe, contan<strong>do</strong> com o apoio de parceiros estratégicos<br />

como o Ministério <strong>do</strong> desenvolvimento agrário – Mda, Ministério<br />

da ciência e tecnologia - Mct / secis, Bancos <strong>do</strong> nordeste e <strong>do</strong><br />

Brasil, embrapa, sebrae e idema, promovem em 2009 o VI Circuito<br />

de Tecnologias Adaptadas para a Agricultura Familiar.<br />

o tema desse ano é: Conservar os Recursos Naturais <strong>do</strong><br />

6


ProdUÇão . . . e . Uso . . de . . silagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .<br />

Semiári<strong>do</strong> Geran<strong>do</strong> Renda e mais Alimentos. este circuito se<br />

propõe, além de ações diretamente relacionadas com a conservação<br />

da água, disponibilizar tecnologias de práticas de manejo<br />

racional para os diversos sistemas de produção agropecuários<br />

utiliza<strong>do</strong>s no semiári<strong>do</strong> com ênfase na preservação <strong>do</strong> meio<br />

ambiente.<br />

esse tema foi desenvolvi<strong>do</strong> basea<strong>do</strong> na declaração Universal<br />

<strong>do</strong>s direitos da Água, <strong>do</strong>cumento de 1992 da onU, que<br />

preconiza: “a água não deve ser desperdiçada, nem poluída,<br />

nem envenenada. de maneira geral, sua utilidade deve ser feita<br />

com consciência e discernimento para que não se chegue a uma<br />

situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das<br />

reservas atualmente disponíveis”.<br />

henrique eufrásio de santana Júnior<br />

diretor Presidente da eMParn<br />

luiz cláudio de souza Mace<strong>do</strong><br />

diretor geral da eMater<br />

7


. . . . . . . . Vi . circUito . . . . . de . tecnologias . . . . . . . adaPtadas . . . . . Para . . . a . agricUltUra . . . . . . FaMiliar . . . .<br />

INTRODUÇÃO<br />

a pecuária bovina no nordeste brasileiro data <strong>do</strong> perío<strong>do</strong><br />

da colonização. Quan<strong>do</strong> em 1550 tomé de souza man<strong>do</strong>u vir de<br />

cabo Verde um carregamento de ga<strong>do</strong> para salva<strong>do</strong>r, dava-se o<br />

início da criação de ga<strong>do</strong> no nordeste brasileiro com sua expansão<br />

para o interior, pois as terras litorâneas estavam sen<strong>do</strong> ocupadas<br />

pela cana-de-açúcar. isto mostra a tradição de criação de ga<strong>do</strong><br />

bovino no semiári<strong>do</strong>.<br />

a característica <strong>do</strong> clima <strong>do</strong> interior <strong>do</strong> nordeste é<br />

semiári<strong>do</strong>, com temperaturas elevadas (acima de 26º c) e chuvas<br />

escassas (inferiores a 700 mm anuais, no sertão <strong>do</strong> nordeste)<br />

e irregulares. essa realidade faz com que a disponibilidade de<br />

alimento volumoso para os rebanhos nordestinos se concentre<br />

no perío<strong>do</strong> das chuvas, que dura em média quatro meses.<br />

durante o restante <strong>do</strong> ano, os animais só disporão de alimento<br />

de qualidade se o produtor trabalhar com irrigação em algumas<br />

forrageiras como o capim-elefante, cultivar plantas resistentes<br />

a seca como a palma forrageira ou conservar o excedente da<br />

produção de forragem no perío<strong>do</strong> das chuvas sob as formas de<br />

silagem e feno.<br />

1. OBJETIVO<br />

este trabalho tem o objetivo de orientar os agricultores para<br />

a conservação <strong>do</strong> excedente de forragens da época das chuvas,<br />

principalmente as gramíneas, na forma de silagem, garantin<strong>do</strong><br />

a oferta de volumoso no perío<strong>do</strong> da seca. além disso, informa<br />

como obter uma silagem de boa qualidade, bem como, a forma<br />

correta de ofertar esses alimentos aos animais.<br />

8


ProdUÇão . . . e . Uso . . de . . silagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .<br />

