Unidade 6 – Medição de vibrações

Unidade 6 – Medição de vibrações Unidade 6 – Medição de vibrações

www2.ee.furg.br
from www2.ee.furg.br More from this publisher
19.04.2013 Views

Unidade 6 Medição de Vibrações 6.2 - Escolha do instrumento de medição A escolha do instrumento de medição é crítica para que se tenha confiança nos valores medidos. Essencialmente, as faixas de freqüências e amplitudes a serem medidas, as dimensões da máquina ou equipamento vibratório, suas condições operacionais e o tipo de análise que se pretende realizar são os principais condicionantes para a escolha do instrumento de medição. 1) Faixa de frequências e amplitudes Em baixas frequências a amplitude de deslocamento normalmente é alta o que faz com que os vibrômetros sejam adequados para realizar a medição. Já em altas frequências os deslocamentos são pequenos e as acelerações são elevadas, fazendo com que os acelerômetros apresentem maior sensibilidade. Os medidores de velocidade são de aplicação geral, pois apresentam desempenho razoável tanto em baixa como em alta frequência. Os medidores de velocidade são também, largamente utilizados por serem de fácil e barata construção. Cada sensor é projetado atuar em faixas específicas de amplitudes e frequências. 2) Dimensões da máquina ou estrutura. Com relação às dimensões, o principal aspecto a ser considerado é a possível influência da massa do sensor nas características dinâmicas da máquina, provocando alterações importantes nas curvas de resposta em freqüência do sistema. Assim, em máquinas ou equipamentos leves devem ser utilizados sensores leves ou se deve optar por medição sem contato. 3) Condição de operação da máquina. Condições de funcionamento severas, experimentadas por máquinas que operam em ambientes corrosivos ou abrasivos, por exemplo, podem exigir blindagens especiais para proteger os instrumentos. É importante que os instrumentos não sejam danificados no ato da medição, pois isto pode também distorcer os valores medidos. Há também que considerar exigências de isolamento ou blindagem elétrica para evitar interferências, distorções ou outros efeitos eletromagnéticos. 4) Tipo de análise dos dados. A forma com que os dados gerados serão analisados é fundamental para a escolha do instrumento de medição. Vários detalhes no processo de medição estão condicionados pela análise que será realizada. Não só o instrumento como todas as características da medição devem ser selecionadas de forma a permitir que a análise possa ser adequadamente realizada. 6.3 - Transdutores Os transdutores transformam energia física de variadas formas (mecânica, térmica, etc.) em outras formas (principalmente elétrica). Os tipos de transdutores dependem, portanto das grandezas físicas envolvidas. Nesta seção são apresentados os principais tipos de transdutores utilizados na medição de grandezas mecânicas (deslocamento, velocidade e aceleração) e o seu princípio de funcionamento. 6.3.1 - Transdutores de Resistência Variável Este tipo de transdutor tem um princípio de funcionamento que se baseia na variação da resistência elétrica de um elemento, produzida pelo movimento. O movimento gera a deformação de uma resistência elétrica, alterando suas características de forma a produzir uma variação da voltagem de saída do circuito elétrico do qual este elemento faz parte. O transdutor mais utilizado deste tipo é o extensômetro cujo esquema é mostrado na Fig. 6.3. Filamentos Papel fino Arame fino X X Figura 6.3 - Extensômetro 118 Arame fino Massa Papel fino

Unidade 6 Medição de Vibrações Um extensômetro elétrico consiste de um arame fino cuja resistência varia quando sofre a uma deformação mecânica. Quando o extensômetro é colado a um corpo, se deforma juntamente com o mesmo, de forma que a variação em sua resistência elétrica indica a deformação sofrida pelo corpo. O arame é montado entre duas lâminas de papel fino. O material com que mais comumente é construída a resistência é uma liga de cobre e níquel conhecida como Advance. Quando a superfície em que o extensômetro foi montado sofre uma deformação normal , o extensômetro também sofre a mesma deformação e a variação em sua resistência é dada por R K R r L 1 2 1 2 (6.1) L r L L onde K é o fator de ponte do arame, R a resistência inicial, R a variação da resistência, L o comprimento inicial do arame, L a variação no comprimento do arame, o coeficiente de Poisson do arame, r a resistividade do arame e r a variação na resistividade do arame. O valor do fator K é dado pelo fabricante do extensômetro e, portanto, o valor de normal , pode ser determinado, medindo-se R e R, na forma L R L RK (6.2) Quando o transdutor é usado em conjunto com outros componentes que permitem o processamento e a transmissão do sinal, se transforma em um sensor. Em um sensor de vibração o extensômetro é montado em um elemento elástico de um sistema massa-mola como mostra a Fig. 6.4. A deformação em qualquer ponto do membro elástico é proporcional à deflexão da massa, x(t), a ser medida. A variação na resistência do arame R pode ser medida usando uma ponte de Wheatstone, um circuito potenciométrico e um divisor de voltagem. Uma ponte de Wheatstone típica, representando um circuito que é sensível a pequenas mudanças na resistência, é mostrada na Fig. 6.5. Aplica-se uma voltagem de alimentação (corrente contínua) V entre os pontos a e b. x(t) m Viga engastada Extensômetro Filamentos Base 119 R 1 R 4 b d V R 2 a c Figura 6.4 - Esquema do sensor. Figura 6.5 - Ponte de Wheatstone. A voltagem resultante entre os pontos b e d é R R R R E R R R R V 1 3 2 4 1 2 3 4 Inicialmente as resistências são balanceadas, de forma que a voltagem de saída (E) é zero. Portanto, para balanço inicial, a eq. (6.3) produz R1R 3 R2 R4 (6.4) Quando as resistências (Ri) variam em pequenas quantidades (Ri), a variação na voltagem de saída pode ser expressa como onde R R R R 1 2 3 4 E V r 0 R R R R 1 2 3 4 R 3 E (6.3) (6.5)

