CONVERSAÇÕES . . . - Franciscan Sisters of the Poor
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Conversações… com Ir. Judette Gallares, RC Vejo claramente “a consciência verde da vida religiosa” como um convite a vivermos como contemplativas e compassivas, no nosso mundo de hoje. Os cinco pontos acima mencionados são os aspectos que nos convidam a crescer na nossa espiritualidade mística e contemplativa. Já citei o exemplo concreto, na minha fala à UISG, do modelo com o qual concordaram tanto a Conferência dos Religiosos da Índia como outras Conferências semelhantes na Ásia — que o chamado para os religiosos de hoje é incorporar em cada aspecto da sua consagração o tema da “consciência verde da vida consagrada” para exprimirmos a nossa busca de Deus que se encontra presente “em cada realidade da natureza”. Portanto, as pessoas consagradas que dedicam suas vidas a Deus estão sendo chamadas a desenvolver uma espiritualidade ecológica que é, em si, uma espiritualidade religiosa. Percebo muitas implicações desse fato para as mulheres religiosas, a Igreja e a inteira criação. Mas deixem-me citar os pontos que eu considero serem os mais importantes na área da formação inicial e permanente: 1) As preocupações ecológicas devem entrar em parceria com as preocupações feministas porque ambas estão empenhadas não somente com as causas da justiça, paz e integridade da criação, como também contra o divisionismo que parece prevalecer nesta era pós-moderna.
Conversações… com Ir. Judette Gallares, RC O feminismo nos propicia uma perspectiva mais holística da espiritualidade que procura sanar todas as separações em prol da inteireza e da integração onde for necessário, e não menos na vida espiritual que anima cada pessoa e a toda a sociedade. É dolorosamente claro que o pensamento dualista continua a dividir e a fragmentar o nosso mundo, quando milhões de pessoas, sedentas de espiritualidade, anseiam por paz e união. Enquanto mulheres de várias partes do mundo estão pedindo por uma nova espiritualidade, as pessoas estão despertando para o seu anseio de um tipo de espiritualidade que não se baseia no pensamento dual, porque acreditam ser isso o que continua a fragmentar o nosso mundo. Frequentemente, muitas mulheres se sentem, de fato, chamadas a uma nova espiritualidade baseada não somente na oração pessoal, como tambémno empenho pela justiça social que seja capaz de curar as divisões existentes e a fragmentação. As mulheres estão convocando tanto as mulheres como os homens a expressar uma espiritualidade que afirme a Palavra de Deus no mundo, acolhendo tanto a transcendência como a imanência: uma espiritualidade que tome em consideração a inteireza das coisas, que sinta a relacionalidade que vincula o conjunto à unidade. O eco-feminismo nos oferece uma nova perspectiva do mundo e serve de desafio profético contra as injustiças sistêmicas e estruturais. 2) Estamos sendo chamadas a criticar constantemente a expectativa da vida religiosa “orientada à produção” e resgatar o nosso espírito místico. É triste constatar que em
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Conversações… com Ir. Judette Gallares, RC<br />
Vejo claramente “a consciência verde da vida religiosa” como um convite a vivermos<br />
como contemplativas e compassivas, no nosso mundo de hoje. Os cinco pontos acima<br />
mencionados são os aspectos que nos convidam a crescer na nossa espiritualidade<br />
mística e contemplativa.<br />
Já citei o exemplo concreto, na minha fala à UISG, do modelo com o qual concordaram<br />
tanto a Conferência dos Religiosos da Índia como outras Conferências semelhantes na<br />
Ásia — que o chamado para os religiosos de hoje é incorporar em cada aspecto da sua<br />
consagração o tema da “consciência verde da vida consagrada” para exprimirmos a<br />
nossa busca de Deus que se encontra presente “em cada realidade da natureza”.<br />
Portanto, as pessoas consagradas que dedicam suas vidas a Deus estão sendo<br />
chamadas a desenvolver uma espiritualidade ecológica que é, em si, uma<br />
espiritualidade religiosa. Percebo muitas implicações desse fato para as mulheres<br />
religiosas, a Igreja e a inteira criação.<br />
Mas deixem-me citar os pontos que eu considero serem os mais importantes na área<br />
da formação inicial e permanente:<br />
1) As preocupações ecológicas devem entrar em parceria com as preocupações<br />
feministas porque ambas estão empenhadas não somente com as causas da justiça,<br />
paz e integridade da criação, como também contra o divisionismo que parece<br />
prevalecer nesta era pós-moderna.