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PORTAL ESCOLA DOMINICAL<br />

4º Trimestre de 2012 - CPAD<br />

Os Doze Profetas Menores - advertências e consolações para a santificação da<br />

Igreja de Cristo<br />

Comentários da revista da CPAD: Esequias Soares da Silva<br />

Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto<br />

LIÇÃO Nº 2 – OSEIAS, A FIDELIDADE NO RELACIONAMENTO COM DEUS<br />

O livro de Oseias mostra as tristes consequências do pecado, mas a disposição<br />

firme de Deus, em virtude de Seu amor, restaurar o pecador.<br />

INTRODUÇÃO<br />

- Iniciando o estudo dos doze profetas menores, veremos hoje uma visão panorâmica do livro de Oseias, o<br />

primeiro destes livros no cânon da Bíblia.<br />

- O livro de Oseias mostra as tristes consequências do pecado, mas a disposição firme de Deus, em<br />

virtude de Seu amor, restaurar o pecador.<br />

I – O LIVRO DE OSEIAS<br />

- Em hebraico, "Oshea", que significa "Jeová é salvação". O ministério deste profeta é considerado o mais<br />

longo de todos os profetas do Antigo Testamento e durou desde o reinado de Jeroboão II no reino do norte até<br />

depois da própria destruição do reino do norte, já no tempo de Ezequias no reino de Judá.<br />

- O reinado de Jeroboão II é o mais longo de todos os reis de Israel (reino do norte), tendo durado 41 anos (II<br />

Rs.14:23), tendo Israel alcançado, neste reinado, o seu último momento de prosperidade. O final deste reinado<br />

dá início ao processo de decadência irrerversível do reino do norte que culminou na sua completa destruição<br />

pelo rei da Assíria, Salmaneser (II Rs.17:6), apenas 21 anos e 7 meses depois da morte de Jeroboão II.<br />

- Não se sabe, diante de um reinado tão longo, quando Oseias começou efetivamente o seu ministério profético<br />

no reino de Israel, mas, como em Os.1:1, é dito que ele profetizou nos dias de Uzias, rei de Judá, temos que<br />

considerar que o ministério dele não se iniciou antes do 27º ano de Jeroboão II, pois foi neste ano que Uzias<br />

começou a reinar em Judá (II Rs.15:1), o que nos permite inferir que o ministério de Oseias tenha perpassado,<br />

pelo menos, os 51 anos do reinado de Uzias (II Rs.15:2), os 16 anos do reinado de Acaz (II Rs.16:2) e, pelo<br />

menos, mais de 6 dos 29 anos de reinado de Ezequias (II Rs.18:2), ou seja, um período não inferior a 73 anos.<br />

- Este profeta assistiu a toda esta agonia e morte do reino do norte, tendo sido a voz escolhida por Deus<br />

para trazer a última mensagem de arrependimento àquele povo obstinado. Como homem de Deus, a exemplo<br />

do que ocorreria posteriormente no reino do sul (Judá) com Jeremias, não só Oseias profetizou a respeito da<br />

iminente destruição do povo, como foi testemunha ocular e, mais do que isto, sobreviveu a esta destruição,<br />

pois, em Os.1:1 é dito que seu ministério durou até os dias de Ezequias, rei de Judá, que começou a reinar no<br />

terceiro ano do último rei de Israel, que também se chamava Oseias (II Rs.18:1) e tudo leva a crer, portanto,<br />

que seu ministério persistiu ainda após a destruição de Israel, já que Ezequias reinou 29 anos (II Rs.18:2), ou<br />

seja, 23 anos após a destruição do reino do norte.<br />

- Falar em datas da cronologia bíblica é algo extremamente complicado, ante a diversidade encontrada, de<br />

forma que, quando muito, podemos dar apenas datas aproximadas e, mesmo assim, como temos visto, não<br />

sabemos exatamente quando, a partir do 27º ano de Jeroboão II, Oseias iniciou seu ministério, como também<br />

não sabemos em que ano do reinado de Ezequias ele findou sua peregrinação terrena.<br />

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- Edward Reese e Franklin Klassen, co-organizadores da “Bíblia em ordem cronológica”, publicada entre nós<br />

pela Editora Vida, data a mensagem de Oseias a partir do ano de 770 a.C., mensagem esta referente aos três<br />

primeiros capítulos de Oseias que, como veremos infra, é a primeira parte do livro, época em que Oseias teria<br />

sido contemporâneo do profeta Amós. Há, mesmo, quem entenda que o chamado de Oseias esteja relacionado<br />

com o impacto que a mensagem de Amós teve na vida do profeta, já que Amós, embora fosse do natural do<br />

reino de Judá, foi chamado por Deus para profetizar no reino do norte (Am1:1).<br />

- Segundo estes estudiosos, o capítulo 4 de Oseias, que dá início à segunda parte do livro, teria sido uma<br />

mensagem proferida logo após a morte de Jeroboão II, por volta do ano de 762 a.C. O quinto e sexto capítulos<br />

seriam mensagens proferidas por volta dos anos 727 e 726 a.C., já no segundo para o terceiro reinado de<br />

Oseias, o último rei de Israel, antes de ele se tornar tributário do rei da Assíria (II Rs.17:3).<br />

- Por fim, o restante do livro, que diz respeito aos capítulos 7 a 14, seria composto de mensagens proferidas<br />

pelo profeta a partir do ano 724 a 721 a.C., após o rei da Assíria, Salmaneser, ter feito do rei Oseias um<br />

tributário, ou seja, um rei que era obrigado a entregar tributos periodicamente ao rei assírio, inclusive durante<br />

o período de três anos em que Samaria foi cercada antes de ser invadida por Salmaneser, que acabou levando<br />

cativos todos os israelitas para a Assíria, destruindo o reino (II Rs.17:4-6). Segundo estes estudiosos, portanto,<br />

o livro de Oseias abarca um período de 51 anos do ministério do profeta Oseias.<br />

- Este longo ministério profético de Oseias já é um sinal divino a nos indicar a longanimidade do Senhor<br />

e a Sua disposição em sempre receber de braços abertos todo pecador que se arrepende de seus pecados.<br />

Deus é longânimo (Nm.4:18; Sl.103:8; Jn.4:2; II Pe.3:9) e tardio em Se irar (Ex.34:6; Ne.9:17; Jl.2:13;<br />

Na.1:3), pois não tem prazer na morte do ímpio, desejando, antes, a sua conversão (Ez.18:23; 33:11).<br />

- É dentro desta característica divina que devemos interpretar o famoso provérbio popular “Deus tarda, mas<br />

não falha”. Muitos entendem este dito como sendo possível que Deus Se atrase temporalmente. Deus nunca Se<br />

atrasa, sempre age no tempo certo. O que é tardio em Deus é a Sua ira, ou seja, Deus sempre posterga o<br />

máximo a oportunidade para que o homem se arrependa e não venha a sofrer as consequências dos seus<br />

pecados, pois quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade (I Tm.2:4). Assim,<br />

este dito seria melhor expresso se dissesse: “A ira de Deus tarda mas não falha”.<br />

- Deus deu a Oseias um ministério longo porque ele era o último porta-voz do Senhor para as dez tribos do<br />

reino do norte a fim de que elas se arrependessem de seus pecados e, desta maneira, não viessem a ser<br />

destruídas por causa deles. Desde o início do reino do norte, com Jeroboão I, o povo havia abandonado o culto<br />

a Deus e se dedicado ao culto dos bezerros que Jeroboão I edificara em Dã e Betel (I Rs.12:26-33), pecado que<br />

perdurou durante toda a história do reino do norte e que foi o motivo principal da destruição daquele reino (II<br />

