Educação Física: a resignificação de uma prática a ... - grupo mel

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Educação Física: a resignificação de uma prática a partir do acompanhamento pedagógico Licenciado em Educação Física pela Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS Especialista em Metodologia em Educação Física e Esporte - UNEB Professor Substituto na UEFS das disciplinas: Voleibol e Handebol Professor de Educação Física na Rede Pública de Ensino do Estado da Bahia Fábio Santana Nunes fabio_uefs@bol.com.br (Brasil) Resumo O presente trabalho buscou responder a seguinte problemática: Como o coordenador pedagógico pode contribuir para a resignificar a Educação Física no contexto escolar atual? Objetivamos apontar os caminhos percorridos pela Educação Física e pela Supervisão escolar até os dias atuais e sugerir caminhos para uma prática pedagógica compartilhada. Faremos isso através da análise e reflexão da bibliografia existente. Unitermos: Escola. Educação física. Supervisão educacional. Artigo desenvolvido sob orientação da Profa. Ms. Maria José Oliveira Duboc, na Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS, fruto das discussões na Especialização em Supervisão Escolar na disciplina Supervisão Educacional. http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 10 - N° 71 - Abril de 2004 Introdução O fato das escolas públicas e particulares do ensino fundamental da Bahia ofertarem a disciplina educação física parece relevante para uma área que historicamente tem lutado para ocupar um espaço no cenário educacional. No que diz respeito ao acompanhamento do trabalho desenvolvido pelo professor, o pressuposto é de que é da competência do supervisor/coordenador pedagógico, por isso é ilustrativo destacar a configuração do quadro desses profissionais nas respectivas redes: Quanto às escolas privadas a presença desses profissionais nas é uma constante pelo menos é o que pode ser deduzido a partir da afirmação de Atta (2002, p. 27) : As escolas privadas baianas, no entanto, vêm mantendo o serviço de coordenação pedagógica, algumas desenvolvendo trabalhos a partir, dos saberes do aluno e usando, entre outros, o método de projeto para superar tanto quanto possível, a fragmentação do currículo. Por outro lado, uma pesquisa de 1997, indicava a ausência da figura do supervisor em 89% das escolas estaduais e municipais de 1ª a 4ª série. Outra pesquisa realizada em 1999 nos apresentou um percentual de 64% de escolas sem coordenação, sendo que 80% dos professores entrevistados reclamavam a presença contínua de um coordenador pedagógico no interior da escola, como membro do grupo. (ATTA, 2002, p. 27) Importa destacar que muitos são os problemas a serem enfrentados pelo supervisor educacional: a) professores não-graduados em educação física (dentre estes: amigos da escola, professores com formação em outra disciplina que completam carga horária e os contratados de plantão, que muitas vezes não possuem nenhum relação efetiva e afetiva com a educação, b) esportivização, ou seja, utilização apenas do conteúdo esporte na aulas de Educação Física durante, c) professores de educação física graduados na área, mas com pouco embasamento teórico e prático e d) sem postura profissional (fazer planejamento, freqüentar reuniões pedagógicas).

<strong>Educação</strong> <strong>Física</strong>: a <strong>resignificação</strong> <strong>de</strong> <strong>uma</strong><br />

<strong>prática</strong> a partir do acompanhamento pedagógico<br />

Licenciado em <strong>Educação</strong> <strong>Física</strong> pela<br />

Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Feira <strong>de</strong> Santana - UEFS<br />

Especialista em Metodologia em<br />

<strong>Educação</strong> <strong>Física</strong> e Esporte - UNEB<br />

Professor Substituto na UEFS<br />

das disciplinas: Voleibol e Han<strong>de</strong>bol<br />

Professor <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>Física</strong> na<br />

Re<strong>de</strong> Pública <strong>de</strong> Ensino do Estado da Bahia<br />

Fábio Santana Nunes<br />

fabio_uefs@bol.com.br<br />

(Brasil)<br />

Resumo<br />

O presente trabalho buscou respon<strong>de</strong>r a seguinte problemática: Como o coor<strong>de</strong>nador pedagógico po<strong>de</strong><br />

contribuir para a resignificar a <strong>Educação</strong> <strong>Física</strong> no contexto escolar atual? Objetivamos apontar os<br />

caminhos percorridos pela <strong>Educação</strong> <strong>Física</strong> e pela Supervisão escolar até os dias atuais e sugerir<br />

caminhos para <strong>uma</strong> <strong>prática</strong> pedagógica compartilhada. Faremos isso através da análise e reflexão da<br />

bibliografia existente.<br />

Unitermos: Escola. <strong>Educação</strong> física. Supervisão educacional.<br />

