19.04.2013 Views

Vidreiros Bávaros na Península Ibérica - Georg Paulus

Vidreiros Bávaros na Península Ibérica - Georg Paulus

Vidreiros Bávaros na Península Ibérica - Georg Paulus

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Paulus</strong>: <strong>Vidreiros</strong> <strong>Bávaros</strong> <strong>na</strong> <strong>Península</strong> <strong>Ibérica</strong><br />

<strong>Georg</strong> e Ulrich Hahn não tinham as mesmas origens, trabalhando já em Rothenbügl, <strong>na</strong><br />

década de 1730. Eles não descendiam de uma família tradicio<strong>na</strong>l de vidreiros, mas eram sim<br />

filhos de um casal de agricultores da vizinha vila de Painten. Ulrich, o mais velho dos dois<br />

irmãos, <strong>na</strong>sceu ainda <strong>na</strong> velha moradia dos pais em Bügerl, um vilarejo <strong>na</strong>s proximidades, e<br />

foi o primeiro da família a aprender a arte da fabricação de vidro. Seu irmão Johann <strong>Georg</strong>,<br />

que veio ao mundo em Painten no ano de 1700, deve ter-se destacado por um especial<br />

talento, aplicando-o no ofício de fundidor de vidro. Nesta função ele sucedeu a Wilhelm<br />

Greiner <strong>na</strong> fábrica de vidro de Irlbrunn. Os Greiners pertenciam, ao contrário dos Hahns, a<br />

uma velha família de vidreiros. A profissão de fundidor encontrava-se entre as mais<br />

importantes e mais visadas funções numa fábrica de vidro. 28<br />

A família camponesa Hahn chegou à comarca de Hemau, <strong>na</strong> região de Palati<strong>na</strong>do-<br />

Neuburg, durante a Guerra dos Trinta Anos. A sua origem é desconhecida e até aquele<br />

momento o nome Hahn não era encontrado <strong>na</strong>s proximidades. Em 1640, Leonhard Hahn e<br />

sua futura esposa Bárbara adquiriram uma propriedade <strong>na</strong> aldeia de Eckertshof. Esta era uma<br />

das inúmeras fazendas cujos os donos, no caso um tal de <strong>Georg</strong> Weinzierl, haviam morrido<br />

durante a guerra. 29 De Eckertshof a família expandiu-se pela região de Hemau. Um ramo<br />

dela mudou-se, durante três gerações, por Langenkreith e Bügerl, chegando fi<strong>na</strong>lmente a<br />

Painten. Enquanto os dois irmãos mais velhos ocupavam-se <strong>na</strong> indústria do vidro, o mais<br />

novo, Joseph, herdou a fazenda dos pais, que continuou como propriedade da família Hahn<br />

até 1818 30 possuindo o nome de “Leitenbauer”. 31<br />

O vidreiro Ulrich Hahn já era adulto em 1720, quando do <strong>na</strong>scimento de um seu filho<br />

bastardo, registado no livro de baptismos da paróquia de Painten. Esquivou-se aparentemente<br />

da pe<strong>na</strong> aplicada através da fuga. Porém, nos livros da comarca de Hemau não se encontram<br />

quaisquer registos do acontecimento. 32 Viemos a encontrar o Ulrich Hahn, ainda no mesmo<br />

ano, <strong>na</strong> fábrica de vidro de Schleichach, localizada a 150 km a norte de Painten, no príncipebispado<br />

de Würzburg. 33 Nesta fábrica de Steigerwald já estavam empregados vários vidreiros<br />

de Rothenbügl, para ali levados sob a égide de Jakob Kiesling, que dirigia a fábrica. 34 Entre<br />

Schleichach e Rothenbügl era comum o intercâmbio tanto de pessoal como de tecnologia.<br />

Em Steigerwald, Ulrich Hahn casou-se ainda no mesmo ano, 1720, com Margarethe<br />

Müller, filha de um vidreiro. Depois, aparentemente foi contratado pela fábrica de vidro de<br />

Eisfeld, Turíngia (Ducado de Saxônia-Hildburghausen), onde ele aparece no mesmo ano<br />

como “fazedor de garrafas, católico, casado com Margarete Müller”. 35 Porém, a fábrica de<br />

vidro em Eisfeld interrompeu sua produção por volta de 1723 36 e Ulrich Hahn encontrou um<br />

novo emprego <strong>na</strong> fábrica de vidro de Schleichach, em Steigerwald. Ali, em 1723, <strong>na</strong>sceu a<br />

sua filha, Maria Sophia.<br />

Pelo baptismo de cinco crianças entre 1723 e 1734, identifica-se o seu nome <strong>na</strong>quela<br />

localidade 37 antes de ele ser encontrado novamente em Rothenbügl no ano de 1737, onde o<br />

casal Hahn teve outro filho. Os padrinhos não foram nem mais nem menos do que os então<br />

28 Ver: Reiner, Ludwig; Steger, Willi; Schopf, Hans: Arbeitswelt der Waldglashütten, p. 344, Riedlhütte 2004.<br />

29 Staatsarchiv Amberg (à frente desig<strong>na</strong>do StAAm), Br. Pr. Hemau 51, fol. 5'-6.<br />

30 Vermessungsamt Hemau, Liquidationsprotokolle des Kgl. Landgerichts Hemau im Regenkreise.<br />

31 Bischöfliches Zentralarchiv Regensburg (à frente desig<strong>na</strong>do BZAR), KB Painten, vol. 12, Familienbuch, p. 50-81.<br />

32 StAAm, Pflegamt Hemau, R 19 (1720).<br />

33 Loibl (2006), p. 535.<br />

34 Loibl, Werner: Die Kieslings. Woher kamen die letzten traditionellen Glasmacher von (Fabrik-)Schleichach? in:<br />

Rauhenebracher Jahrbuch 2005, p. 90-113.<br />

35 Kühnert, Herbert: Urkundenbuch zur thüringischen Glashüttengeschichte, p. 155, Wiesbaden 1973.<br />

36 Kühnert, Herbert: Urkundenbuch zur thüringischen Glashüttengeschichte, p. 155 e 171, Wiesbaden 1973.<br />

37 Loibl (2006), p. 535.<br />

7

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!