Rs.17:20-23).<br />

- Vemos já neste ponto a atualidade do livro de Oseias. Assim como nos dias do profeta, também vemos<br />

muitos dos que cristãos se dizem ser, que se constituem no povo de Deus desta dispensação, igualmente em<br />

situação espiritual reprovável, que, a exemplo das dez tribos do norte, abandonaram os princípios da Palavra<br />

de Deus e estão a cultuar “bezerros”, estão a servir a Deus “do seu jeito”, em total contrariedade às Escrituras.<br />

- Deus, também, a exemplo do que fez com Israel, tem levantado homens de Deus para protestar contra este<br />

estado de coisas, trazendo uma mensagem de arrependimento ao povo, mas, também, a exemplo do que<br />

ocorreu com Oseias, o povo não tem dado ouvidos a estas mensagens, considerando-as “ultrapassadas”,<br />

“radicais” e “retrógradas”.<br />

- Assim como Oseias, os verdadeiros e genuínos cristãos estão atônitos, em situações de muito sofrimento,<br />

inclusive pessoal, como é o caso do próprio Oseias, como havemos de ver infra, buscando, de todas as<br />

maneiras, levar o povo ao arrependimento, mas, como ocorreu nos dias de Oseias, poucos, pouquíssimos serão<br />

aqueles que darão ouvidos à voz do Senhor. Queira o Senhor que estejamos entre estes que constituem “o<br />

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pequeno rebanho do Senhor” (Lc.12:32) e, como o profeta, sejamos poupados da destruição que sofrerá o<br />

povo impenitente.<br />

- A mensagem do livro de Oseias é uma mensagem de declaração de amor de Deus ao povo do reino do<br />

norte, um convite à restauração em meio a uma corrupção desmedida, que acabaria levando o reino de<br />

Israel à destruição, por sua impenitência.<br />

- Não é por outro motivo que, dentro do objetivo traçado pelo ilustre comentarista e pelo Setor de Educação<br />

Cristã da CPAD, para que estudemos os profetas menores neste trimestre sob o prisma das “advertências e<br />

consolações para a santificação da Igreja de Cristo”, tenha ele enfatizado, no livro de Oseias, o aspecto da<br />

fidelidade no relacionamento com o Senhor.<br />

- Oseias foi levantado por Deus para que anunciasse ao povo das dez tribos do norte que, apesar de sua<br />

infidelidade continuada, durante toda a existência do reino, Deus ainda queria perdoá-los e manter, com eles,<br />

um relacionamento profícuo. Deus não havia Se esquecido de Sua promessa de fazer de Israel Sua propriedade<br />

peculiar dentre todos os povos e reino sacerdotal (Ex.19:5,6) mas, para tanto, era necessário que Israel também<br />

cumprisse a sua parte, sendo fiéis aos mandamentos que o Senhor dera ao povo por intermédio de Moisés.<br />

- O livro de Oseias mostra-nos, com absoluta clareza, que Deus é fiel, não pode negar-Se a si mesmo (II<br />

Tm.2:13), mas que, se formos infiéis, apesar de isto em nada alterar a fidelidade do Senhor, por causa desta<br />

mesma fidelidade, sofreremos as consequências já pré-anunciadas pelo Senhor ao Seu povo, o que, para Israel,<br />

implicava na perda da posse da Terra Prometida (Dt.28:58-68).<br />

- O livro de Oseias, que tem 14 capítulos, pode ser dividido em duas partes, a saber:<br />

a) 1ª parte - a esposa prostituída de Jeová é repudiada - Os.1-3<br />

b) 2ª parte - a esposa, objeto do amor de Deus - Os.4-14<br />

- Em Oseias, Deus revela todo o Seu amor para com o Seu povo e Seu desejo de restaurá-l’O.<br />

Lamentavelmente, o povo do reino do norte não correspondeu a este amor que se revelou através da<br />

mensagem profética de Oseias e acabou sendo destruído.<br />

OBS: "O Livro de Oseias ante o Novo Testamento - Diversos versículos de Oseias são citados no NT: (1) o Filho de Deus é chamado do<br />

Egito (11.1; cf. Mt.2.15); (2) a vitória de Cristo sobre a morte (13.14; cf. 1 Co.15.55); (3) Deus deseja a misericórdia, e não o sacrifício (6.6; cf.<br />

Mt.9.13; 12.7; e (4) os gentios que não eram o povo de Deus, passam a ser Seu povo (1.6,9-10; 2.23; cf. Rm.9.25,26; 1 Pe.1.10). Além dos trechos<br />

específicos, o NT expande o tema do livro - Deus como o marido do Seu povo - e diz que Cristo é o marido de Sua noiva redimida, a Igreja ( ver 1<br />

Co.11.2; Ef. 5.22-32; Ap.19.6-9; 21.1,2,9,10). Oseias enfatiza a mensagem do NT a respeito de se conhecer a Deus para se entrar na vida (2.20;<br />

4.6; 5.15; 6.3,6; cf. Jo.17.1-3). Juntamente com esta mensagem, Oseias demonstra claramente o relacionamento entre o pecado persistente e o juízo<br />

inexorável de Deus. Ambas as ênfases são resumidas por Paulo em Rm.6.23: 'Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a<br />

vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor." (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, p.1272).<br />

" Cristo Revelado - Os escritores do NT descrevem Oseias como o responsável por ensinar a vida e o ministério de Cristo. Mateus<br />

vê, em 11.1, uma profecia que foi cumprida quando Jesus, quando bebê, foi literalmente levado e trazido do Egito, um paralelo com<br />

a longa estada de Israel no Egito e o êxodo (Mt.2.15). O escritor da Epístola aos Hebreus acha em Jesus Aquele que capacita os<br />

crentes a oferecerem sacrifícios aceitáveis de louvor pelos quais nós nos tornamos recipientes do perdão misericordioso de Deus<br />

(14.2; Hb.13.15). A Pedro, Jesus provê a base pela qual aqueles que estavam fora da família de Deus agora são admitidos a um<br />

relacionamento com Ele (1.6,9; 1 Pe.2.10). A Paulo, Jesus cumpre a promessa de Oseias de que Alguém quebraria o poder da morte<br />

e da sepultura e traria a vitória da ressurreição (13.14; 1 Co.15.55). Os ensinamentos de Paulo acerca de Cristo como o Noivo e a<br />

Igreja como a noiva correspondem à cerimônia de casamento e os votos pelos quais Deus entra num permanente relacionamento<br />

com Israel (2.19-20; Ef.5.25-32). Jesus, também, em pelo menos dois de Seus sermões aos fariseus, tira Seu texto de Oseias. Quando<br />

questionado acerca da Sua permanência no lar dos pecadores e cobradores de impostos, Jesus cita Oseias para mostrar que Deus não<br />

deseja apenas palavras vazias ou rituais desumanos, mas um cuidado genuíno e preocupação com as pessoas (6.6; Mt.9.13). E,<br />

quando os fariseus acusam os discípulos de Jesus de violar o sábado, Jesus os defende com o mesmo lembrete de que o coração de<br />

Deus coloca o interesse pelas necessidades humanas acima de formalidades religiosas (Mt.12.7)." (BÍBLIA DE ESTUDO<br />

PLENITUDE, p.852).<br />

- Segundo Finis Jennings Dake (1902-1987), o livro de Oseias tem 14 capítulos, 197 versículos, 16 perguntas,<br />

26 ordenanças, 10 promessas, 298 predições, 152 versículos de profecia, sendo 17 versículos de profecias não<br />

cumpridas e 134 versículos de profecias cumpridas e 10 mensagens distintas de Deus.<br />

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- Segundo alguns estudiosos, o livro de Oseias, o 28º livro da Bíblia, está relacionado com a 6ª letra do<br />

alfabeto hebraico, “vav” (ו), cujo significado é de “unha”, “cravo”, “prego”, “gancho”, “colchete”, bem como<br />

letra que é utilizada como o conectivo da língua hebraica (“e”). O livro, então, falaria da conexão entre Deus e<br />

os homens, da necessidade que há de união entre Deus e os homens, o que se dá tão somente pela conversão.<br />

