Noris Biga Kim Yun - Universidade Presbiteriana Mackenzie : Index

VII Jornada de Iniciação Científica - 2011
(GUILLEBAUD; 2003; p. 65). Todavia, o capitalismo sustenta que o mercado – não a
História – orquestrado pela livre iniciativa dos indivíduos, buscando nada mais que seus
interesses egoístas, é que promoverá a caminhada rumo ao desenvolvimento da sociedade.
Esse é o ideal básico da sociedade burguesa constatada por Hobsbawm e teorizada por
Smith. Isto significa crer na astúcia da razão econômica. Que o Mercado é tão poderoso,
que transformará até mesmo o mais vil dos vícios, a mais desprezível das misérias em bem.
A ambição desmedida, a desigualdade social, a violência, a ignorância são matérias primas
através das quais o mercado milagrosamente produz o bem, e o progresso, enquanto, ao
mesmo tempo, expurga pouco a pouco as indigências humanas. O Mercado marcha
irresistivelmente rumo ao progresso e arrasta a humanidade. O Mercado é concebido como
a História em Hegel, dotada de racionalidade, como se fosse um ente onipotente, onisciente
e onipresente. Substituiu-se, deste modo, Deus pelo mercado, no regime capitalista
colocando-o como todo-poderoso sobre o destino da humanidade, arrastando-a para o
desenvolvimento.
A ONU divulgou em seu site As faces da pobreza os Números da crise, na qual consta que
mais de um bilhão de pessoas no mundo vivem com menos de um dólar por dia. Outros 2,7
bilhões de pessoas vivem com menos de dois dólares por dia. Em países em
desenvolvimento, todos os anos morrem cerca de onze milhões de crianças, a maioria com
menos de cinco anos, além de mais seis milhões morrerem devido a causas totalmente
evitáveis como a malária, diarréia e a pneumonia. No mundo, anualmente morrem cerca de
seis milhões de crianças, a maioria antes de completar cinco anos, de má nutrição. Mais de
um milhão de crianças morrem na África devido à malária, ou seja, uma a cada trinta
segundos. No mundo, mais de 800 milhões de pessoas sofrem com a fome crônica, das
quais 300 milhões são crianças. Dentre essas, apenas oito por cento são vítimas
esporádicas da fome, sendo mais de noventa por cento as que sofrem de fome prolongada
e de deficiência grave de micronutrientes. A cada 3,6 segundos uma pessoa morre de fome
no mundo, a maioria é de crianças com menos de cinco anos.
Mais de 2,6 bilhões de pessoas não têm acesso a saneamento básico e mais de um bilhão
não têm acesso a fontes de água própria para consumo. Quarenta por cento da população
mundial não tem acesso a uma simples latrina. Cerca de cinco milhões de pessoas, a
maioria crianças, morrem de doenças relacionadas à qualidade da água. Mais de quarenta
por cento das mulheres africanas carecem de acesso ao ensino básico. Se uma menina
receber instrução durante seis ou mais anos a taxa de sobrevivência ao parto aumentam
significativamente. A AIDS propaga-se com o dobro de rapidez em meninas não instruídas.
Os filhos de uma mulher que frequentou o ensino primário durante cinco anos apresentam
uma taxa de sobrevivência quarenta por cento superior aos filhos das mães sem nenhuma
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