2. SILAGEm<br />

a silagem é o produto obti<strong>do</strong> <strong>do</strong> processo de fermentação<br />

anaeróbica (na ausência de ar), de plantas forrageiras picadas e<br />

armazenadas em ambiente próprio chama<strong>do</strong> de silo.<br />

ao se decidir a<strong>do</strong>tar a técnica de ensilagem, alguns fatores<br />

devem ser observa<strong>do</strong>s para que se possa ter sucesso, como:<br />

• Escolha da forrageira a ser ensilada, que deve ter um bom<br />

valor nutricional e produzir uma boa quantidade de matéria verde<br />

por área;<br />

• Dimensionar a quantidade de volumoso necessária para atender<br />

os animais no perío<strong>do</strong> seco, isto em função <strong>do</strong> tamanho <strong>do</strong> rebanho a<br />

ser alimenta<strong>do</strong> e <strong>do</strong> tempo que se necessitará dessa forragem;<br />

• O tipo de silo mais adequa<strong>do</strong> para a situação de cada<br />

produtor. deven<strong>do</strong>-se observar a quantidade de forragem a ser<br />

ensilada, a disponibilidade de máquinas, equipamentos e mão<br />

de obra.<br />

3. PRINCIPAIS FORRAGEIRAS PARA ENSILAGEm<br />

o milho, o sorgo e o capim-elefante são as principais<br />

forrageiras usadas para ensilagem, sen<strong>do</strong> o milho a mais<br />

comum e de maior valor nutritivo dentre elas. no entanto,<br />

outras plantas podem ser utilizadas para silagem, como:<br />

girassol, mandioca (raiz e parte aérea) e outras forrageiras<br />

como o tanzânia, Brachiarias como o Brizantha, Mg-5, capim<br />

Paraíso, Mombaça, Milheto.<br />

9


. . . . . . . . Vi . circUito . . . . . de . tecnologias . . . . . . . adaPtadas . . . . . Para . . . a . agricUltUra . . . . . . FaMiliar . . . .<br />

3.1. milho<br />

está entre as espécies mais utilizadas para a silagem, em<br />

função de uma boa produção de matéria verde por área, e de ter<br />

uma composição física e química mais adequada ao processo de<br />

ensilagem, resultan<strong>do</strong> em um volumoso de muito boa qualidade<br />

se armazena<strong>do</strong> no tempo e forma adequa<strong>do</strong>s. o ponto ideal para<br />

a colheita <strong>do</strong> material para ensilagem é quan<strong>do</strong> apresentar um teor<br />

de matéria seca varian<strong>do</strong> entre<br />

30 e 35%. <strong>do</strong> ponto de vista<br />

prático é quan<strong>do</strong> 2/3 <strong>do</strong> grão<br />

encontra-se com consistência<br />

farinácea.<br />

tabela 1. composição química bromatológica da silagem de milho (valores<br />

médios)<br />

mS PB EE FB CHO FDN CNF NDT Ca P<br />

30,92 7,26 3,16 27,01 84,81 55,41 34,39 64,27 0,30 0,19<br />

Fonte: adapta<strong>do</strong> de Valadares Filho et al. (2006)<br />

3.2. Sorgo<br />

a silagem de sorgo é um pouco<br />

menos nutritiva <strong>do</strong> que a silagem de<br />

milho, no entanto, apresenta algumas<br />

vantagens para a sua produção em<br />

regiões com baixa precipitação,<br />

que são: maior resistência à seca<br />

e a capacidade de rebrota. essas<br />

características fazem com que o sorgo<br />

supere o milho <strong>do</strong> ponto de vista de<br />

10


ProdUÇão . . . e . Uso . . de . . silagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .<br />

produção por área, compensan<strong>do</strong> dessa forma o seu menor valor<br />

nutricional. o ponto de colheita ideal para a silagem é quan<strong>do</strong><br />

os grãos encontram-se farináceos.<br />

tabela 2. composição química bromatológica da silagem de sorgo (valores<br />

médios)<br />

mS PB EE FB CHO FDN CNF NDT Ca P<br />

30,82 6,69 5,44 28,15 86,34 61,41 25,04 57,23 0,30 0,18<br />

Fonte: adapta<strong>do</strong> de Valadares Filho et al. (2006)<br />

3.3. Capim-elefante<br />

a silagem de capimelefante<br />

é menos nutritiva<br />

<strong>do</strong> que a silagem de milho e<br />

sorgo. no entanto, a grande<br />

vantagem desse material, é a<br />

capacidade de produção por<br />

área e o aproveitamento <strong>do</strong><br />

excesso dessa forragem durante<br />

o perío<strong>do</strong> da chuva. o baixo teor de matéria seca da planta, no<br />