Esta ligação somente foi possível diante da humilhação de Cristo, que Se fez homem e foi até a cruz, algo que<br />

teria sido tipificado na grande humilhação de Oseias que, como profeta, foi se tornar marido de uma prostituta<br />

cultual.<br />

II – A PRIMEIRA PARTE DO LIVRO DE OSEIAS – A ESPOSA PROSTITUÍDA DE JEOVÁ É<br />

REPUDIADA<br />

- O profeta Oseias não foi levantado por Deus apenas para anunciar a mensagem de arrependimento ao povo<br />

do reino de Israel (o reino do norte) ante a iminente destruição que estava para vir.<br />

- Oseias foi um dos profetas que Deus escolheu para que, com a sua própria vida, fosse um sinal da mensagem<br />

que estava a anunciar. A primeira etapa do ministério do profeta, pois, que vimos supra se desenvolveu ainda<br />

durante o reinado de Jeroboão II, não foi uma mensagem verbal, mas uma verdadeira atitude de vida, a fim de<br />

que o profeta “sentisse na própria pele” o que Deus estava a sentir pela infidelidade do Seu povo.<br />

- Pouco se sabe sobre a vida deste profeta, havendo quem identifique seu pai como sendo um príncipe rubenita<br />

(cfr. Os.1:1 e I Cr.5:6), o que, entretanto, é mera especulação.<br />

- Também há quem defenda que Oseias teria sido padeiro (cfr. Os.7:4-9) (posição de N.H. Snaith), o que é<br />

refutado por muitos, pois o livro demonstra que Oseias teve excelente educação, o que seria incompatível com<br />

o exercício de uma profissão humilde como a de padeiro.<br />

- O fato é que o livro de Oseias se inicia com uma ordem divina ao profeta para que tomasse uma prostituta<br />

como sua mulher (Os.1:2), a fim de que Oseias fosse um sinal, no meio do povo de Israel, do que aquele povo<br />

estava a fazer com o Senhor, pois, diante do desvio espiritual do povo, o Senhor Se sentia como um marido<br />

que se casara com uma mulher de prostituições (Os.1:2).<br />

- Fator que tem causado celeuma entre os estudiosos da Bíblia é a história do casamento de Oseias com uma<br />

prostituta, que é o fato que dá início ao livro deste profeta. Muitos não aceitam que um homem de Deus<br />

pudesse se casar com uma prostituta e, por isso, interpretam este texto como sendo uma alegoria ou procuram<br />

explicações, das mais variadas, a saber:<br />

a) entendem que Oseias teria recolhido Gomer como uma de suas concubinas, como entendeu Tomás de<br />

Aquino, mas que, igualmente, não pode ser levada em consideração, pois não há qualquer elemento no<br />

texto que permita tal indução.<br />

b) entendem que a mulher mencionada no capítulo terceiro de Oseias não é Gomer, mas outra mulher, uma<br />

segunda esposa, daí porque teria sido segregada antes da união com o profeta( cfr. Dt.21:15-17). É a<br />

posição de Snaith. É, todavia, uma interpretação que não explica a aplicação do caso concreto às profecias<br />

que estarão na sequência do livro.<br />

c) entendem que Oseias teria sofrido de 'obsessão do sexo' em sua juventude e, por isso, teria se casado com<br />

uma prostituta, o que seria 'uma ilustração da luta entre a obsessão subsconsciente e a pureza do<br />

pensamento consciente, o que resultou no fato de ele ver-se envolvido naquilo que mais aborrecia'<br />

(Oesterley e Robinson). Entretanto, Heavenor, que é quem apresenta esta posição em o Novo Dicionário<br />

da Bíblia(edição em um só volume, p.1159), considera-a "uma ilustração de como se pode enxertar as<br />

categorias do moderno estudo psicológico no texto da Bíblia", dizendo não haver a menor evidência no<br />

livro do profeta desta suposta obsessão, sendo que o desgosto do profeta com as extravagâncias sexuais de<br />

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Israel era tipificamente profética, ou seja, fazia parte da própria mensagem dada por Deus a Israel, nada<br />

mais sendo do que a condenação da idolatria reinante.<br />

d) entendem que Gomer teria sido uma prostituta cultual, ou seja, uma mulher que se dedicava à prostituição<br />

nos cultos de fertilidade de Baal e Asera, que resolvera abandonar este modo de vida e se casar com Oseias<br />

mas que, posteriormente, não resistiu e retornou à vida antiga.<br />

OBS: "...Há forte probabilidade de que Gomer não fosse prostituta por ocasião de seu matrimônio, tendo posteriormente se voltado ao adultério e<br />

à imoralidade, talvez como prostituta no templo de Baal. Ao abandonar ao Senhor, ela não somente foi levada à adoração falsa, mas também ao<br />

rebaixamento dos padrões morais. Hoje se pode ver o mesmo padrão de vida imoral sempre que o povo de Deus se desvia da genuína dedicação ao<br />

Todo-Poderoso..."( Bíblia de Estudo Pentecostal, nota a Os.1:1, p.1273)<br />

- O que existe, de pronto, é um dogmatismo, ou seja, um preconceito de estudiosos da Bíblia que veem no<br />

histórico do casamento de Oseias uma ofensa a princípios que, na verdade, não foram inobservados. Deus<br />

mandou que Oseias se casasse com Gomer, mas isto não era pecado, pois não mandou que fornicasse ou se<br />

prostituísse com a mulher, mas que com ela se casasse. Neste casamento, não havia, portanto, já que não<br />

conste que Gomer fosse casada, qualquer pecado. Raabe, outra meretriz mencionada na Bíblia, consta,<br />

inclusive, da genealogia de Jesus (Mt.1:5).<br />

- Não é por isso, entretanto, que iremos dizer que um cristão possa se casar com uma prostituta, se esta não<br />

deixou sua vida de pecados, pois não pode haver, entre nós, o jugo desigual, visto que não há comunhão entre<br />

a luz e as trevas - II Co.6:14-18.<br />

- Oseias recebeu um mandado divino para se casar com Gomer, que, certamente, deixou a vida de<br />

prostituições, embora, pouco depois, retornasse a esta vida, tudo isto com um propósito: o de demonstrar a<br />

infidelidade espiritual de Israel bem como o grande amor de Deus.<br />

- Oseias foi o primeiro profeta a figurar o relacionamento de Deus com o Seu povo com o casamento, o<br />

primeiro a apresentar como base do relacionamento entre Deus e o homem como sendo o amor, o que,<br />

posteriormente, seria largamente utilizado para se referir tanto a Deus com Israel, como entre Cristo e a Igreja<br />

(cfr. Ef.5:22-32, Ap.19:7; 22:17)<br />

OBS: "...Oseias foi o primeiro profeta a fazer largo uso do adultério como metáfora da infidelidade de Israel a YHVH. A infiel mulher de Oseias<br />

é apresentada duas vezes (caps.1 e 3) como símbolo alegórico do afastamento do povo da religião. YHVH é o marido enganado; Israel é a adúltera<br />

que deve ser punida por ingratidão. O povo busca outros 'amantes', os Baals (deuses cananeus), atribuindo-lhes a fertilidade na agricultura e outros<br />

favores concedidos pelo próprio YHVH..."(JUDAICA, v.1, p.75)<br />

- Os filhos deste trágico relacionamento também receberam nomes proféticos. O primeiro filho foi chamado<br />

Jizreel, que quer dizer, "Deus espalhará". Era o anúncio do término da dinastia de Jeú, que se consolidara em<br />

Jizreel (II Rs.9:24-37) , mas sem que houvesse observância da palavra do Senhor. Não só a dinastia, mas o<br />

próprio reino seria destruído não muito tempo depois da queda desta casa real (Dt.28:62-68).<br />

