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Noris Biga Kim Yun - Universidade Presbiteriana Mackenzie : Index

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VII Jornada de Iniciação Científica - 2011<br />

Essa passagem bíblica exemplifica muito bem a figura do bode expiatório, que é sacrificado<br />

ou conduzido ao deserto – para fora dos muros citadinos – portando os pecados do povo. A<br />

derradeira questão é que no caso analisado pelo presente trabalho não se tratam de bodes<br />

de verdade, mas de seres humanos. “Somos da opinião de que a exigência do sacrifício de<br />

vidas humanas é parte constitutiva da peculiar forma de idolatria a que esse paradigma [do<br />

mercado] obriga seus observantes” (ASSMANN; 1989; p. 292).<br />

No cerne da mensagem cristão reside a crença em Jesus como Filho de Deus, encarnação<br />

divina no mundo, para tirar os pecados do mundo. “Como ovelha foi levado ao matadouro; e<br />

como cordeiro, mudo ante aquele que o tosquia, assim ele não abre a boca. Na sua<br />

humilhação foi-lhe negada a justiça. E a sua geração, quem é que a narrará? Porque a sua<br />

vida foi eliminada da terra” (Atos 8: 32 – 33). Segundo essa crença, Jesus foi sacrificado<br />

como vítima expiatória, nos mesmos moldes da crise gerada pela ameaça de violência<br />

generalizada, e perigo de dissolução social teorizada por Girard. A grande novidade é a<br />

característica inerente dessa vítima, isto é a sua inocência: “cordeiro sem defeitos e sem<br />

mácula Cristo” (1Pedro 1: 19); “odiaram-me sem motivo” (João 15: 25), diz Jesus.<br />

Contrariando os sacrifícios religiosos, nos quais o bode expiatório é sacrificado portando<br />

todos os pecados do povo, sendo considerado, deste modo, culpado; o sacrifício de Jesus<br />

Cristo apresenta a inocência da vítima. “Toda violência doravante revela o que a paixão de<br />

Cristo revela, a gênese imbecil dos ídolos sangrentos, de todos os falsos deuses das<br />

religiões, das políticas e das ideologias” (GIRARD; 2004; p. 275). “Os caçadores de bruxas<br />

caem sob o golpe desta revelação, assim como os burocratas totalitários da perseguição”<br />

(idem; p. 275). “Podemos enfim mostrar a inanidade de todos os deuses violentos, explicar e<br />

condenar como nulidade toda mitologia” (idem; p. 269).<br />

MÉTODO<br />

A pesquisa é de natureza explicativa. O procedimento utilizado para a coleta de informações<br />

foi a pesquisa bibliográfica e documental. Recorreu-se às bibliotecas, à internet e aos<br />

periódicos. A análise de dados foi realizada qualitativamente através da leitura de textos e<br />

documentos, da comparação de autores, e da interdisciplinaridade entre filosofia, sociologia,<br />

economia e religião.<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

O capitalismo, a despeito de ser inerentemente secular, possui convergências com a religião.<br />

Esse sistema econômico organiza-se ao redor da crença na astúcia da razão econômica<br />

que por meio da mão invisível guiaria a humanidade rumo ao desenvolvimento. O mercado<br />

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