momento ideal de armazenamento é um complica<strong>do</strong>r que pode<br />

ser resolvi<strong>do</strong> mediante a prática <strong>do</strong> emurchecimento (cortar o<br />

material e deixar secar pelo menos 12 horas antes de ensilar). a<br />

silagem de capim-elefante pode ser melhorada a partir <strong>do</strong> uso de<br />

aditivos, como melaço, raspa de mandioca, farelos (milho, trigo),<br />

bagaço de caju.<br />

tabela 3. composição química bromatológica da silagem de capim-elefante<br />

(valores médios)<br />

mS PB EE FB CHO FDN CNF NDT Ca P<br />

26,81 5,84 1,94 36,88 84,76 79,13 18,91 58,08 0,35 0,13<br />

Fonte: adapta<strong>do</strong> de Valadares Filho et al. (2006)<br />

11


. . . . . . . . Vi . circUito . . . . . de . tecnologias . . . . . . . adaPtadas . . . . . Para . . . a . agricUltUra . . . . . . FaMiliar . . . .<br />

3.4. Girassol<br />

a silagem de girassol<br />

é bastante rica e pode se<br />

tornar uma boa opção para a<br />

alimentação <strong>do</strong>s rebanhos <strong>do</strong><br />

semiári<strong>do</strong>, principalmente em<br />

função <strong>do</strong> comportamento<br />

da cultura que pode ser perfeitamente cultivada no nordeste. a<br />

melhor época para o corte é quan<strong>do</strong> a planta de girassol apresenta<br />

o teor de matéria seca de 28% a 30%, o que coincide com a<br />

maturação fisiológica. Nessa fase, a parte posterior <strong>do</strong>s capítulos<br />

torna-se amarelada, as brácteas adquirem coloração amarelo a<br />

castanho e as folhas inferiores estão senescidas, ou seja, já secas,<br />

conforme figura ao la<strong>do</strong>.<br />

tabela 4. composição química bromatológica da silagem de girassol (valores<br />

médios)<br />

mS PB EE FDN FDA HEm CEL LIG Ca P<br />

23,87 9,07 13,34 46,10 36,02 10,40 29,06 6,77 1,22 0,10<br />

Fonte: adapta<strong>do</strong> de Valadares Filho et al. (2006)<br />

3.5. mandioca<br />

a silagem da parte aérea da<br />

mandioca é rica em proteína, e<br />

pode se constituir em um bom<br />

alimento para o perío<strong>do</strong> seco,<br />

isso se for leva<strong>do</strong> em conta que<br />

mais de 90% da produção é<br />

feita por agricultores familiares,<br />

e a cultura ser muito presente<br />

na região nordeste. Pode ser<br />

12


ProdUÇão . . . e . Uso . . de . . silagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .<br />

ensilada sem a necessidade de aditivos, bem como pode compor<br />

junto com outras forrageiras uma silagem mista. o terço superior<br />

da planta produz uma silagem mais rica em proteína <strong>do</strong> que a<br />

silagem da parte aérea inteira, em função da maior quantidade<br />

de folhas presente nessa parte da planta.<br />

tabela 5. composição química bromatológica da silagem da parte aérea da<br />

mandioca (valores médios)<br />

mS PB EE FB FDN FDA NDT Ca P<br />

25,68 10,74 3,50 33,01 50,57 43,75 57,23 0,67 0,67<br />

Fonte: adapta<strong>do</strong> de Valadares Filho et al. (2006)<br />

tabela 6. composição química bromatológica da silagem <strong>do</strong> terço superior da<br />

rama de mandioca (valores médios)<br />

mS PB EE FB CHO FDN CNF Ca P<br />

25,20 19,46 4,25 36,88 68,91 50,75 21,53 0,88 0,22<br />

Fonte: adapta<strong>do</strong> de Modesto et al. (2004)<br />

4. <strong>SILAGENS</strong> COm mAIS <strong>DE</strong> UmA FORRAGEIRA<br />

• O Capim-elefante se comporta bem quan<strong>do</strong> ensila<strong>do</strong> com<br />

outras forrageiras, desde que sejam respeita<strong>do</strong>s os limites<br />

sugeri<strong>do</strong>s pela pesquisa. a planta de girassol com alto teor de Ms<br />