- O segundo filho, uma filha, foi chamada Ló-Ruama, que quer dizer "não compadecida", "desfavorecida"<br />

demonstra que o povo de Israel seria destruído sem compaixão de Deus, visto que não atendera ao seu<br />

chamado para o arrependimento (Ex.33:19; Rm.9:15,16);<br />

- O terceiro filho, um menino, foi chamado de Ló-Ami, que quer dizer "não-meu-povo", apontava para o<br />

término do pacto entre Deus e Israel, em virtude da infidelidade, a prenunciar o surgimento de um novo povo<br />

que passaria a ter a bênção de Deus (cfr. Mt.21:33-46; Jo.1:11-13; Rm.9:24-33).<br />

OBS: "...Os filhos de Oseias recebem nomes simbólicos. O primeiro, 'Jezreel', é assim chamado pelo lugar em que Jeú massacrou a família do rei<br />

Acab (2 Reis 10:11), feito violento que o profeta presumivelmente desaprova. O segundo, 'Sem Misericórdia', significa que Deus já não pode amar<br />

seu povo'; o terceiro, 'Não meu povo', é expressão da total condenação de Deus..." (SELTZER, Robert M. In: A JUDAICA, v.1, p.75).<br />

"...Acredita-se que o terceiro filho de Gomer, um menino chamado 'Lo-Ami' (que significa 'não meu povo') não fosse de Oseias. O nome da<br />

criança simbolizava a quebra do relacionamento pactual em consequência da contínua rebelião contra Deus mediante a idolatria. O povo do Reino<br />

do Norte já não poderia esperar que Deus o abençoasse e o livrasse de seus adversários. Oseias estava aprendendo, através de sua própria angústia,<br />

sobre como se achava o coração de Deus por causa dos pecados do povo."( BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, nota a Os.1:9, p.1273)<br />

"...Notar a progressão nos três nomes: 'Jezreel', julgamento ativo; 'Lo-Ruama', passiva to<strong>ler</strong>ância'; 'Lo-Ami', sem relacionamento."<br />

(BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE, nota a Os.1.9, p.853)<br />

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- Este episódio mostra-nos, com absoluta clareza, que o fato de Deus ser bom, amoroso e misericordioso, em<br />

nada altera o caráter de Deus como um Ser justo e que executa juízo sobre os impenitentes. Deus é amor, mas<br />

também é justiça. Deus ama o pecador, mas abomina o pecado e não tem o culpado por inocente. Por isso,<br />

agora, na dispensação da graça (Ef.3:1-12), oferece uma tão grande salvação na pessoa de Jesus Cristo,<br />

imerecida mas resultado de Seu grande e imensurável amor (Jo.3:16; Rm.8:35-39; Ef.3:14-19; Lc.4:14-21).<br />

Entretanto, depois de passada esta oportunidade, haverá o juízo de Deus, sem misericórdia, aos que rejeitarem<br />

a Jesus (Is.61:2b; Mt.25:11,12,30,41-46; Hb.2:1-4; Ap.6:16,17; 11:18; 14:7-10; 15:1).<br />

OBS: "...O nome 'Lo-Ruama' (lit. 'não é compadecida' ou 'ela não recebe compaixão e amor') significa que Deus, em Sua santidade, declarara ter<br />

chegado a hora de cessar a sua longanimidade e acionar a Sua justiça. O juízo finalmente teria de vir contra o povo pecaminoso e rebelde."<br />

(BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, nota a Os.1:6, p.1273).<br />

- Vemos, pois, que o profeta Oseias começa pregando para o povo através de sua própria vida, sendo<br />

absolutamente fiel ao Senhor e casando com uma mulher de prostituições, a fim de ser, ele próprio, uma figura<br />

do relacionamento entre Deus e o reino do norte (Israel).<br />

- Gomer, após ter tido estes três filhos, retornou à vida de prostituições (Os.2:5), desprezando todo o amor<br />

que o profeta lhe havia dispensado, já que, além de ter adquirido um lugar na sociedade, e lugar respeitável,<br />

pois, de prostituta cultual passara a ser esposa de um profeta, também havia tido filhos, o que, para a mulher<br />

israelita, era um sinal de bênção, já que a esterilidade era uma maldição (II Sm.6:20-23).<br />

- Gomer voltou a se prostituir porque quis voltar a ter o luxo que tinha quando era uma prostituta cultual,<br />

queria ter acesso às coisas deste mundo que somente os seus “namorados” podiam oferecer, e não um homem<br />

como Oseias que, embora não saibamos a sua profissão, naturalmente não pertencia à elite, até porque, como<br />

homem de Deus, não era, mesmo, bem visto pela sociedade corrupta do reino de Israel.<br />

- Isto nos mostra claramente que um dos motivos pelos quais os que cristãos se dizem ser saem da presença do<br />

Senhor é, sem dúvida, os inúmeros atrativos que o inimigo de nossa alma lança no mundo para poder<br />

“capturar” os que estão a servir a Deus. Não é por outro motivo que o Senhor Jesus disse que não devemos<br />

julgar segundo a aparência, mas, sim, segundo a reta justiça (Jo.7:24).<br />

- O mundo oferece aos servos de Deus um “colorido” todo especial. É o “pão, água, lã, linho, óleo e bebidas”<br />

que chamaram a atenção de Gomer e que a levaram de volta à prostituição. De igual modo, muitos que são<br />

resgatados pelo Senhor tornam ao pecado, enebriados pelo prazer e gozo oferecidos pelo mundo, esquecendo<br />

que tudo o que há no mundo é passageiro e que somente permanece aquele que faz a vontade de Deus (I<br />

Jo.2:15-17).<br />

- Nos dias em que vivemos, em que as mensagens audiovisuais são proeminentes, é fundamental que tomemos<br />

o cuidado com os nossos olhos, como bem advertiu o Senhor Jesus no sermão do monte, para que não venham<br />

as candeias do nosso corpo ser a fonte de densas trevas em nossa vida espiritual (Mt.6:22,23). Tomemos<br />

cuidado, amados irmãos!<br />

- O profeta Oseias utiliza-se, em sua mensagem, da própria tragédia pessoal de seu casamento. Assim como<br />

Oseias fora traído por sua mulher, o povo de Israel (reino do norte) havia traído a Deus, deixando-O e<br />

passando a servir a outros deuses, notadamente os deuses cananeus da fertilidade, cujos rituais imorais e de<br />

prostituição bem ilustravam a vida prostituída que passava a ter a mulher de Oseias.<br />

- A mensagem do profeta Oseias, no sentido de "contender com a mãe" (Os.2:2), significa que o remanescente<br />

fiel de Israel deveria lutar por uma mudança no estado de coisas, ou seja, os servos do Senhor devem<br />

DENUNCIAR o pecado, não se conformar com este mundo (Rm.12:2). Anunciar o <strong>Ev</strong>angelho envolve a<br />

denúncia do pecado (Mc.1:14,15; Mt.23:1-3; At.2:37-40).<br />

- A mensagem do <strong>Ev</strong>angelho deve mostrar que o homem está condenado em seus delitos e pecados e que<br />

precisa de salvação. Não se deve contemporizar com o pecado, mas, tendo amor e respeito ao pecador, ser<br />

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clara e contundente na necessidade do arrependimento do homem e na mudança de vida (Gl.1:6-16; I Ts.2:1-<br />

5,13-16).<br />

- O pecado de Israel estava em atribuir a divindades, como Baal e Asera, que eram adoradas pelos povos que<br />

habitavam a Palestina e que não foram destruídos pelos israelitas em desobediência à ordem divina (Jz.2:1-4),<br />

os benefícios que eram resultado da bênção divina. Tudo devemos atribuir a Deus, a quem unicamente<br />

pertence a glória e o louvor (Is.42:8; 48:11; At.12:21-23; Ef.3:20,21; 5:20,21; I Ts.5:18; Ap.5).<br />

