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1 Dom Expedito Lopes: Esquecimento e Memória (Discurso ... - anpuh

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Pronto, estou preparado. 8<br />

Enquanto o cartaz, o qual fazia alusão do sofrimento de <strong>Dom</strong> <strong>Expedito</strong> ao do<br />

próprio Cristo, era conduzido ao altar, outras palavras adentravam no recinto. Palavras<br />

arquitetadas e postas para fortalecer ainda mais o mito. Eram as palavras que ocupavam<br />

o espaço do comentário, na celebração.<br />

Ouçamos:<br />

Irmãos e irmãs,<br />

Estamos reunidos para celebrar o amor de Jesus, amor revelado durante<br />

toda a sua vida, mas levado ao extremo através de seu sangue derramado.<br />

Nesta celebração da Páscoa de Jesus, fazemos memória de alguém que<br />

também bebeu do cálice de sofrimento e derramou seu sangue. Fazemos<br />

memória de <strong>Dom</strong> Francisco <strong>Expedito</strong> <strong>Lopes</strong>, 5.º Bispo de Garanhuns,<br />

fundador do Instituto de Nossa Senhora de Fátima.<br />

Celebramos os 40 anos da morte de <strong>Dom</strong> <strong>Expedito</strong> agradecendo ao<br />

Senhor porque nele manifestou a sua santidade. Como Jesus, <strong>Dom</strong> <strong>Expedito</strong><br />

morreu perdoando, fazendo de sua vida uma oferenda.<br />

Acolhemos os concelebrantes e o celebrante da Eucaristia, <strong>Dom</strong> Acácio<br />

Rodrigues Alves. ... 9<br />

É clarividente a constante alusão feita entre <strong>Dom</strong> <strong>Expedito</strong> e Cristo. Entretanto,<br />

essa metáfora fez-se e faz-se necessário, primordialmente, neste instante; pois a Liturgia<br />

Católica Apostólica Romana é um lócus e/ou um espaço da tentativa de (re) educação,<br />

de (re) construção e (re) modelação de valores coletivos. Valores estes que orientam,<br />

organizam, sustentam e legitimam visões de mundo, catalisam mentes e corações para<br />

sua ideologia, em detrimento das outras crenças. Este é o chão que sustenta a Igreja<br />

Católica Apostólica Romana. <strong>Dom</strong> <strong>Expedito</strong> é exposto aqui, à luz da igreja, como um<br />

santo que precisa ser institucionalizado por meio dos veredictos de Roma e reconhecido<br />

pela aquela comunidade católica. São as imagens [de memória] de <strong>Dom</strong> <strong>Expedito</strong> sendo<br />

geradas e gestadas aos poucos na e sobre a cidade.<br />

Eduardo França Paiva, em sua obra “História e Imagens”, afirma que as imagens<br />

de memória estão conosco em nosso cotidiano. Na verdade “integram a base da<br />

formação e sustentação do imaginário social de nosso dia-a-dia” 10 . Por isso, as<br />

imagens trazem fragmentos e silêncios da história, influenciam julgamentos, formas de<br />

viver, de trabalhar, de morar, de vestir, de se alimentar e, especialmente, de CRER. Para<br />

o cristianismo, as imagens iconográficas e as imagens de memória, funcionam como<br />

8 Livro de Cânticos, em que contém toda a Liturgia sobre a missa dos 40 anos de morte do Bispo <strong>Dom</strong><br />

Francisco <strong>Expedito</strong> <strong>Lopes</strong>; realizada em 02 de Julho de 1997, em Garanhuns-PE. Arquivo pessoal.<br />

9 Ibid.<br />

10 PAIVA, Eduardo França. História e Imagem. Editora Autêntica, Belo Horizonte - MG, 2002, p.14.<br />

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