pode ser associada ao capim-elefante para silagem até o nível de<br />

23%, proporcionan<strong>do</strong> valores nutritivos satisfatórios;<br />

• O feno da parte aérea da mandioca pode ser adiciona<strong>do</strong><br />

até 25% da silagem de capins. o farelo da parte aérea pode<br />

ser adiciona<strong>do</strong> até 5% da silagem, que provocará melhoras nas<br />

silagens de capins;<br />

• O bagaço de cana pode ser adiciona<strong>do</strong> às silagens com baixo teor<br />

de matéria seca, porém reduz o seu valor nutricional. recomenda-se<br />

adicionar o máximo de 10% ao material a ser ensila<strong>do</strong>.<br />

13


. . . . . . . . Vi . circUito . . . . . de . tecnologias . . . . . . . adaPtadas . . . . . Para . . . a . agricUltUra . . . . . . FaMiliar . . . .<br />

5. PRINCIPAIS TIPOS <strong>DE</strong> SILOS USADOS NO NOR<strong>DE</strong>STE<br />

dentre os tipos de armazenamento de forragem sob a forma<br />

de ensilagem, destaca-se no nordeste o uso de três tipos de silo:<br />

o silo cincho, o silo de superfície e o silo tipo trincheira. sen<strong>do</strong> os<br />

tipos cincho e de superfície mais usa<strong>do</strong>s por agricultores familiares<br />

da região nordeste.<br />

5.1. Silo cincho<br />

o silo cincho é um tipo de silo de superfície que, por sua<br />

menor capacidade de armazenamento de forragem (< 10 t.), baixo<br />

custo de produção, menor requerimento de máquinas e mão de<br />

obra e maior rapidez no enchimento, encontra sua indicação<br />

no preparo de silagem em pequenas e médias propriedades<br />

agrícolas, particularmente as de base familiar.<br />

o silo cincho foi introduzi<strong>do</strong> no rio grande <strong>do</strong> norte em<br />

1993, pelo extensionista da eMater Joaquim dantas teixeira e é<br />

assim denomina<strong>do</strong> em função da semelhança de seu processo<br />

de enchimento com os cinchos ou formas usa<strong>do</strong>s na produção<br />

artesanal de queijos. A forma final <strong>do</strong> silo cincho é dada por um<br />

aro de metal com 50 cm de altura e três metros de diâmetro, que<br />

14


ProdUÇão . . . e . Uso . . de . . silagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .<br />

se utiliza inicialmente sobre o solo e que se eleva pelo efeito da<br />

compactação da forragem.<br />

entre alguns aspectos importantes para a utilização racional<br />

<strong>do</strong> silo cincho, destacam-se:<br />

• O silo deve ser planeja<strong>do</strong> para curtos perío<strong>do</strong>s de<br />

armazenamento (preparação no perío<strong>do</strong> chuvoso para utilização<br />

no perío<strong>do</strong> seco);<br />

• O silo é indica<strong>do</strong> para cria<strong>do</strong>res com pequenos rebanhos,<br />

que possam, por exemplo, armazenar <strong>do</strong>is a três cortes de suas<br />

capineiras não utilizadas no perío<strong>do</strong> chuvoso;<br />

5.1.1. Preparo da silagem<br />

e n t re a s fo rra g e i ra s<br />

indicadas para ensilagem<br />

figuram o milho, o sorgo e<br />

o capim-elefante. a época<br />

recomendável para a colheita<br />

d o m i l h o o u d o s o rg o<br />

corresponde ao estádio entre<br />

grãos pastosos a farináceos. o<br />

capim-elefante deve ser corta<strong>do</strong> com idade em torno de 60 dias<br />

ou com altura inferior a 1,80 m antes da floração. A prática de<br />

emurchecimento (12 horas de exposição <strong>do</strong> capim ao sol antes<br />

de triturar) é indicada.<br />

a área onde será localiza<strong>do</strong> o silo deve ser plana, bem drenada<br />

e selecionada em função da proximidade <strong>do</strong>s locais de alimentação<br />

<strong>do</strong>s animais. o aro metálico deverá ser monta<strong>do</strong> sobre o solo<br />

nivela<strong>do</strong> e revesti<strong>do</strong> com palha para evitar o contato da forragem<br />