- Vemos que havia prosperidade material nos dias de Jeroboão II, rei de Israel, ou seja, no início do ministério<br />

do profeta Oseias e o povo atribuía este bem-estar a Baal e a outras divindades. Isto é uma demonstração, das<br />

muitas da Bíblia, de que nem sempre o bem-estar material significa comunhão com Deus ou que dificuldades<br />

financeiras representem uma demonstração de que a pessoa está em pecado. Não podemos pensar desta<br />

maneira, senão correremos risco espiritual (cfr. Sl.73).<br />

- Do mesmo modo, nos dias atuais, não podemos pôr coisa alguma no lugar de Deus. Somente a Deus<br />

podemos adorar, sendo completamente errôneo o culto a quaisquer outras entidades, seja qual for a<br />

denominação que tiverem (santos, beatos, orixás, guias espirituais, espíritos, anjos, seres iluminados, budas,<br />

duendes, mestres ascensionais, profetas etc. etc. etc.). Somente Deus merece adoração (Ex.20:3,4; Dt.5:7,-9;<br />

6:4,5; Mt.4:10; Mc.12:28-34; At.17:22-31).<br />

- Neste ponto, aliás, devemos ter muito cuidado com certas afirmações que têm sido encontradas em nosso<br />

meio a respeito dos anjos, pois está havendo verdadeira adoração a anjos em muitos lugares, sem se falar em<br />

louvores onde o papel dos anjos é superdimensionado, em total contrariedade aos ensinamentos bíblicos.<br />

Vigiemos e sigamos os conselhos que Paulo deu à igreja em Colossos, que também vivenciou este mesmo tipo<br />

de problema (Cl.2:18).<br />

- Apesar da infidelidade de sua mulher Gomer, o Senhor manda a Oseias que a comprasse e a tomasse<br />

novamente por mulher (Os.3:1,2).Neste gesto, o Senhor faz Oseias, uma vez mais, representar o papel de<br />

Deus no Seu relacionamento com Israel.<br />

- Embora Israel fosse infiel e, na sua infidelidade, tivesse perdido a própria liberdade, não tendo condições<br />

sequer de, com suas próprias forças, voltar à comunhão com o Senhor, pois quem comete pecado torna-se<br />

escravo do pecado (Jo.8:34), o Senhor promete providenciar um meio, mediante custo próprio, para resgatar o<br />

povo pecador.<br />

- Assim como Oseias teve de pagar quinze peças de prata e um homer e meio de cevada para adquirir Gomer e<br />

a tomar novamente por mulher, o Senhor teve de pagar o preço do sangue precioso de Cristo Jesus para<br />

resgatar não só os israelitas mas todos quantos crerem em Cristo Jesus (Jo.1:12-14; I Pe.1:18,19).<br />

- Este resgate do povo de Israel, entretanto, também resultaria num preço para eles, não só para o Senhor. Pois<br />

Gomer, ao ser resgatada, não foi logo devolvida à sua condição de mulher pelo profeta, tendo de passar<br />

“muitos dias” sem se prostituir, para que se purificasse de toda a sua imundícia, a fim de que pudesse,<br />

novamente, ser do profeta (Os.3:3).<br />

- Da mesma maneira, o Senhor, que já havia prometido o resgate e a restauração de Israel quando da<br />

mensagem proferida após o retorno de Gomer à vida de prostituição (Os.2:14-23), afirmou que a restauração<br />

de Israel como povo de Deus somente viria após “muitos dias” em que os israelitas ficariam sem rei, sem<br />

príncipe, sem sacrifício, sem estátua, sem éfode ou terafim, ou seja, após um longo período em que Israel não<br />

teria mais independência como nação, algo, aliás, que foi muito bem compreendido no período do Segundo<br />

Templo por homens como Esdras e Neemias (Ne.9:36,37).<br />

- Efetivamente, seja quando da destruição do reino do norte, cujos habitantes se misturaram a outros povos ou,<br />

em número reduzidíssimo, acabaram por migrar para o reino do sul (Judá), onde se associaram aos judaítas<br />

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(nos dias de Jesus, inclusive, havia uma profetisa da tribo de Aser, Ana, a demonstrar a existência destes<br />

remanescentes – Lc.2:36); seja quando do cativeiro da Babilônia, quando Judá também sofreu a penalidade<br />

por sua impenitência (o que também foi profetizado por Oseias, como vemos em Os.6:11 e 12:2), nunca mais<br />

os israelitas voltaram a ter independência política, passando, sucessivamente, pelos domínios de outros povos,<br />

até o ano de 1948, quando restauraram, ainda que sob contestação de muitos povos, o seu “status” de nação<br />

independente, mas, ainda, sem que o templo tenha sido reconstruído ou que se tivesse comunicação com Deus<br />

(sem sacrifício e sem éfode) e sem que houvesse qualquer manifestação de idolatria (sem estátua e sem<br />

terafim).<br />

- A primeira parte do livro de Oseias, portanto, é composta de uma mensagem que é mostrada pela própria<br />

vida do profeta. Assim como o profeta teve se de casar com uma prostituta, assim Deus fez Seu pacto com<br />

Israel; assim como o profeta foi abandonado pela prostituta, que voltou à sua vida de prostituições, assim Deus<br />

foi abandonado por Israel, que voltou para o pecado; mas, assim como Oseias resgatou sua mulher e, após um<br />

determinado período de purificação, fê-la tornar sua mulher novamente, da mesma maneira o Senhor haverá<br />

de restaurar Israel e torná-lo, uma vez mais, o povo de Deus na Terra, a propriedade peculiar de Deus entre os<br />

povos.<br />

- Vemos, nesta primeira parte do livro, que o Senhor mostra claramente que a Sua fidelidade e os Seus<br />

desígnios são inabaláveis e não podem ser impedidos nem mesmo pela infidelidade do homem (Jó 42:2), mas<br />

os infiéis são devidamente punidos por Deus que, apesar de ser misericordioso, é justiça (Gn.18:25).<br />

II – A ESPOSA, OBJETO DO AMOR DE DEUS<br />

- Já na primeira parte do livro, formada pelos seus três primeiros capítulos, quando vemos como a vida<br />

pessoal e familiar do profeta Oseias torna-se um retrato do relacionamento entre Deus e o reino do<br />

norte (Israel), temos que o Senhor, apesar de apontar a imensa infidelidade dos israelitas, não deixa de<br />

mostrar o Seu amor e o Seu desejo de que houvesse a restauração.<br />

- Na segunda parte do livro, formada dos capítulos 4 a 14, temos a pormenorizada descrição deste amor de<br />

Deus para com o povo, como também a intensidade da infidelidade cometida pelos israelitas e que<br />

justificavam plenamente a destruição iminente que se anunciava e que, lamentavelmente, pela dureza de cerviz<br />

daquele povo, ocorreu.<br />

- Agora, as mensagens anunciadas pelo profeta não têm mais tipificação na vida do profeta, sendo mensagens<br />

dadas aos israelitas, no estilo comum dos profetas.<br />

-, Segundo Reese e Klassen, estas mensagens passaram a ser proferidas após a morte de Jeroboão II,<br />

oportunidade em que a prosperidade material existente começa a desaparecer e o país entra em profunda crise<br />

político-econômica, já que, após o reinado de Zacarias, o último rei da dinastia de Jeú e que durou apenas seis<br />

meses (II Rs.15:8), os reis que se sucederam foram resultado de rebeliões e golpes de Estado, numa<br />

desorganização completa do reino que tão somente facilitou seu domínio pela Assíria, a potência emergente da<br />

