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Jornal da Academia Cristã de Letras - Outorga

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Pg. 16 - Agosto/Outubro 2011 <strong>Aca<strong>de</strong>mia</strong> <strong>Cristã</strong> <strong>de</strong> <strong>Letras</strong><br />

OS “LIVRO”?!<br />

Carolina Ramos<br />

Dói no ouvido, não?! Mas, não é para estranhar,<br />

pois é justamente isso que nos querem empurrar<br />

garganta abaixo! E só há duas opções, aceitar e engolir,<br />

ou não aceitar e estrilar. É o que faço, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> minha<br />

insignificância insatisfeita.<br />

O artigo no plural já <strong>de</strong>fine a plurali<strong>da</strong><strong>de</strong> - logo, o<br />

S <strong>da</strong> palavra seguinte é perfeitamente dispensável! Esta<br />

é a justificativa! Será que entendi errado?! Acho que<br />

não. Outros ouvidos mais apurados ouviram o mesmo<br />

que eu ouvi e seus fígados tiveram a mesmíssima reação<br />

do meu! Não, o do MEC! O Ministério <strong>da</strong> Educação<br />

aprovou! Sim, aprovou <strong>da</strong>ndo passagem livre a essa<br />

discrepância, que fere fundo a nossa sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong>!<br />

E saber que existem tantos assuntos importantes a<br />

serem discutidos, a serem resolvidos e que tão poucos<br />

se importam com eles! Assuntos eleitoreiros, <strong>de</strong> brasas<br />

sopra<strong>da</strong>s tão somente pelo bafo dos interesses e que,<br />

<strong>de</strong>pois, são cobertas, novamente, pela inexpressiva<br />

cumplici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s cinzas! Eis ciclo oportunista, que se<br />

repetirá, ao infinito, enquanto a humani<strong>da</strong><strong>de</strong> existir!<br />

Que pena, meu Brasil! Que pena que isto aconteça<br />

por aqui! Pena que ambicionem a riqueza do teu solo!<br />

Pena que a exuberância <strong>da</strong> tua natureza seja cobiça<strong>da</strong><br />

e que o teu futuro seja comprometido pela ação<br />

corrupta! Sempre acomo<strong>da</strong>dos e permissivos, tudo<br />

isto é o que temos aceitado <strong>de</strong> cabeça baixa, fingindo<br />

indiferença e passivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>sprovidos <strong>da</strong>quele brio<br />

nobre que nos incitaria a <strong>da</strong>r um vigoroso e heróico:<br />

Basta!<br />

Mas, enquanto este basta não chega, (chegará<br />

um dia?!) seguimos displicentes a postergar nossa<br />

responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, a permitir que nossos tesouros<br />

continuem a ser <strong>de</strong>vassados e saqueados! Sem nos<br />

preocuparmos com o que não é preocupante, porque<br />

nossa apatia assim julga! E, é assim que nossos bens<br />

materiais e intelectuais vão sendo sub-repticiamente<br />

saqueados, na maioria <strong>da</strong>s vezes, com raríssimas<br />

exceções, por quem é remunerado, para proteger<br />

esses bens e, criminoso, ignora a digni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sse<br />

<strong>de</strong>ver! Por quanto tempo se esten<strong>de</strong>rá esta situação?!<br />

Alguém respon<strong>de</strong>rá?! E resultante <strong>de</strong>ssa impuni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

que atiça a ousadia, vemos agora o nosso maior<br />

patrimônio, a Língua Pátria, ameaçado por mais um<br />

<strong>de</strong>smando que, pasmem! , encontra respaldo e<br />

aceitação dos que têm absoluta obrigação <strong>de</strong> zelar<br />

por ele! Assim, <strong>da</strong> mesma forma que, em futuro<br />

próximo, estaremos falando tranquilo como “hablan<br />

nuestros hermanos hispánicos”, corremos também o<br />

risco <strong>de</strong> termos <strong>de</strong> aceitar “os livro”, “as<br />

esquisitice”, “as extravagância” que nos preten<strong>de</strong>m<br />

LÍNGUA PÁTRIA<br />

impingir, como beneplácito dos que se <strong>de</strong>veriam<br />

escan<strong>da</strong>lizar ante a afronta à integri<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> nossa<br />

língua!<br />

Língua reconheci<strong>da</strong> por todos como riquíssima! Tão<br />

rica que chega a facilitar as li<strong>de</strong>s poéticas! E as nossas<br />

crianças como ficarão ante este <strong>de</strong>spropósito?! Que<br />

caos as espera, uma vez que a própria língua pátria,<br />

seu principal veículo <strong>de</strong> comunicação, para to<strong>da</strong> vi<strong>da</strong>,<br />

já lhes chega profana<strong>da</strong> a partir <strong>da</strong> escola?!<br />

Desgostosa com esta possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, ouso erguer minha<br />

voz, colocando meus pobres recursos linguísticos neste<br />

protesto, que, espero, seja alentado por vozes mais<br />

expressivas. Que não sejamos, uma vez mais,<br />

dolorosamente <strong>de</strong>srespeitados em nossos direitos <strong>de</strong><br />

expressão! Chega <strong>de</strong> absurdos! Cansamos <strong>de</strong> ser<br />

saqueados!<br />

E, assim como a <strong>Aca<strong>de</strong>mia</strong> <strong>Cristã</strong> <strong>de</strong> <strong>Letras</strong> <strong>de</strong><br />

São Paulo vem a público, encampando este meu<br />

protesto, é muito importante que enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s congêneres<br />

ergam também suas vozes, num repúdio nacional a<br />

tão lamentáveis <strong>de</strong>smandos que atingem frontalmente<br />

a todos os que amam as letras e, com to<strong>da</strong> a<br />

proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>, procuram <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a digni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> nossa<br />

Língua Pátria.<br />

Presença Divina<br />

Antonio Lafayette Nativi<strong>da</strong><strong>de</strong> Silva*<br />

Des<strong>de</strong> menino eu vejo nos altares<br />

A imolação do Cristo no ma<strong>de</strong>iro.<br />

Sua Santa presença em muitos lares<br />

Como Mestre e Divino Mensageiro.<br />

Eu vejo a cruz pen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> colares,<br />

Imagens sob a luz <strong>de</strong> can<strong>de</strong>eiro,<br />

Nichos <strong>de</strong> fé por todos os lugares...<br />

A contrição na prece <strong>de</strong> um romeiro.<br />

E eu escuto através dos Pregadores,<br />

A exaltação do SÍMBOLO Divino,<br />

A curar em milagres tantas dores!<br />

E sei que tudo po<strong>de</strong> uma oração.<br />

Mas hoje, vou além <strong>de</strong>sse menino<br />

E entendo Deus, no próprio coração.<br />

*Membro co-fun<strong>da</strong>ndor e ex-presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong><br />

<strong>Aca<strong>de</strong>mia</strong> <strong>Cristã</strong> <strong>de</strong> <strong>Letras</strong>, do Movimento Poético<br />

Nacional e <strong>da</strong> União Brasileira <strong>de</strong> Trovadores. Também<br />

participa <strong>de</strong> outras enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s culturais.(In: Orvalho<br />

<strong>de</strong> Luz - 2010)

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