15


. . . . . . . . Vi . circUito . . . . . de . tecnologias . . . . . . . adaPtadas . . . . . Para . . . a . agricUltUra . . . . . . FaMiliar . . . .<br />

com a terra. não se recomenda<br />

o uso de lona plástica em lugar<br />

da palha, pois essa impede<br />

a drenagem <strong>do</strong>s líqui<strong>do</strong>s da<br />

silagem (efluentes).<br />

a forragem pode ser picada<br />

no campo ou na boca <strong>do</strong> silo.<br />

o importante é que os pedaços<br />

fiquem com tamanho entre 2<br />

e 3 cm, distribuí<strong>do</strong>s de forma<br />

homogênea em camadas de 20-<br />

25 cm para facilitar o processo<br />

de compactação.<br />

a compactação de cada<br />

camada da forragem é obtida<br />

pelo caminhar de três a quatro<br />

pessoas, inicialmente em<br />

círculos no centro <strong>do</strong> aro e<br />

progressivamente amplian<strong>do</strong>se<br />

esse círculo até atingir as<br />

bordas da estrutura metálica.<br />

dedicar especial atenção na compactação (com os pés) da<br />

forragem situada próxima à parede <strong>do</strong> silo, para que ocorra a<br />

elevação <strong>do</strong> aro e a expulsão <strong>do</strong> ar.<br />

16


ProdUÇão . . . e . Uso . . de . . silagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .<br />

Utilizar réguas e marcas na<br />

parede <strong>do</strong> silo para controlar<br />

a subida <strong>do</strong> aro de maneira<br />

uniforme e corrigir os desníveis<br />

intensifican<strong>do</strong> a compactação<br />

nas áreas em que o aro estiver<br />

com menor elevação.<br />

Quan<strong>do</strong> o silo atingir a<br />

altura de 2 m deve-se efetuar<br />

o abaulamento da forragem<br />

situada no seu topo, de<br />

mo<strong>do</strong> a permitir uma melhor<br />

aderência da lona de cobertura<br />

à forragem. neste ponto, o silo<br />

estará praticamente pronto,<br />

bastan<strong>do</strong> que o aro metálico<br />

seja retira<strong>do</strong> e se proceda a<br />

abertura de uma vala para fixação da lona de cobertura. Silos<br />

menores, com 1,0 a 1,5 m podem ser feitos se o produtor não<br />

tiver forragens suficientes.<br />

Utilizar lona plástica de<br />

espessura 200 micra e tamanho<br />

8 x 8 m para cobrir o silo,<br />

fixan<strong>do</strong>-se primeiro a lona no<br />

topo com cordas ou cordões<br />

e a seguir, de cima para baixo<br />

realiza-se a expulsão <strong>do</strong> ar,<br />

até a vedação final na base,<br />

fixan<strong>do</strong>-se as extremidades da lona dentro da vala com cobertura<br />

de areia.<br />

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U m a v e z c o n c l u í d a<br />

a construção <strong>do</strong> silo, este<br />

deve ser isola<strong>do</strong> para evitar<br />

a presença de animais que<br />

possam danificar a lona, vin<strong>do</strong><br />

a comprometer a qualidade ou<br />

até mesmo ocasionar a perda<br />

da silagem. os silos devem ser<br />

inspeciona<strong>do</strong>s regularmente e o produtor deve ter disponíveis<br />

pedaços de lona e cola para reparar eventuais perfurações.<br />

a abertura <strong>do</strong> silo poderá ser<br />

realizada quan<strong>do</strong> transcorri<strong>do</strong>s<br />

pelo menos 30 dias de sua<br />

conclusão. durante o uso da<br />

silagem deve-se ter o cuida<strong>do</strong><br />

de eliminar as partes estragadas<br />

por mofo e exposição à água e<br />

ao ar.<br />

a retirada da silagem<br />

deverá ser em fatias, no senti<strong>do</strong><br />

vertical, acondicionada em<br />

carros de mão, sacos ou outros<br />

depósitos e conduzida ao local<br />

de fornecimento aos animais.<br />

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ProdUÇão . . . e . Uso . . de . . silagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .<br />

