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Maria Ivone Mendes da Silva de Correia Costa As - Repositório ...

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3.1.9. Nono Quadro – 2 citações<br />

<strong>As</strong> (re)citações <strong>de</strong> Eurípi<strong>de</strong>s na Me<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Mário Cláudio 63<br />

No início <strong>de</strong>ste quadro, a personagem, folheando um álbum, recor<strong>da</strong> a infância dos<br />

filhos, evoca o mais novo que proferia frases como as <strong>de</strong> “um poeta antigo”e <strong>de</strong> quem na<strong>da</strong><br />

sabe há algum tempo. Interrompe a fala para ligar o gravador e ouve-se a voz <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>ia,<br />

citando o texto <strong>de</strong> Eurípi<strong>de</strong>s:<br />

«Jasão, porque bates a estas portas, procurando os filhos mortos, procurando-me a<br />

mim que os matei?» (p. 48)<br />

Jason! Why are you battering at these doors, seeking / The <strong>de</strong>ad children and me<br />

who killed them? (vv. 1317-1318, p. 58)<br />

Estas palavras são proferi<strong>da</strong>s quando, no êxodo, Me<strong>de</strong>ia surge na mechane,<br />

portanto são proferi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> um plano mais elevado, <strong>de</strong> um plano a que não chega Jasão.<br />

A Me<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Mário Cláudio distancia-se <strong>de</strong> Jasão porque se encerra em si própria e<br />

no obsidiante sonho em que gasta a vi<strong>da</strong> e a razão.<br />

Depois <strong>de</strong>sta citação, a personagem faz referência ao filho mais velho,<br />

perspectivando o que po<strong>de</strong>rá ser a sua vi<strong>da</strong> presente e, na fala seguinte, surge outra citação:<br />

«É <strong>de</strong>masiado cedo para te lamentares, Jasão, a velhice vem a caminho.» (p.48)<br />

Escreve Mário Cláudio, a partir do texto <strong>de</strong> Vellacott:<br />

You grieve too soon. Old age is coming .(v. 1394, p. 60)<br />

A citação é retira<strong>da</strong> também <strong>da</strong> esticomitia final do texto <strong>de</strong> Eurípi<strong>de</strong>s (vv. 1361-<br />

1404). <strong>As</strong> duas citações <strong>de</strong>ste quadro enquadram a referência aos filhos feita por uma<br />

personagem toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> um <strong>de</strong>svario <strong>de</strong>smesurado, lançando sobre os filhos a vingança <strong>da</strong>s<br />

traições e incompreensões sofri<strong>da</strong>s:<br />

O sonho que vivi, e que os homens traíram, reclama o sangue dos inocentes, a<br />

semente do que a espalha à toa. (p. 50)

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