época.<br />

- Estas mensagens, portanto, vêm corroborar o que já fora dito pelo profeta com reflexo em sua própria vida<br />

pessoal e familiar, mas que, talvez, tivesse sido desconsiderado pelo bem-estar material que até então se vivia<br />

e que passa a inexistir, problemas estes que, como vemos em Dt.28, eram prenúncios do juízo divino sobre os<br />

que não observassem a lei mosaica.<br />

- O Senhor é direto no teor das mensagens que profere por intermédio de Oseias. Diz que há uma contenda<br />

entre Ele e os habitantes da terra (Os.4:1), o que nos faz recordar a “contenda contra Gomer” da primeira parte<br />

do livro (Os.2:2).<br />

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- Por que havia contenda entre Deus e Israel? Porque, em Israel, prevaleciam o perjurar, o mentir, o matar, o<br />

frutar, o adulterar e homicídios sobre homicídios (Os.4:2). Em outras palavras: em Israel, prevalecia o pecado.<br />

- A causa da prevalência do pecado, disse o profeta, não era a falta de profetas ou de sacerdotes, pois eles<br />

existiam no meio do povo. A causa da prevalência do pecado era a falta do conhecimento de Deus, falta esta<br />

que levaria à destruição do povo (Os.4:6).<br />

- Temos nestas palavras de Oseias um paralelismo impressionante com um dos discursos do Senhor Jesus<br />

registrados pelo evangelista João, discurso este que alguns editores de Bíblias denominam de “discurso de<br />

Jesus sobre a Sua missão” (Jo.8:12-59).<br />

- O Senhor Jesus, neste discurso, também mostra aos judeus que O interpelavam que eles eram pecadores,<br />

apesar de se dizerem filhos de Abraão, porquanto cometiam pecados e, por causa disso, haviam se tornado<br />

escravos do pecado, tendo por pai o diabo e não Deus.<br />

- Neste discurso, também, o Senhor Jesus foi claro ao mostrar que a única forma de nos libertarmos do pecado<br />

e alcançarmos a verdadeira e genuína liberdade é através d’Ele próprio, Filho de Deus que é, e de uma maneira<br />

muito especial: mediante o conhecimento da verdade (Jo.8:32), verdade esta que outra não é senão a Palavra<br />

de Deus, como deixará claríssimo e explícito em Sua oração sacerdotal (Jo.17:17).<br />

- O povo de Israel rejeitou o conhecimento de Deus, não quis se lembrar da lei do Senhor, antes dela se<br />

esqueceu e, por causa desta rejeição, seria destruído (Os.4:6).<br />

- Nos dias em que vivemos, não é diferente. Muitos dos que cristãos se dizem ser (assim como os judeus se<br />

diziam filhos de Abraão, mas não no eram, como atesta o próprio Jesus no já mencionado discurso —<br />

Jo.8:39,40) também deixam que o pecado prevaleça em suas vidas. Vivem pecando, sem qualquer<br />

modificação de conduta ou de atitude, negando, com esta vida pecaminosa, que sejam filhos de Deus, pois<br />

quem é nascido de Deus não vive pecando (I Jo.3:9).<br />

- Do mesmo modo que fez o povo de Israel nos dias de Oseias, estes pseudocristãos rejeitaram o conhecimento<br />

de Deus, esqueceram-se da Palavra de Deus, vivendo conforme os seus desejos e vontades, deixando de lado<br />

tudo quanto se ensina na Bíblia Sagrada. Não creem na Bíblia, não fazem o que a Bíblia manda, ou seja, em<br />

outras palavras, na prática, não têm a Bíblia como única regra de fé e prática.<br />

- Quando não se quer conhecer a Deus, o resultado é a destruição. Nos dias de Oseias, a destruição do povo de<br />

Israel foi literal, mas isto era apenas sombra dos dias futuros (Hb.10:1), tipo da destruição espiritual que vivem<br />

aqueles que, embora se dizendo cristãos, vivem completamente alheios ao que dita a Palavra de Deus.<br />

- Conhecer a Deus, é bom observarmos, não é o conhecimento intelectual. Conhecer, na Bíblia, tem de ser<br />

entendido no sentido hebraico, ou seja, como envolvimento, intimidade (Gn.4:1). Conhecer a Deus, conhecer a<br />

verdade é envolver-se com Deus, envolver-se com a verdade, ter intimidade com Deus, ter intimidade com a<br />

verdade.<br />

- O conhecimento de Deus envolve a santificação, que é a separação cada vez maior do pecado, algo que<br />

somente se consegue através da Palavra de Deus (Jo.17:17), da oração (I Tm.4:5), do temor a Deus (II Co.7:1)<br />

e da participação digna na ceia do Senhor (I Co.11:23-34).<br />

- Os pseudocristãos de nossos dias, que são o antitipo do povo de Israel a quem Oseias profetizava, não<br />

meditam nas Escrituras Sagradas, não oram, não temem a Deus e participam indignamente da ceia do Senhor<br />

(quando o fazem…) e, como resultado disto, suas vidas são vidas em que o pecado prevalece, onde tudo o que<br />

Deus abomina é abundante em suas maneiras de viver.<br />

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- A frequência de nossas Escolas Bíblicas Dominicais, de nossos cultos de ensino, de nossos cultos de oração e<br />

de vigília (as vigílias sérias e verdadeiras e não estes “shows” que se andam realizando por aí, com finalidade<br />

meramente arrecadatória) mostra quão grande é o número destes pseudocristãos, cuja infidelidade é intensa,<br />

resultado de sua rejeição em conhecer a Deus. Vivemos os dias da apostasia e, ao <strong>ler</strong>mos Oseias, devemos<br />

tudo fazer para não pertencermos a este grupo, grupo de “quase todos” que já tiveram esfriado o seu amor a<br />

Deus (Mt.24:12 ARA), amor este, aliás, que se demonstra pela guarda da Palavra (Jo.14:21,23).<br />

- O resultado da vida pecaminosa de Israel foi a mais pura cegueira espiritual, a entrega não só à luxúria e à<br />

maldade, mas, também, à idolatria, de tal sorte que passou a ser um povo sem inteligência (Os.4:11) e sem<br />

entendimento (Os.4:14), um povo que é abandonado por Deus à sua própria sorte, por causa de sua rebelião<br />

contra Deus (Os.4:17).<br />

- Em nossos dias, não tem sido diferente. Muitos pseudocristãos estão, também, abandonados por Deus por<br />

causa da sua continuada infidelidade, por causa da multiplicação de seus pecados, a ponto de já vermos alguns<br />

destes abraçarem com gosto e soberba suas paixões infames, inclusive fazendo apologia do homossexualismo,<br />

confirmando, assim, que já se encontram na máxima degradação moral da vida de pecado, como nos mostra o<br />

apóstolo Paulo em Rm.1:24-28, assim como o próprio Senhor em Sua mensagem que mandou João deixar<br />

registrada à Igreja, quando diz que os sujos se sujarão ainda mais, os injustos cometerão ainda mais injustiça<br />

(Ap.22:11).<br />

- A estes pecadores impenitentes, chamados de “transviados”, o Senhor diz que será “a correção deles”<br />

(Os.5:2) e, por causa desta atitude de injustiça, todos cairão espiritualmente (Os.5:5). O Senhor afirma que a<br />

estes que rejeitarão a Sua mensagem, não haverá saída, tentarão buscar ao Senhor, mas será tarde demais<br />

(Os.5:5).<br />

- O Senhor diz que, por terem os israelitas buscado escapar da sua destruição como nação junto ao Egito, então<br />

a potência adversária da Assíria, eles seriam consumidos, porquanto não é no homem que está a salvação, mas,<br />

sim, em Deus (Os.5:13).<br />

- Neste ponto, ao mesmo tempo em que o Senhor lança a Sua sentença, que não tardaria a ser aplicada, deixa,<br />

pela sua misericórdia, uma porta aberta aos israelitas. Afirma que o Egito não lhes poderia salvar, mas se<br />

houvesse “reconhecimento de culpa e busca da face de Deus”, se fosse o Senhor buscado de madrugada,<br />

haveria, ainda, uma oportunidade de restauração (Os.5:15).<br />

- Por isso, o profeta convida o povo a vir e se tornar ao Senhor, pois quem havia feito a ferida, podê-la-ia sarar<br />