Artigo <strong>de</strong>senvolvido sob orientação da Profa. Ms. Maria José Oliveira Duboc,<br />

na Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Feira <strong>de</strong> Santana - UEFS, fruto das discussões<br />

na Especialização em Supervisão Escolar na disciplina Supervisão Educacional.<br />

http://www.ef<strong>de</strong>portes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 10 - N° 71 - Abril <strong>de</strong> 2004<br />

Introdução<br />

O fato das escolas públicas e particulares do ensino fundamental da Bahia<br />

ofertarem a disciplina educação física parece relevante para <strong>uma</strong> área que<br />

historicamente tem lutado para ocupar um espaço no cenário educacional. No<br />

que diz respeito ao acompanhamento do trabalho <strong>de</strong>senvolvido pelo professor,<br />

o pressuposto é <strong>de</strong> que é da competência do supervisor/coor<strong>de</strong>nador<br />

pedagógico, por isso é ilustrativo <strong>de</strong>stacar a configuração do quadro <strong>de</strong>sses<br />

profissionais nas respectivas re<strong>de</strong>s: Quanto às escolas privadas a presença<br />

<strong>de</strong>sses profissionais nas é <strong>uma</strong> constante pelo menos é o que po<strong>de</strong> ser<br />

<strong>de</strong>duzido a partir da afirmação <strong>de</strong> Atta (2002, p. 27) :<br />

As escolas privadas baianas, no entanto, vêm mantendo o<br />

serviço <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação pedagógica, alg<strong>uma</strong>s <strong>de</strong>senvolvendo<br />

trabalhos a partir, dos saberes do aluno e usando, entre<br />

outros, o método <strong>de</strong> projeto para superar tanto quanto<br />

possível, a fragmentação do currículo.<br />

Por outro lado, <strong>uma</strong> pesquisa <strong>de</strong> 1997, indicava a ausência da figura do<br />

supervisor em 89% das escolas estaduais e municipais <strong>de</strong> 1ª a 4ª série. Outra<br />

pesquisa realizada em 1999 nos apresentou um percentual <strong>de</strong> 64% <strong>de</strong> escolas<br />

sem coor<strong>de</strong>nação, sendo que 80% dos professores entrevistados reclamavam a<br />

presença contínua <strong>de</strong> um coor<strong>de</strong>nador pedagógico no interior da escola, como<br />

membro do <strong>grupo</strong>. (ATTA, 2002, p. 27)<br />

Importa <strong>de</strong>stacar que muitos são os problemas a serem enfrentados pelo<br />

supervisor educacional: a) professores não-graduados em educação física<br />

(<strong>de</strong>ntre estes: amigos da escola, professores com formação em outra disciplina<br />

que completam carga horária e os contratados <strong>de</strong> plantão, que muitas vezes<br />

não possuem nenhum relação efetiva e afetiva com a educação, b)<br />

esportivização, ou seja, utilização apenas do conteúdo esporte na aulas <strong>de</strong><br />

<strong>Educação</strong> <strong>Física</strong> durante, c) professores <strong>de</strong> educação física graduados na área,<br />

mas com pouco embasamento teórico e prático e d) sem postura profissional<br />

(fazer planejamento, freqüentar reuniões pedagógicas).


Diante <strong>de</strong>sta realida<strong>de</strong> complexa, objetivamos apontar os caminhos<br />

percorridos pela <strong>Educação</strong> <strong>Física</strong> e pela Supervisão Escolar até os dias atuais e<br />

apresentar sugestões para <strong>uma</strong> <strong>prática</strong> pedagógica compartilhada, para tanto,<br />

faremos <strong>uma</strong> revisão bibliográfica sobre a Supervisão Educacional e a <strong>Educação</strong><br />

<strong>Física</strong> analisando e refletindo a história e as perspectivas das mesmas.<br />

Aproximarmos <strong>de</strong>ssa temática possibilita, primeiro, <strong>uma</strong> discussão acerca <strong>de</strong><br />

como a <strong>Educação</strong> <strong>Física</strong> está sendo vista <strong>de</strong>ntro das escolas e, segundo, <strong>uma</strong><br />

compreensão mais ampla da importância do coor<strong>de</strong>nador pedagógico no<br />

processo <strong>de</strong> validação da educação física enquanto componente curricular<br />

obrigatório.<br />

A <strong>Educação</strong> <strong>Física</strong> e a supervisão escolar: caminhos que se<br />

cruzam e/ou histórias em comum<br />

Para analisarmos um caminho possível <strong>de</strong> ser trilhado pelos professores <strong>de</strong><br />