5.2. Silo de superfície<br />

o silo de superfície é indica<strong>do</strong> para o preparo de silagem em<br />

pequenas e médias propriedades agrícolas, particularmente as<br />

de base familiar, para o armazenamento de quantidades maiores<br />

que 10 toneladas de forragem.<br />

esses silos podem ser aloca<strong>do</strong>s próximos à área de produção<br />

da forragem ou de arraçoamento <strong>do</strong>s animais sem necessidade<br />

de construções rurais. esses locais preferencialmente devem<br />

apresentar um pequeno declive e não estarem sujeitos a<br />

encharcamento.<br />

no dimensionamento <strong>do</strong> silo deve-se considerar sua largura<br />

entre 5,0 a 5,5 m e altura de 1,2 a 1,5 m. o comprimento varia<br />

em função <strong>do</strong> volume de forragem que se deseja armazenar.<br />

não é recomendável construir silos muito grandes. em termos<br />

referenciais, um silo construí<strong>do</strong> com 13 m de comprimento, 5 m<br />

de largura e 1,5 m de altura, proporciona armazenamento de 35<br />

a 40 t de silagem.<br />

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5.2.1. Preparo da silagem<br />

demarcar a área retangular<br />

da base <strong>do</strong> silo utilizan<strong>do</strong><br />

piquetes nas extremidades e<br />

os unin<strong>do</strong> por um barbante<br />

para manter o alinhamento das<br />

laterais. Proceder a cobertura <strong>do</strong><br />

terreno demarca<strong>do</strong> com palhas<br />

para evitar o contato direto<br />

da forragem com o solo. não utilizar lonas plásticas, pois estas<br />

impedem a drenagem <strong>do</strong>s líqui<strong>do</strong>s da silagem (efluentes).<br />

a forragem pode ser triturada<br />

no campo ou junto ao silo, em<br />

partículas de 2 a 3 cm de tamanho,<br />

utilizan<strong>do</strong>-se máquinas forrageiras<br />

ou colheitadeiras. o material pica<strong>do</strong><br />

é então deposita<strong>do</strong> no silo. nesta<br />

ocasião, se forem utiliza<strong>do</strong>s aditivos<br />

como uréia (0,5%) ou melaço (3%)<br />

entre outros, estes devem ser muito bem mistura<strong>do</strong>s à massa de forragem.<br />

espalhar a forragem em<br />

toda a extensão <strong>do</strong> silo, em<br />

camada uniforme de 20-25<br />

cm de espessura para facilitar<br />

o processo de compactação.<br />

cada uma das camadas<br />

subsequentes deverá ter<br />

sua largura reduzida, pela<br />

diminuição de 15 cm em cada lateral, de maneira a ir dan<strong>do</strong> a<br />

forma de trapézio inverti<strong>do</strong> ao silo.<br />

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cada camada de forragem<br />

deve ser criteriosamente<br />

compactada. o trator deve ser<br />

opera<strong>do</strong> em velocidade lenta,<br />

com movimentos de ida e<br />

vinda em toda a extensão <strong>do</strong><br />

silo. com o aumento da altura<br />

<strong>do</strong> silo, deixar uma inclinação<br />

suave em suas extremidades para facilitar o trabalho <strong>do</strong> trator<br />

durante a descarga e compactação da forragem.<br />

ao atingir 1,2 a 1,5 m<br />

de altura, o silo deve ter as<br />

rampas de suas extremidades<br />

preenchidas com forragem<br />

e sofrerem compactação<br />

com os pneus dianteiros <strong>do</strong><br />

trator. em seguida efetua-se<br />

o acabamento e nivelamento<br />

manual de toda a superfície da massa de forragem armazenada,<br />

utilizan<strong>do</strong>-se ancinhos e enxadas.<br />

abrir uma valeta de 20<br />

cm de largura por 10 cm de<br />

profundidade em to<strong>do</strong>s os<br />

la<strong>do</strong>s <strong>do</strong> silo para fixação<br />

da lona de cobertura. de<br />

preferência, esta lona deve<br />

possuir espessura de 200 micra,<br />

e dimensões de comprimento<br />

e largura 3 m maiores que a base <strong>do</strong> silo.<br />

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a lona deverá ser estendida<br />

cobrin<strong>do</strong> toda a extensão<br />

<strong>do</strong> silo com uma sobra de<br />

pelo menos 0,5 m em to<strong>do</strong>s<br />

os la<strong>do</strong>s, para facilitar a sua<br />

fixação. Este processo tem início<br />

trabalhan<strong>do</strong>-se na lateral que<br />

está a favor <strong>do</strong> vento, fixan<strong>do</strong>se<br />

a lona na valeta com areia. após isso, procedimento similar é<br />

a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> na lateral oposta e em uma das extremidades.<br />

