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SOBRE A MORTE E O MORRER

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Contar a verdade e ao mesmo tempo transmitir segurança é a melhor maneira de lidar com a mais difícil das<br />

questões.<br />

O QUE FAZER?<br />

• Explicar o que aconteceu com delicadeza e clareza: - O vovô morreu‖ é melhor do que - o vovô está<br />

descansando‖. Perguntar à criança se deseja ir ao enterro, tomando o cuidado de avisá-la que, no local, haverá<br />

um caixão e gente chorando.<br />

• Dizer de maneira simples o que ocorre com o corpo de quem morre: que ele é colocado em uma caixa<br />

especial, mais tarde enterrada num lugar que a família pode visitar, e que isso não é desconfortável como seria<br />

para a criança, pois quem morre não sente mais dor nem medo.<br />

• A criança pode querer saber se ela também morrerá ou se os pais terão o mesmo destino. O que se pode fazer<br />

é reiterar que isso provavelmente vai demorar a acontecer e que os pais farão tudo o que estiver ao seu<br />

alcance para preservar a saúde dos filhos - e a deles próprios.<br />

• Ficar atento a comportamentos de regressão ou perda prolongada de apetite. Ao saber que o avô morreu<br />

porque estava velho, a criança pode reagir negando-se a crescer e, portanto, a morrer também. O sintoma<br />

persistente requer ajuda de especialistas.<br />

• Manter a rotina o mais inalterada possível. Diante da perda, as crianças menores costumam preocupar-se com<br />

aspectos concretos: - “Quem vai me buscar na escola agora?” ou - “Quem contará histórias para eu dormir?”.<br />

O QUE NÃO FAZER?<br />

• Recorrer a eufemismos para explicar a morte. A criança pequena a quem se diz que o avô - está dormindo‖ ou<br />

que - está vivo no céu‖ tende a absorve literalmente a informação. Ficará esperando que o avô acorde ou<br />

sentirá raiva de quem o levou para longe dela.<br />

• Obrigá-la a comparecer ao enterro ou a ficar até o fim.<br />

COMO FALAR DE <strong>MORTE</strong> COM AS CRIANÇAS<br />

• Não explicar a causa da morte. Assim como os adultos, crianças podem se sentir culpadas pela perda,<br />

principalmente por causa da sua relação com o - pensamento mágico. Se, num momento de raiva, desejaram a<br />

morte da pessoa, podem entender que ela se realizou por culpa sua.<br />

• Não esconder nem exagerar a dor diante dos filhos. É preciso mostrar pesar na presença deles, tentando<br />

tomar o cuidado de não fazê-lo em intensidade capaz de levá-los a pensar que a situação está fora de controle.<br />

• Censurar comportamentos que, à primeira vista, não parecem relacionados com o luto, como distração,<br />

desorganização ou hiperatividade. Pode ser uma forma infantil de expressar o sofrimento.<br />

• Tomar qualquer atitude logo depois da morte que reforce o sentimento de perda da criança, como mudar de<br />

casa ou transferi-la para outra escola.<br />

MARIA EVILASA XIMENES MELO<br />

CRP 18/01809-0<br />

____________________________________<br />

KÜBLER-ROSS, Elisabeth. Sobre a morte e o morrer. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

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