<strong>Educação</strong> <strong>Física</strong> e Supervisores Educacionais, antes, temos que compreen<strong>de</strong>r<br />

um pouco do quanto já foi percorrido. Para cumprir esse objetivo, buscaremos<br />

fazer inicialmente um passeio histórico.<br />

Os exercícios físicos, no âmbito escolar, enquanto jogos, dança, ginásticas,<br />

equitação, surgem na Europa em meados do século XVIII e início do século<br />

XIX. Foi durante esse período que se construiu e se consolidou a socieda<strong>de</strong><br />

capitalista e a <strong>Educação</strong> <strong>Física</strong> teria um papel <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque, pois "Para essa<br />

nova socieda<strong>de</strong>, tornava-se necessário 'construir' um novo homem: mais forte,<br />

mais ágil, mais empreen<strong>de</strong>dor". (SOARES et al, 1992, p. 51).<br />

O supervisor foi enquadrado perfeitamente à essa lógica <strong>de</strong> alienação dos<br />

sujeitos e submissão ao po<strong>de</strong>r central pois, "(..)foi pensado para ser o<br />

mediador entre as políticas educacionais oficiais e sua efetiva implementação<br />

na unida<strong>de</strong> escolar" (FONTES, 2003, p. 58)<br />

As aulas <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>Física</strong> eram ministradas por homens do exército, que<br />

traziam consigo todo o rigor, disciplina e hierarquia das instituições militares.<br />

Até o início dos anos 40, os professores <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>Física</strong> que trabalhavam<br />

nas escolas eram formados por instituições militares. Somente em 1939 foi<br />

criada a primeira escola civil <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> professores <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>Física</strong><br />

(Brasil, Decreto-lei nº 1212, <strong>de</strong> 17 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1939, citado por SOARES et al,<br />

1992).<br />

Po<strong>de</strong>mos resumir essa primeira meta<strong>de</strong> do século XX com o seguinte<br />

parágrafo:<br />

No século XX, a <strong>Educação</strong> <strong>Física</strong> escolar sofreu, no Brasil,<br />

influências <strong>de</strong> correntes <strong>de</strong> pensamento filosófico, tendências<br />

políticas, científicas e pedagógicas. Assim, até a década <strong>de</strong> 50,<br />

a <strong>Educação</strong> <strong>Física</strong> ora sofreu influências provenientes da<br />

filosofia positivista, da área médica (por exemplo, o<br />

higienismo), <strong>de</strong> interesses militares (nacionalismo, instrução<br />

pré-militar), ora acompanhou as mudanças no próprio<br />

pensamento pedagógico (por exemplo, a vertente escolanovista<br />

na década <strong>de</strong> 50). (Parâmetros Curriculares Nacionais:<br />

<strong>Educação</strong> <strong>Física</strong>, 1998, p. 21).


Após a Segunda Guerra Mundial, o Método Desportivo Generalizada se<br />

proliferou por todos os países, sob influência da cultura européia como<br />

elemento predominante nas <strong>prática</strong>s corporais. Po<strong>de</strong>mos creditar esse fato a<br />

Guerra Fria, pois igualmente os países do Bloco Socialista e do Bloco Capitalista<br />

começaram a investir mais no Esporte, acreditando ser, este, um meio <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>mostrar a superiorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um sistema sobre o outro.<br />

Busca-se então a eficiência e eficácia no esporte, através do<br />

aperfeiçoamento do gesto motor, <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> pedagogia tecnicista, que<br />

imperou durante o período pós-70. Por se configurar na década <strong>de</strong> 70 como<br />

tecnicista, o supervisor "permitia o mascaramento <strong>de</strong> possíveis antagonismos<br />

capital/trabalho e o conveniente esvaziamento do conteúdo político <strong>de</strong> um<br />

processo educativo (...)". (BUENO, 2000, p. 30).<br />

Posteriormente o supervisor <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser fiscal do processo pedagógico e<br />

passou a ser concebido como o articulador <strong>de</strong>sse mesmo processo. Deve<br />

pensar, refletir e investigar a sua <strong>prática</strong>, através <strong>de</strong> pesquisa, que <strong>de</strong>ve<br />

acompanhar o ensino, apontando caminhos, criando atalhos, produzindo outras<br />

ações, reformulando concepções, produzindo rupturas e continuida<strong>de</strong>s na<br />