P a r a e x p u l s a r o a r<br />

remanescente, melhorar a<br />

compactação e a proteção <strong>do</strong><br />

silo, este deve ser recoberto<br />

com uma camada de terra,<br />

inician<strong>do</strong>-se pela extremidade<br />

já fechada, até atingir a outra<br />

extremidade que permanecia<br />

aberta. esta prática aumenta a longevidade da lona por protegê-la<br />

da ação direta <strong>do</strong>s raios solares.<br />

após a conclusão <strong>do</strong><br />

silo, este deve ser isola<strong>do</strong><br />

para evitar que a presença de<br />

animais possa danificar a lona<br />

e comprometer a qualidade ou<br />

até mesmo ocasionar a perda<br />

da silagem. os silos devem ser<br />

inspeciona<strong>do</strong>s regularmente, a<br />

fim de verificar se existem perfurações na lona e consertá-las.<br />

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a a b e r t u r a d o s i l o<br />

poderá ser realizada quan<strong>do</strong><br />

transcorri<strong>do</strong>s pelo menos<br />

30 dias após sua conclusão.<br />

durante a utilização da silagem<br />

deve-se ter o cuida<strong>do</strong> de<br />

eliminar as partes estragadas e<br />

mofadas. a retirada da silagem<br />

deverá ser feita em fatias, no senti<strong>do</strong> vertical, acondicionada em<br />

depósitos (carro de mão, sacos, carroções) e transportada ao local<br />

<strong>do</strong> fornecimento.<br />

6. <strong>USO</strong> <strong>DE</strong> ADITIVOS NAS <strong>SILAGENS</strong><br />

os aditivos são substâncias aplicadas às silagens, que podem<br />

ter os seguintes efeitos:<br />

• Estimular a fermentação pelo fornecimento adicional de<br />

carboidratos;<br />

• Prevenir ou inibir com eficiência a fermentação secundária;<br />

• Controlar a fermentação e propiciar condições que favoreçam<br />

a atividade de microorganismos desejáveis (lactobacillus) e inibir<br />

a atividade <strong>do</strong>s não desejáveis (clostridium);<br />

• Elevar o conteú<strong>do</strong> de nutrientes da silagem;<br />

• Aumentar o teor de matéria seca da silagem;<br />

• Promover o efeito associativo destas funções.<br />

6.1. Aditivos mais frequentemente usa<strong>do</strong>s no NE<br />

6.1.1. melaço<br />

favorece a fermentação lática, melhora a palatabilidade, a<br />

digestibilidade e a compactação da silagem. deve ser usa<strong>do</strong> diluí<strong>do</strong> em<br />

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água na proporção máxima de 1:3, ou seja, uma parte de melaço para três<br />

partes de água, sob pena de aumentar a umidade <strong>do</strong> material ensila<strong>do</strong>. a<br />

quantidade a ser usada é de 20 a 30 litros por tonelada de material, sen<strong>do</strong><br />

aspergi<strong>do</strong> de maneira uniforme sobre cada camada. após a aplicação,<br />

recomenda-se o revolvimento da camada antes da compactação. os<br />

capins são os mais beneficia<strong>do</strong>s pela adição de melaço.<br />

6.1.2. Farelos (trigo, milho, algodão)<br />

aumentam o teor de matéria seca da silagem, melhoram a<br />

fermentação, e aumentam o valor nutricional <strong>do</strong> produto final.<br />

recomenda-se o uso para materiais que apresentam baixo teor<br />

de matéria seca na hora da ensilagem.<br />

6.1.3. Uréia<br />

a adição de uréia no processo de ensilagem tem o objetivo<br />

de melhorar o valor nutritivo da silagem. as silagens de milho e<br />

sorgo respondem muito bem à adição de uréia na proporção de<br />

0,5 a 1,0% da massa ensilada, aumentan<strong>do</strong> o nível de proteína<br />

bruta. a adição de uréia em silagens de capins ao contrário das<br />

silagens de milho e sorgo, não tem uma boa resposta, em função<br />

da baixa quantidade de matéria seca e carboidratos solúveis.<br />

6.1.4. Bagaço de caju<br />

Pode ser adiciona<strong>do</strong> até 45% da silagem de capins,<br />

pois melhora a fermentação e os níveis de proteína bruta da<br />

silagem.<br />

Emurchecimento – a prática de pré-secar principalmente os<br />

capins antes da ensilagem é bastante positiva, pois aumenta<br />

o teor de matéria seca e a concentração de carboidratos<br />

solúveis. a forragem não deve ficar exposta por mais de<br />

24 horas, sob pena de haver perdas, principalmente de<br />

carboidratos, prejudican<strong>do</strong> o produto final. Um perío<strong>do</strong> de<br />

