Séneca. Medeia - Universidade de Coimbra
Séneca. Medeia - Universidade de Coimbra
Séneca. Medeia - Universidade de Coimbra
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
25<br />
Introdução<br />
ela encharca a ímpia espada com o sangue dos filhos.<br />
Após tão atroz vingança, a mãe escapa às armas <strong>de</strong> Jasão.<br />
(trad. <strong>de</strong> Paulo Alberto, Lisboa, Livros Cotovia, 2007,<br />
p.181)<br />
Outros acontecimentos são referidos, alguns<br />
dos quais com <strong>de</strong>senvolvimento assinalável: a partida<br />
do navio Argo (1-6), os acontecimentos na Cólquida<br />
(7-156), a viagem <strong>de</strong> regresso da Cólquida (157-158), o<br />
rejuvenescimento <strong>de</strong> Éson e a morte <strong>de</strong> Pélias (159-356),<br />
a partida <strong>de</strong> <strong>Me<strong>de</strong>ia</strong> <strong>de</strong> Iolco (357-393), a chegada<br />
<strong>de</strong> <strong>Me<strong>de</strong>ia</strong> a Atenas, on<strong>de</strong> casa com Egeu (398-403),<br />
a tentativa <strong>de</strong> matar Teseu (404-424). Em <strong>Séneca</strong>, a<br />
<strong>de</strong>scrição das práticas <strong>de</strong> magia no quarto episódio têm<br />
uma fonte importante no rejuvenescimento do pai <strong>de</strong><br />
Jasão, que fora contado por Ovídio (179-293).<br />
A constituição da peça <strong>de</strong> <strong>Séneca</strong><br />
Primeiro episódio (1-55): Monólogo <strong>de</strong> <strong>Me<strong>de</strong>ia</strong>,<br />
<strong>de</strong> inspiração euripidiana, em que esta, falando <strong>de</strong> si<br />
própria na terceira pessoa e dirigindo-se à sua alma,<br />
invoca os <strong>de</strong>uses, clamando por vingança, pois Jasão<br />
quebrou os juramentos <strong>de</strong> fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> que lhe fizera,<br />
ao <strong>de</strong>cidir casar com Creúsa, filha <strong>de</strong> Creonte. <strong>Me<strong>de</strong>ia</strong><br />
planeia <strong>de</strong>struir a casa real.<br />
Primeira o<strong>de</strong> coral (56-115): O Coro entoa um<br />
epitalâmio em honra <strong>de</strong> Jasão e Creúsa. As suas últimas<br />
palavras, embora não nomeiem <strong>Me<strong>de</strong>ia</strong>, exprimem o <strong>de</strong>sejo<br />
<strong>de</strong> ver partir toda a mulher que fugiu da pátria para se casar.