<strong>prática</strong> pedagógica. (FONTES, 2003, p. 58)<br />

Segundo Soares et al (1992, p. 55 e 56), nas décadas <strong>de</strong> 70 e 80 emergem<br />

movimentos "renovadores" na <strong>Educação</strong> <strong>Física</strong> como a Psicomotricida<strong>de</strong>, a<br />

pedagogia h<strong>uma</strong>nista e um movimento chamado Esporte Para Todos ( EPT). A<br />

psicomotricida<strong>de</strong> privilegia o estímulo ao <strong>de</strong>senvolvimento psicomotor, a<br />

estruturação do esquema corporal e as aptidões motoras. Na pedagogia<br />

h<strong>uma</strong>nista, o conteúdo passa a ser meio para promover relações interpessoais<br />

e facilitar o <strong>de</strong>senvolvimento da natureza, "em si boa", da criança. E no EPT, a<br />

antropologia serve <strong>de</strong> base, colocando a autonomia do ser h<strong>uma</strong>no no centro.<br />

No início dos anos 90 é configurada a <strong>uma</strong> proposta sistematizada para<br />

<strong>Educação</strong> <strong>Física</strong>: A <strong>Educação</strong> <strong>Física</strong> Crítico-Superadora que tem como objeto <strong>de</strong><br />

estudo a Cultura Corporal, Soares et al, (1992, p. 38) afirma que, são:<br />

(...) formas <strong>de</strong> representação do mundo que o homem tem<br />

produzido no <strong>de</strong>correr da história, exteriorizadas pela<br />

expressão corporal: jogos, danças, lutas, exercícios ginásticos,<br />

esporte, malabarismo, contorcionismos, mímica e outros (...).<br />

Na contemporaneida<strong>de</strong>, a ação supervisora se encaminha para continuar no<br />

sentido progressista adotado a partir dos anos 80, porém ainda encontra<br />

resistência se confrontado com idéias <strong>de</strong> <strong>uma</strong> supervisão tecnoburocrática <strong>de</strong><br />

tempos passados. Agindo assim "como um intelectual orgânico tradicional, por<br />

mais 'inovadoras' que sejam suas <strong>prática</strong>s." (BUENO, 2000, p. 45).<br />

Conclusão: caminhando para <strong>uma</strong> <strong>prática</strong> pedagógica<br />

compartilhada<br />

Acredito que <strong>uma</strong> <strong>prática</strong> compartilhada acontecerá quando a <strong>Educação</strong><br />

<strong>Física</strong> for entendida, por todos os atores da escola: diretores, supervisores e<br />

professores, como um componente curricular, que tem sua importância na<br />

formação h<strong>uma</strong>na. O coor<strong>de</strong>nador educacional precisa ter <strong>uma</strong> postura crítica<br />

quanto à problemática dos professores não-graduados em educação física, e<br />

exigir que se faça respeitada a Lei <strong>de</strong> Diretrizes e Bases da <strong>Educação</strong> - LDB, Lei<br />

9394/96.


É um contra-senso se falar <strong>de</strong> educação <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> se essa educação <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong> não atinge o ser h<strong>uma</strong>no, como um todo, em seus aspectos:<br />

cognitivo, social, motor e afetivo. Nega-se para esses cidadãos a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> conhecer e vivenciar diferentes manifestações da cultura corporal (jogos,<br />

lutas, esportes, ginástica, danças...) produzidas pela h<strong>uma</strong>nida<strong>de</strong> no <strong>de</strong>correr<br />

dos tempos. Afinal para que serve a escola, se não para difundir, resignificar e<br />

transformar conhecimentos dos nossos antepassados? Estamos negando essa<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecer aos nossos alunos, e os supervisores têm um papel<br />

fundamental nessa busca pelo conhecimento.<br />

Outro importante momento para <strong>uma</strong> <strong>prática</strong> compartilhada é a formação<br />

continuada dos professores <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>Física</strong> no próprio local <strong>de</strong> trabalho.<br />