<strong>Unida<strong>de</strong></strong> 6 <strong>–</strong> <strong>Medição</strong> <strong>de</strong> Vibrações<br />

Um extensômetro elétrico consiste <strong>de</strong> um arame fino cuja resistência varia quando sofre a uma <strong>de</strong>formação<br />

mecânica. Quando o extensômetro é colado a um corpo, se <strong>de</strong>forma juntamente com o mesmo, <strong>de</strong> forma que a variação<br />

em sua resistência elétrica indica a <strong>de</strong>formação sofrida pelo corpo. O arame é montado entre duas lâminas <strong>de</strong> papel fino.<br />

O material com que mais comumente é construída a resistência é uma liga <strong>de</strong> cobre e níquel conhecida como Advance.<br />

Quando a superfície em que o extensômetro foi montado sofre uma <strong>de</strong>formação normal , o extensômetro<br />

também sofre a mesma <strong>de</strong>formação e a variação em sua resistência é dada por<br />

R<br />

K<br />

R r L<br />

1 2 1 2<br />

(6.1)<br />

L<br />

r L<br />

L<br />

on<strong>de</strong> K é o fator <strong>de</strong> ponte do arame, R a resistência inicial, R a variação da resistência, L o comprimento inicial do<br />

arame, L a variação no comprimento do arame, o coeficiente <strong>de</strong> Poisson do arame, r a resistivida<strong>de</strong> do arame e r a<br />

variação na resistivida<strong>de</strong> do arame.<br />

O valor do fator K é dado pelo fabricante do extensômetro e, portanto, o valor <strong>de</strong> normal , po<strong>de</strong> ser<br />

<strong>de</strong>terminado, medindo-se R e R, na forma<br />

L R<br />

<br />

L RK (6.2)<br />

Quando o transdutor é usado em conjunto com outros componentes que permitem o processamento e a<br />

transmissão do sinal, se transforma em um sensor. Em um sensor <strong>de</strong> vibração o extensômetro é montado em um<br />

elemento elástico <strong>de</strong> um sistema massa-mola como mostra a Fig. 6.4. A <strong>de</strong>formação em qualquer ponto do membro<br />

elástico é proporcional à <strong>de</strong>flexão da massa, x(t), a ser medida. A variação na resistência do arame R po<strong>de</strong> ser medida<br />

usando uma ponte <strong>de</strong> Wheatstone, um circuito potenciométrico e um divisor <strong>de</strong> voltagem. Uma ponte <strong>de</strong> Wheatstone<br />

típica, representando um circuito que é sensível a pequenas mudanças na resistência, é mostrada na Fig. 6.5. Aplica-se<br />

uma voltagem <strong>de</strong> alimentação (corrente contínua) V entre os pontos a e b.<br />

x(t)<br />

m<br />

Viga engastada<br />

Extensômetro<br />

Filamentos<br />

Base<br />

119<br />

R 1<br />

R 4<br />

b<br />

d<br />

V<br />

R 2<br />

a c<br />

Figura 6.4 - Esquema do sensor. Figura 6.5 - Ponte <strong>de</strong> Wheatstone.<br />

A voltagem resultante entre os pontos b e d é<br />

R R R R<br />

E<br />

R R R R <br />

V<br />

<br />

<br />

1 3 2 4<br />

<br />

<br />

<br />

1 2 3 4 <br />

Inicialmente as resistências são balanceadas, <strong>de</strong> forma que a voltagem <strong>de</strong> saída (E) é zero. Portanto, para<br />

balanço inicial, a eq. (6.3) produz<br />

R1R 3 R2 R4<br />

(6.4)<br />

Quando as resistências (Ri) variam em pequenas quantida<strong>de</strong>s (Ri), a variação na voltagem <strong>de</strong> saída po<strong>de</strong> ser<br />

expressa como<br />

on<strong>de</strong><br />

R R R R<br />

<br />

1 2 3 4<br />

E<br />

V r <br />

0<br />

<br />

R R R R <br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

R 3<br />

E<br />

(6.3)<br />

(6.5)

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!