(Os.6:1). Por isso, o profeta aconselha o povo a que conhecesse e prosseguisse em conhecer ao Senhor, pois,<br />

desta maneira, restaurada seria a sua condição espiritual, pois o Senhor Se manifestaria “como a chuva, como<br />

chuva serôdia que rega a terra” (Os.6:3).<br />

- O desejo de Deus é que o Seu povo O conheça e, por isso, estava Ele a permitir a destruição do povo. Se,<br />

entretanto, o povo tornasse a Ele, experimentaria a misericórdia de Deus, pois Ele quer misericórdia e não,<br />

sacrifício (Os.6:6), expressão, aliás, repetida pelo Senhor Jesus em Seu ministério terreno, seja quando<br />

chamou o publicano Mateus para ser Seu discípulo, seja quando respondeu aos fariseus que queriam a<br />

condenação de Seus discípulos por terem colhido espigas em dia de sábado (Mt.9:13; 12:7).<br />

- Precisamos ter em mente que Deus, por ser fiel à Sua Palavra, irá executar o juízo sobre os impenitentes, mas<br />

que a obra de Jesus, neste mundo, obra esta que estamos a realizar como membros que somos de Seu corpo,<br />

que é a Igreja, é uma obra de misericórdia, não de sacrifício.<br />

- Assim, não podemos querer servir a Jesus Cristo neste mundo mediante ofertas e holocaustos, tendo um<br />

excelente desempenho em nossos “deveres eclesiásticos”, mas, sim, exercendo o amor de Deus que o Espírito<br />

Santo derramou em nossos corações (Rm.5:5).<br />

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- O que Jesus quer é que mostremos que temos amor e misericórdia pelos perdidos, que estamos prontos a<br />

perdoá-los e a querer que eles peçam perdão a Deus e alcancem a salvação. Não podemos nos fazer de juízes<br />

do próximo, prontos a condená-los e a querer que a “vingança de Deus” caia sobre os pecadores e incrédulos,<br />

mas, sim, devemos desejar que eles sejam alvo da misericórdia de Deus, pois era este o sentimento de Cristo,<br />

que não veio condenar, mas salvar o mundo (Jo.3:17). Infelizmente, muitos hoje, que se dizem cristãos, são<br />

verdadeiros e genuínos fariseus…<br />

- A misericórdia de Deus era uma realidade, mas, também, a impenitência de Israel. Apesar do desejo do<br />

Senhor para com aquele povo, eles não queriam saber de Deus, mas, única e exclusivamente de seus pecados,<br />

vivendo em maldade, malícia e mentira (Os.7:2-8).<br />

- Apesar do clamor misericordioso de Deus, os israelitas preferiram recorrer ao Egito e à Assíria, não quiseram<br />

se humilhar diante de Deus, preferindo ser soberbos, ter uma vida independente de Deus (Os.7:10-16). O<br />

resultado foi tão somente a destruição.<br />

- Em nossos dias, não é diferente. O Senhor, através da Igreja, nestes últimos dias da dispensação da graça,<br />

tem demonstrado clara e firmemente a Sua misericórdia, inclusive fazendo com que o Espírito Santo atue<br />

como nos dias da igreja primitiva, conforme temos visto ao longo do avivamento pentecostal, o mais longo e<br />

duradouro avivamento de toda a história da Igreja.<br />

- Entretanto, a imensa e esmagadora maioria dos que cristãos se dizem ser têm preferido voltar suas atenções e<br />

vidas para algo que não é o Senhor. Não meditam nas Escrituras, não oram, não temem a Deus nem têm<br />

qualquer cuidado na participação da Ceia do Senhor. Pelo contrário, querem construir uma vida “cristã”<br />

repleta de mundanismo e de pecados e a consequência disto tudo outra não será senão a destruição, pois são<br />

“incapazes de alcançar a inocência” (Os.8:5).<br />

- A ira de Deus Se manifestaria no meio do povo de Israel como reação ao próprio pecado do povo. “Porque<br />

semearam ventos, e segarão tormentas” (Os.7:7 “in initio”); “lavrastes a impiedade, segastes a perversidade, e<br />

comestes o fruto da mentira, porque confiaste no teu caminho, na multidão dos teus valentes” (Os.10:13), a<br />

mesma lei da ceifa que o apóstolo Paulo reproduzirá em Gl.6:7,8. Amados irmãos, estamos semeando na carne<br />

ou no espírito?<br />

- Israel havia se esquecido do seu Criador (Os.8:14), havia preferido os palácios à observância dos<br />

mandamentos. Havia preferido as coisas desta vida às coisas celestiais. Como estamos, amados irmãos?<br />

Temos buscado o reino de Deus e a sua justiça, ou temos agido como os gentios, pondo como objetivos de<br />

nossas vidas terrenas o comer, o beber e o vestir (Mt.6:31-33)?<br />

- Israel, apesar de, quando menino, ter sido conduzido pelo Senhor, ter sido atraído por Deus com cordas de<br />

amor, não conheceram que era Deus que os curava e recusaram se converter (Os.11:1-5), motivo pelo qual<br />

cairiam à espada e seriam devorados (Os.11:6).<br />

- Neste ponto, aliás, é importante vermos que, nos dias de Oseias, muitos dos sacerdotes e profetas estavam a<br />

tirar vantagem desta vida pecaminosa dos israelitas, assim como os reis e príncipes, que se alegravam na<br />

maldade praticada (Os.6:6-8; 7:3). Da mesma maneira, muitos ministros do <strong>Ev</strong>angelho, em nossos dias, em<br />

vez de repreenderem a vida pecaminosa do povo, estão a usufruir deste estado de coisas, a fim de<br />

enriquecerem e viverem no luxo, como fazia a elite de Israel. Estes tanto quanto os pecadores serão destruídos,<br />

como sucedeu nos dias de Oseias. Será que pertencemos a estes grupos?<br />

- Em virtude de toda aquela infidelidade, mascaradas com “sacrifícios” que eram abomináveis ao Senhor, o<br />

próprio Deus diz que faria cessar esta hipocrisia, pois não haveria mais culto algum, não haveria mais aquela<br />

aparência de santidade que era desmentida pela vida pecaminosa de cada um dos israelitas (Os.9:1-7).<br />

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- Deus faria com que o povo fosse retirado da terra que lhes havia dado, em cumprimento ao que constava do<br />

rol das maldições de Dt.28. Cessaria, então, toda a liturgia dos cultos aos bezerros de Dã e de Betel, toda a<br />

falsa religiosidade que os israelitas diziam devotar a Deus.<br />

- É precisamente o que ocorrerá com os pseudocristãos. Hoje, dizem-se eles cristãos, têm suas igrejas locais,<br />

frequentam os cultos, falam em nome de Deus, mas tudo de forma hipócrita e enganosa. Chegará o tempo,<br />

porém, após o arrebatamento da Igreja, em que até este culto hipócrita será proibido pelo governo do<br />

Anticristo e estes pseudocristãos deverão assumir sua vida pecaminosa, adorando a besta e aceitando seu sinal,<br />

ou, então, pelo custo de suas próprias vidas, passar a ter uma vida conforme os ditames das Escrituras<br />

Sagradas. Que não pertençamos a este grupo e estejamos livres inteiramente deste período de manifestação da<br />

ira de Deus sobre os que rejeitaram a Cristo Jesus, pois estes, tipificados pelos israelitas dos dias de Oseias,<br />

serão pessoas que não mais serão amadas pelo Senhor e que serão lançados fora da Sua casa (Os.9:15).<br />

- Outra característica que o profeta Oseias mostra-nos a respeito do povo de Israel é o seu egoísmo:<br />