Dado o exagero <strong>de</strong> a formação contínua, durante anos, ter<br />

centrado suas ativida<strong>de</strong>s na retirada dos educandos <strong>de</strong> seu<br />

local <strong>de</strong> trabalho, principalmente da escola - fato amplamente<br />

criticado em todas as avaliações realizadas - há atualmente<br />

<strong>uma</strong> forte tendência em valorizar a escola como o lócus da<br />

formação contínua. (FUSARI, 2002, p. 17).<br />

Para <strong>uma</strong> formação continuada <strong>de</strong>ntro da própria escola, são necessárias: a<br />

presença dos professores <strong>de</strong> educação física <strong>de</strong>ntro das reuniões pedagógicas e<br />

os supervisores possuírem saber disciplinares sobre educação física.<br />

Quanto à presença dos professores nas reuniões (que empiricamente<br />

afirmamos não ser muito freqüente), é <strong>uma</strong> condição necessária para que<br />

aconteçam processos interdisciplinares, buscando-se relações com as<br />

disciplinas da área <strong>de</strong> conhecimento <strong>de</strong> comunicação, a qual pertencemos<br />

(português, línguas estrangeiras e educação artística) além das outras áreas <strong>de</strong><br />

conhecimento. É importante também, para o planejamento conjunto com<br />

outros professores <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>Física</strong> dos projetos, objetivos e conteúdos que<br />

serão <strong>de</strong>senvolvidos durante o ano letivo.<br />

Quanto aos supervisores possuírem saber disciplinares Vasconcellos (2002)<br />

nos afirma que:<br />

o supervisor <strong>de</strong>ve ter <strong>uma</strong> sólida formação em termos <strong>de</strong> <strong>uma</strong><br />

concepção <strong>de</strong> educação e <strong>de</strong> seus fundamentos<br />

epistemológicos e pedagógicos, aliada a um conhecimento dos<br />

conceitos fundamentais <strong>de</strong> cada área do saber, bem como a<br />

<strong>uma</strong> cultura geral que lhe permite ter <strong>uma</strong> visão <strong>de</strong> totalida<strong>de</strong><br />

da <strong>prática</strong> educativa.<br />

Esse conhecimento dos conceitos fundamentais da <strong>Educação</strong> <strong>Física</strong><br />

instrumentalizará os supervisores a não permitir que esse os professores<br />

utilizem apenas os esportes como único conteúdo, que chamamos<br />

anteriormente <strong>de</strong> esportivização da <strong>Educação</strong> <strong>Física</strong> e auxiliando os mesmos<br />

para o aprofundamento teórico-prático.


Referências<br />

• ATTA, Dilza. O acompanhamento pedagógico do trabalho escolar. In:<br />

Revista <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> CEAP - Ano X , n 36, Salvador, mar./maio, p 19-<br />

29, 2002.<br />

• BUENO, Maria Sylvia Simões. Revisitar a Minha Ação Supervisora:<br />

Estratégia para explicitar e discutir caminhos e perspectivas da<br />

supervisão <strong>de</strong> ensino, em território Paulista, na virada do milênio. In :<br />

MACHADO, Lour<strong>de</strong>s Marcelino. Administração e supervisão escolar:<br />

questões para o novo milênio, São Paulo: Pioneira, 2000.<br />

• BRASIL. Secretaria <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> Fundamental. Parâmetros curriculares<br />

nacionais: <strong>Educação</strong> <strong>Física</strong>, terceiro e quarto ciclo do ensino<br />

fundamental. Brasília: MEC / SEF, 1998. 114p.<br />

• FONTES, Rejane <strong>de</strong> Souza & VIANA, Simone Rodrigues. Supervisão e<br />

Orientação: outras palavras necessárias. In: Presença Pedagógica, v. 9<br />

n. 49 - jan./fev. p. 55-61, 2003.<br />

• FUSARI, José Cerchi. Formação contínua <strong>de</strong> educadores na escola e em<br />

outras situações. In: BRUNO, Eliane Bambini Gorgueira (org). O<br />

coor<strong>de</strong>nador pedagógico e a formação docente. 3ª ed, Loyola, São<br />

Paulo, 2002.<br />

• SOARES, Carmem Lucia et al. Metodologia do ensino <strong>de</strong> <strong>Educação</strong><br />

<strong>Física</strong>. São Paulo: Cortez, 1992.<br />

• VASCONCELLOS, Celso dos S. Coor<strong>de</strong>nação do trabalho pedagógico: Do<br />

projeto político-pedagógico ao cotidiano da sala <strong>de</strong> aula. São Paulo:<br />

Libertad, 2002.

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