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seis a <strong>do</strong>ze horas de exposição <strong>do</strong> material proporcionará<br />

bons resulta<strong>do</strong>s na silagem.<br />

dentre esses aditivos a embrapa ga<strong>do</strong> de corte recomenda<br />

os seguintes quantitativos a serem utiliza<strong>do</strong>s: fubá (10-40 kg/t),<br />

raspa de mandioca (75 kg/t), espiga de milho integral moída (150-<br />

200 kg/t), polpa cítrica (100-200 kg/t), casca de soja (100-200 kg/t).<br />

a empresa informa ainda que esses aditivos devem ser mistura<strong>do</strong>s<br />

da foma mais homogênea possível na massa ensilada.<br />

7. qUALIDA<strong>DE</strong> DA SILAGEm<br />

a qualidade da silagem está ligada diretamente à qualidade<br />

<strong>do</strong> material ensila<strong>do</strong>. Quanto mais rica for a forrageira, mais<br />

nutritiva será a silagem. a silagem pode ser obtida a partir de uma<br />

única espécie forrageira, ou da combinação de duas ou mais para<br />

encher um mesmo silo, no intuito de se ter uma boa quantidade<br />

de material armazena<strong>do</strong>, bem como, melhorar a qualidade final<br />

<strong>do</strong> produto. o teor de umidade da silagem é muito importante<br />

durante o processo, deven<strong>do</strong> estar entre 74 e 65% de umidade,<br />

ou seja, não se deve ensilar material muito tenro, que ao ser<br />

comprimi<strong>do</strong> após ser processa<strong>do</strong> em uma máquina ensiladeira<br />

ou forrageira, escorra “água” com facilidade.<br />

Para saber se a silagem foi bem preparada e tem um bom<br />

valor nutritivo, sen<strong>do</strong> um alimento de boa qualidade, algumas<br />

características podem ser observadas:<br />

• Cor clara, verde-amarelada ou caqui;<br />

• Cheiro agradável e levemente avinagra<strong>do</strong>;<br />

• Textura firme, macia;<br />

• Sabor áci<strong>do</strong>.<br />

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silagens que ao serem abertas apresentarem cores escuras<br />

(marrom a preta) e cheiro forte de fumo ou rançoso indicam<br />

silagens aquecidas e mal fermentadas.<br />

8. FORNECImENTO <strong>DE</strong> <strong>SILAGENS</strong> PARA OS ANImAIS<br />

a silagem deve ser oferecida aos animais imediatamente<br />

após a sua retirada <strong>do</strong> silo, pois em contato com o ar, inicia-se<br />

o processo de fermentação aeróbica que muda a composição,<br />

o<strong>do</strong>r e sabor <strong>do</strong> alimento. em ruminantes recomenda-se a sua<br />

oferta após os animais terem completa<strong>do</strong> o desenvolvimento de<br />

seu sistema digestivo, ou seja, quan<strong>do</strong> já estiverem ruminan<strong>do</strong><br />

(remoen<strong>do</strong>).<br />

silagem de má qualidade com cheiro ruim, escura e com<br />

bolor (mofo) não deve ser fornecida a nenhuma categoria animal,<br />

pois independente de ser ruminante ou não, alimento estraga<strong>do</strong><br />

sempre será prejudicial aos animais.<br />

ao se iniciar a oferta de silagem, sempre fazer uma adaptação<br />

<strong>do</strong>s animais, pois se trata de um alimento diferente com o<strong>do</strong>r,<br />

sabor e composição característica. se for oferta<strong>do</strong> sem essa<br />

adaptação, provavelmente a produção será reduzida em função<br />

da diminuição <strong>do</strong> consumo de matéria seca e falta de adaptação<br />

<strong>do</strong> sistema digestivo ao novo alimento.<br />

a adaptação consiste em fornecer a silagem junto com o<br />

outro volumoso ou concentra<strong>do</strong> já forneci<strong>do</strong> aos animais. a<br />

quantidade inicial deve ser menor que a <strong>do</strong> alimento que já vinha<br />

sen<strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>, aumentan<strong>do</strong>-se gradativamente até a total<br />

substituição <strong>do</strong> alimento antigo pelo novo. este procedimento<br />

deve ser lento e durar aproximadamente 15 dias, para que o animal<br />

não sinta a mudança na alimentação.<br />

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ProdUÇão . . . e . Uso . . de . . silagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .<br />

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