“Israel é uma vida frondosa, dá frutos para si mesmo” (Os.10:1 “in initio”). <strong>Para</strong> servirmos a Deus, devemos<br />

ser apenas ramos da videira verdadeira e darmos fruto para o Senhor (Jo.15:1-6).<br />

- Produzir fruto para si mesmo significa não estar em comunhão com o Senhor, estar alheio à Sua vontade, ter<br />

uma vida independente de Deus. Esta é uma característica dos homens que vivem nos dias trabalhosos em que<br />

vivemos (II Tm.3:1-4). Temos renunciado a nós mesmos para sermos discípulos de Jesus (Lc.14:33), ou temos<br />

querido que prevaleça a nossa vontade em detrimento da vontade de Deus?<br />

- Por causa deste egoísmo, o Senhor via Israel com o coração dividido (Os.10:2), motivo por que havia muitos<br />

altares em Israel, pois a soberba do coração, a falta de renúncia faz com que não sirvamos única e<br />

exclusivamente a Deus, o que é um adultério espiritual, que nos faz amigos do mundo e inimigos de Deus<br />

(Tg.4:4).<br />

- Esta é a lamentável situação em que se encontram os pseudocristãos, tipificados pelos israelitas dos dias de<br />

Oseias. Querem satisfazer seus desejos e, ao mesmo tempo, servir a Deus, o que é impossível, pois a negação<br />

de si mesmo é o primeiro passo para podermos ser discípulos de Jesus. (Mc.8:34; Lc.9:23). Será que temos<br />

morrido para o mundo e vivido para Deus (Rm.6:11)? Será que aquilo que foi representado no ritual de nosso<br />

batismo nas águas é uma realidade ou uma farsa? Pensemos nisto, amados irmãos!<br />

- Mas, apesar de toda esta impiedade, de toda esta infidelidade, o Senhor diz que não haveria de destruir Israel<br />

por <strong>completo</strong>, pois Ele é Deus e não, homem (Os.11:9). Não estava tudo perdido para Israel, apesar da<br />

destruição do reino e do cativeiro que lhe sucederia. Assim como Gomer fora resgatada da vida de<br />

prostituições, Israel haverá de ser restaurada como nação santa e reino sacerdotal.<br />

- Como disse o apóstolo Paulo nos capítulos 10 e 11 da sua epístola aos romanos, Deus não rejeitou o Seu<br />

povo (Rm.11:1-5), pois um resto haverá de atender ao clamor do Senhor e, deste modo, deste resto Deus fará<br />

com que Israel cumpra o propósito para o qual foi criado sobre a face da Terra, o que há de ocorrer por ocasião<br />

do reino milenial de Cristo.<br />

- Deus é soberano e não haveria de Se submeter à vontade do homem, ainda que se lhe tenha dado o livrearbítrio.<br />

A soberania divina é tal que Seus planos não podem ser frustrados (Jó 42:2 ARA). Isto não anula o<br />

livre-arbítrio, como entendem, equivocadamente, os defensores da teoria da predestinação, mas também não se<br />

pode admitir que Deus esteja submisso à vontade uma criatura Sua, como defendia Pelágio (350-423).<br />

Sabemos que é difícil conciliar a soberania divina com o livre-arbítrio, mas esta dificuldade não nos pode<br />

infirmar o que nos revelam as Escrituras sobre este tema. Afinal de contas, não poderemos jamais<br />

compreender a Deus.<br />

- Por isso, embora não fosse deixar Israel impune (o reino de Israel é chamado muitas vezes, no livro de<br />

Oseias, de Efraim, por ser esta a tribo mais numerosa das dez tribos do norte) (Os.12:7-14), o Senhor não<br />

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deixaria de estender a Sua misericórdia ao povo que havia escolhido para ser Seu, resgatando-o da morte<br />

(Os.11:8,9; 13:14).<br />

- É interessante que o texto em que o profeta Oseias fala que o Senhor resgataria o Seu povo da morte é o<br />

mesmo texto que o apóstolo Paulo emprega para nos falar da ressurreição dos santos, da vitória da Igreja sobre<br />

a morte (I Co.15:54-58), a nos mostrar que não somos melhores do que aqueles israelitas dos dias de Oseias,<br />

nem tampouco aos pseudocristãos de nossos dias que eles tipificam.<br />

- É importante, muitíssimo importante, que também nos reconheçamos como aqueles que foram resgatados da<br />

morte pelo Senhor apesar de nossa vida pecaminosa do passado e, deste modo, humildemente, atendermos ao<br />

clamor divino para que, a cada dia, nos convertamos a Ele, busquemos a Sua presença, em outras palavras,<br />

vivamos em santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor (Hb.12:14). Em vez de julgarmos os outros ou<br />

pedirmos a sua exclusão do meio da igreja local, tratemos de lhes dar o exemplo de santificação e peçamos a<br />

Deus para que eles também atendam ao clamor misericordioso do Senhor. Temos feito isso?<br />

- Assim, ao mesmo tempo em que Deus Se apresenta como um leão, como um leopardo e como urso que tem<br />

perdido seus filhos, a fim de encontrar Israel para lhes romper as teias do coração e os devorar, como fera do<br />

campo para os despedaçar (Os.13:7,8), também afirma que os remirá da violência do inferno e os resgatará da<br />

morte (Os.13:14). Deus está sempre pronto a perdoar os impenitentes, antes de exercer o Seu juízo. Aleluia!<br />

- E é a mensagem de restauração que encerra o livro de Oseias. No capítulo 14, vemos que o Senhor, uma<br />

vez mais, usa o profeta para chamar o povo ao arrependimento: “Converte-te, ó Israel, ao Senhor teu Deus,<br />

porque pelos teus pecados tens caído” (Os.14:1).<br />

- Deus não deixa de apontar os pecados do povo e de dizer-lhes que eles precisavam se arrepender. É esta a<br />

mensagem do <strong>Ev</strong>angelho, como vemos em Mc.1:15. É esta a mensagem que devemos pregar aos incrédulos<br />

em nossos dias: o arrependimento dos pecados.<br />

- Infelizmente, nestes dias tão difíceis em que vivemos, muitos que cristãos se dizem ser já não pregam o<br />

genuíno e autêntico <strong>Ev</strong>angelho. Deixam de denunciar o pecado, deixam de convidar as pessoas a se arrepender<br />

de seus pecados e a crer em Jesus. Já há cultos em nossas igrejas locais onde não é feito o apelo, onde nem se<br />

pergunta ao pecador se quer se converter, até porque não se falou, durante a reunião, em momento algum, da<br />

necessidade de conversão…<br />

- O Senhor, no término da mensagem do profeta, mostra que é necessário que nos tornemos a Ele, que<br />

abandonemos as coisas deste mundo e os vãos socorros terrestres, a fim de que possamos encontrar com o<br />

Senhor e ser resgatados por Ele (Os.14:2-4).<br />

- O Senhor quer ser o “orvalho” do Seu povo, ou seja, o refrigério, o descanso, a paz que nos sustenta neste<br />

“deserto da vida” (Os.14:5,6). Ele nos quer dar vida e quer frutifiquemos, ou seja, que produzamos o fruto do<br />

Espírito Santo, que sejamos um instrumento de glorificação do nome do Senhor (Os.14:5-7). Ele quer nos<br />

livrar da idolatria (Os.14:8).<br />

- O livro termina com uma severa advertência: “Quem é sábio para que entenda estas coisas? Prudente,<br />

para que as saiba? Porque os caminhos do Senhor são retos, e os justos andarão neles, mas os transgressores<br />

neles cairão” (Os.14:9). Temos sido sábios e prudentes? Temos sabido andar nos caminhos do Senhor? Que a<br />

nossa fidelidade a Deus possa fazer com que respondamos afirmativamente. Amém!<br />

<strong>Caramuru</strong> <strong>Afonso</strong> Francisco<br />

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