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Maria Ivone Mendes da Silva de Correia Costa As - Repositório ...

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46 <strong>As</strong> (re)citações <strong>de</strong> Eurípi<strong>de</strong>s na Me<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Mário Cláudio<br />

em relação à sequência do texto original. O autor segura as ré<strong>de</strong>as <strong>da</strong> colocação <strong>da</strong>s<br />

citações. Ele no-las <strong>da</strong>rá quando bem o enten<strong>de</strong>r; é o seu texto que se vai construindo, se<br />

bem que a pretexto do texto <strong>de</strong> Eurípi<strong>de</strong>s:<br />

«Oh! É este o cruel fim <strong>da</strong> minha vi<strong>da</strong> amaldiçoa<strong>da</strong>! Os meus inimigos navegam <strong>de</strong><br />

velas pan<strong>da</strong>s. Nenhuma praia hospitaleira espera para nos receber e nos salvar.<br />

Maltrata<strong>da</strong> como sou, Creonte, pergunto-te, “ Por que crime quererás tu banir-me<br />

<strong>de</strong> Corinto?» (p. 15) 10<br />

Mário Cláudio traduz Vellacott:<br />

Oh! This is the cruel end of my accursed life!/ My enemies have spread full sail; no<br />

welcoming shore/Waits to receive and save me. Ill-treated as I am,/ Creon, I ask: for<br />

what offence do you banish me ? (vv. 278-281, p. 25)<br />

3.1.2. Segundo Quadro – 2 citações<br />

No Segundo Quadro existem três citações do texto <strong>de</strong> Eurípi<strong>de</strong>s, sendo que a<br />

segun<strong>da</strong> é uma repetição <strong>da</strong> parte final <strong>da</strong> primeira. Constitui, to<strong>da</strong>via, uma alteração <strong>da</strong><br />

lógica segui<strong>da</strong> até este momento porque não é uma fala <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>ia, mas sim <strong>de</strong> Jasão, que<br />

se reproduz. No entanto, a personagem não recita essa fala como se a <strong>de</strong>corasse para<br />

representar. O autor dá a seguinte indicação cénica: “( Lendo a carta que reproduz o texto<br />

<strong>de</strong> Eurípe<strong>de</strong>s)".<br />

Se esta fosse a única ocorrência <strong>da</strong> fala <strong>de</strong> outra personagem coloca<strong>da</strong> na voz <strong>de</strong><br />

Me<strong>de</strong>ia, po<strong>de</strong>r-se-ia julgar que se tratava apenas <strong>de</strong> um expediente ocasional, mas logo<br />

abandonado. Não é o caso. Diz Vellacott:<br />

Only naturally a woman/Is angry when her husband marries a second wife/ You<br />

have had wiser thoughts; and though it has taken time, / You have recognized the<br />

right <strong>de</strong>cision. This is the act/ Of a sensible woman. (vv. 941-945, p. 45)<br />

10 Med. v. 281 (p. 44).

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