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1 - INTRODUÇÃO<br />
No con<strong>texto</strong> social das relações humanas, a violência deveria ser algo advinda do mundo<br />
exterior e não do local onde se escolhe <strong>para</strong> ser um lar, ou seja, a casa onde um casal se instala e<br />
constitui sua família. Contudo <strong>para</strong> muitas mulheres este lar, esta casa, é sinônimo de violação de<br />
seus direitos, de medo e de morte.<br />
A violência contra a mulher não pode ser se<strong>para</strong>da da categoria de gênero, pois ela deve ser<br />
entendida como reflexo de desigualdade social, econômica e política, reforçadas por uma cultura e<br />
ideologias sexistas, racistas, classistas de dominação e exclusão.Sobre a dominação destaca BLAY,<br />
2003:<br />
Agredir, matar, estuprar uma mulher ou uma menina são fatos que têm acontecido ao longo<br />
da história em praticamente todos os países ditos civilizados e dotados dos mais diferentes<br />
regimes econômicos e políticos. A magnitude da agressão, porém, varia. È mais frequente<br />
em países de uma prevalecente cultura masculina, e menor em culturas que buscam<br />
soluções igualitárias <strong>para</strong> as diferenças de gênero. (BLAY,2003).<br />
Segundo informações do Centro da Mulher 8 de Março, 70% dos casos de violência<br />
contra a mulher acontecem dentro de sua própria casa. Para efeito da Lei nº 11.340/2006 – lei Maria<br />
da Penha, a violência contra a mulher é todo e qualquer ato ou atitude de agressão física, verbal,<br />
psicológica ou sexual contra as mulheres que ocorra dentro de casa ou fora dela, decorrente das<br />
relações familiares ou afetivas. Corroborando com o tema PINAFI, 2007 acrescenta:<br />
A violência contra a mulher é produto de uma construção histórica — portanto, passível de<br />
desconstrução — que traz em seu seio estreita relação com as categorias de gênero, classe e<br />
raça/etnia e suas relações de poder. Por definição, pode ser considerada como toda e<br />
qualquer conduta baseada no gênero, que cause ou passível de causar morte, dano ou<br />
sofrimento nos âmbitos: físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto na esfera pública<br />
quanto na privada. (PINAFI,2007).<br />
Conforme dados da Fundação Abramo (2010), 11% das brasileiras com 15 anos ou mais já<br />
foram vítimas de espancamento sendo o marido ou companheiro o responsável por 56% desses<br />
casos de violência. A violência contra a mulher hoje é considerada uma das maiores causas de<br />
homicídios no Brasil.<br />
Os dados mostram que a cada duas horas, uma mulher é assassinada no Brasil; seis em cada<br />
dez brasileiros conhecem alguma mulher que foi vítima de violência doméstica; 30% das mulheres<br />
brasileiras já sofreram algum tipo de violência doméstica; a cada dois minutos, cinco mulheres são<br />
violentamente agredidas no Brasil.<br />
Portanto a leitura destes dados nos revela que vivemos em uma sociedade onde as relações<br />
entre homens e mulheres se dão de forma desigual, as chamadas relações de gênero, onde impera o<br />
poder e a dominação masculina. São os homens, os companheiros, os maridos que agridem e matam