Séneca. Medeia - Universidade de Coimbra
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Ana Alexandra Alves <strong>de</strong> Sousa<br />
tutor <strong>de</strong> seu filho Nero, para o preparar para assumir<br />
o principado. E, com efeito, uma vez assassinados,<br />
primeiro, Germânico, filho <strong>de</strong> Cláudio e <strong>de</strong> Messalina,<br />
e, <strong>de</strong>pois, o próprio Cláudio, dois crimes aos quais<br />
talvez não tenha sido alheia a própria Agripina, Nero é<br />
<strong>de</strong>clarado imperador. A colaboração <strong>de</strong> Afrânio Burro,<br />
chefe da guarda imperial, e <strong>de</strong> <strong>Séneca</strong>, conselheiro do<br />
princeps, proporcionou gran<strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> durante os<br />
primeiros cinco anos <strong>de</strong>ste principado, <strong>de</strong> 54 a 59.<br />
Uma nova fase principia com o matricídio<br />
perpetrado pelo imperador em 59. <strong>Séneca</strong> escreveu a<br />
carta enviada por Nero ao senado, na qual Agripina era<br />
acusada <strong>de</strong> conspiração e se lhe atribuía suicídio. Com a<br />
reputação abalada, pois todos reconheceram o autor da<br />
carta, o filósofo manteve-se junto do imperador durante<br />
mais três anos. Com a morte <strong>de</strong> Burro em 62 (talvez por<br />
envenenamento), <strong>Séneca</strong> viu a sua influência em causa,<br />
pois Nero voltava-se para outros conselheiros. Tentou<br />
afastar-se, mas o imperador não lhe permitiu que se<br />
retirasse, nem aceitou a restituição, que ele pretendia,<br />
dos bens adquiridos durante o tempo em que fora seu<br />
preceptor e conselheiro.<br />
Mais tar<strong>de</strong>, após o incêndio <strong>de</strong> Roma em 64,<br />
<strong>Séneca</strong> colocou, <strong>de</strong> novo, o seu património à disposição<br />
e <strong>de</strong>sta vez a oferta foi bem recebida, pois Nero<br />
precisava <strong>de</strong> um acervo extraordinário <strong>de</strong> riquezas para<br />
os megalómanos projectos (entre eles, a célebre domus<br />
aurea), que o levaram a acusar <strong>de</strong> maiestas, crime contra<br />
o Estado na pessoa do imperador, numerosos romanos<br />
abastados, cujos bens cobiçava.<br />
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